Descoberto na cave de Teresa
de Sousa o 11º mandamento !
No Público
de hoje, escreve Teresa de Sousa, igual a si própria : «Cavaco tinha e tem o
direito e o dever de lembrar aos principais partidos políticos que há coisas
inegociáveis, como o destino europeu do país sufragado em todas as eleições, do
qual PCP e BE se auto-excluíram. Desse destino faz parte a pertença ao euro,
que está hoje no centro da integração europeia. A opção estratégica pela Europa
envolve igualmente uma componente atlântica, que sempre fez parte da nossa
identidade (mesmo que ultimamente bastante descurada pela coligação). Relembrar
isto tudo seria útil.
A não ser por golpe de Estado ou instauração de uma ditadura, o que poderia impedir um governo e uma maioria parlamentar futuros de, por hipótese, desencadearam os processos, referendários ou não, de dissociação de Portugal daquelas «coisas» ?
Já se
está farto de saber que nenhuma destas coisas que Teresa de Sousa clama serem
«inegociáveis» não está em negociação entre PS, PCP, BE e Verdes. Mas outra
coisa e, a meu ver, de estrondosa gravidade, é alguém vir dizer que aquelas
coisas são «inegociáveis» por definição. Na verdade importa perguntar; porquê ?
Com que fundamento ? Será que quem diz isto nos quer dizer que aquelas coisas
são factores identitários da República Portuguesa, acima da Constituição da
República, da soberania democrática e da eventual vontade dos portugueses ? São
o resultado de algum decreto divino ou surpreendente 11º Mandamento ?
P.S.1:Por ser raro, honra seja feita ao Público que, pelo menos na sua edição online, no fim de uma peça dedicada a saber se o CDS teve ou não um «deriva antieuropeista», publica esta nota final:
P.S. 2:Contra as carradas de falsificações circulantes, aproveito para esclarecer que no Programa Eleitoral do PCP está a defesa da «dissolução da Nato» (aliás, de acordo com o artº 7º da Constituição) mas não está nenhuma defesa de uma saída unilateral de Portugal da NATO.
P.S.3: Para quem não saiba, a Constituição diz, no nº 6 do artº 7º que «Portugal pode» e não que Portugal convenciona» : «Portugal pode, em condições de reciprocidade, com respeito pelos princípios fundamentais do Estado de direito democrático e pelo princípio da subsidiariedade e tendo em vista a realização da coesão económica, social e territorial, de um espaço de liberdade, segurança e justiça e a definição e execução de uma política externa, de segurança e de defesa comuns, convencionar o exercício, em comum, em cooperação ou pelas instituições da União, dos poderes necessários à construção e aprofundamento da união europeia
P.S.3: Para quem não saiba, a Constituição diz, no nº 6 do artº 7º que «Portugal pode» e não que Portugal convenciona» : «Portugal pode, em condições de reciprocidade, com respeito pelos princípios fundamentais do Estado de direito democrático e pelo princípio da subsidiariedade e tendo em vista a realização da coesão económica, social e territorial, de um espaço de liberdade, segurança e justiça e a definição e execução de uma política externa, de segurança e de defesa comuns, convencionar o exercício, em comum, em cooperação ou pelas instituições da União, dos poderes necessários à construção e aprofundamento da união europeia
Este miserável "destino europeu do país sufragado em todas as eleições" foi alguma vez alvo de debate sério sobre vantagens e prejuízos e sufragado pelos portugueses? Porque decidiu a direita do pensamento único e o ps fugir a esse indispensável exercício democrático?
ResponderEliminarEsta sumidade está careca de debitar ao serviço dos muito ricos e do poder da arrogância do dinheiro. É muito sensível aos problemas dos privilegiados, despreza o povo e os que auferem à volta do salário mínimo. Uma triste, entricheirada nas mordomias adquiridas, serviçal dos "mercados"/alta finança.