29 dezembro 2021

Até o Supremo meu Deus !

 Uma sentença memorável

«O acórdão do STJ, que segundo o jornal diário dividiu os juízes conselheiros, pode deitar por terra as esperanças de dezenas de investidores particulares. Em causa a inversão do ónus da prova, uma vez que passam a ser os antigos clientes a ter de “provar que a prestação de informação devida” os “levaria a não tomar a decisão de investir”. Isto quando, adianta o jornal, até agora, a presunção da ligação entre a burla e a perda do capital tinha sido, em vários processos que chegaram ao STJ, tinha sido suficiente para dar razão aos clientes.»

Infelizmente parece que o STJ não se deu ao trabalho de explicar aos lesados como é que eles provam um seu pensamento, isto é que, se tivessem tido a informação devida, não teriam investido naqueles produtos financeiros.

Escreve-se isto mas não se ignora que boa parte dos lesados do BPN certamente reparou que estava a receber juros muito superiores aos dos normais depósitos a prazo.


24 dezembro 2021

Não dá ponto sem nó

 Um Presidente
 muito atrevido

Apesar de ser véspera de Natal  não posso deixar de notar que um Presidente da República não tem nada que pedir maiorias em eleições legislativas. A única coisa que, sobre as eleições, pode dizer é que deseja que os portugueses votem de acordo com as suas convicções.

23 dezembro 2021

E mais não digo

 Algo não está bem 


O vice-almirante Gouveia e Melo, quando deu esta entrevista onde até admite envolver-se na «criação de um movimento cívico», já sabia que ia ser nomeado Chefe do Estado Maior da Armada e manifestamente não levou em linha de conta as limitações inerentes a esse cargo. Porque a verdade é que as entrevistas do vice-Almirante, que já deixou a task force da vacinação, são muito pouco apropriadas para um oficial que está no activo. Bem vistas as coisas talvez só nos reste o descanso de calcularmos que, com a sua tomada de posse como Chefe do Estado Maior da Armada, termine este tipo de entrevistas.

Sem novidade

 Já se sabia :
eles detestam alternativas
 e só gostam de alternâncias

22 dezembro 2021

Muito bem !

 Manuel Loff 
sobre os idosos


«Este país não é para jovens mas, como no título do filme, também não é para velhos. A poucas semanas de votar, paremos para avaliar a qualidade de vida de quem envelhece em Portugal. Dos 2,3 milhões de idosos, mais de 1,1 milhões de reformados da Segurança Social (58% do total) ganhavam em 2017 uma pensão inferior a 264 euros, e pouco se progrediu nos últimos anos. Outros 243 mil (12,5%) ganhavam menos de 632 euros, isto é, abaixo do salário mínimo. Dos que descontaram para a Caixa Geral de Aposentações, outros 100 mil (21%) ganhavam em 2018 menos de 500 euros. A enorme maioria dos idosos deste país dispõe de um rendimento tão baixo que ou vive na pobreza, ou na dependência. É-lhes muito difícil assegurar decentemente a sua saúde, enfrentar a doença e ser devidamente atendido por um SNS que, justamente na saúde primária dos mais velhos, mostrou a sua fragilidade desde o início da pandemia. Para muitos dos que vivem em casas arrendadas em zonas urbanas sujeitas à pressão imobiliária, a “lei Cristas”, apesar de ligeiramente revista, continua a constituir uma ameaça. Um grande número faz parte dos 19% dos portugueses que, segundo o Eurostat, não têm recursos para aquecer devidamente a sua casa. (...)
Quando votarmos a 30 de janeiro, lembremo-nos da vida real das pessoas, dos seus problemas concretos, num país cujos governos continuam a fingir não ver nada disto, ou a pretender que a pobreza e a emigração são males inevitáveis que sempre cá estiveram. Dar a volta a isto é possível; ainda agora os chilenos o demonstraram! Quase meio século de democracia não pode continuar a arrastar este reiterado incumprimento do dever de redistribuir a riqueza e de assegurar a todos, sem exceção, um nível de vida e uma imaginação confiante do nosso futuro.» (Manuel Loff no «Público» de hoje)

20 dezembro 2021

Manobras de sedução mútua

 Ventura contentinho
 com Congresso do PSD

Bastou Rui Rio declarar o PSD como um «partido anti-sistema» e atirar contra os que recebem subsidios sociais e «não querem trabalhar» para que André Ventura logo visse declarar a sua satisfação com estes sinais e neles ver um primeiro passo para o tão desejado acordo PSD-Chega. E que nihguém se iluda: se osreaultados de 30 de Janeiro o permitissem que ninguém duvide que teríamos Açores no Continente.

Uma bela noticia

 Candidato de esquerda ganha presidenciais do Chile

Gabriel Boric, apoiado pela Frente Ampla que integra o Partido Comunista do Chile, alcançou 55% dos votos.

11 dezembro 2021

Uma opinião contra a corrente

Miguel Sousa Tavares
 
e a crise da Ucrânia


«Os Estados Unidos, a União Europeia e a NATO dizem que a Rússia se prepara para invadir a Ucrânia, como fez com a Crimeia, e porque nunca desistiu dos seus sonhos imperiais. Putin responde que aceitará uma garantia firme do Ocidente de que a Ucrânia não se tornará membro da NATO e não acolherá no seu território armas nucleares capazes de atingirem Moscovo em cinco ou sete minutos. Putin tem toda a razão. Há 30 anos, a Rússia “imperial” fez aquilo que só em sonhos o Ocidente podia esperar: dissolveu a União Soviética e o Pacto de Varsóvia, devolveu a independência aos Estados Bálticos, às repúblicas russófonas e à Ucrânia, província russa durante séculos, sede de uma importante base naval e de silos nucleares. A NATO respondeu não só não se dissolvendo, como ainda alargando sistematicamente as suas fronteiras para leste, em direcção à Rússia. E se é verdade que Putin anexou a Crimeia, não é menos verdade que esta sempre fora uma província russa (como a Florida é dos Estados Unidos) — tanto que foi ali, em Ialta, que teve lugar a mais importante cimeira dos Aliados durante a 2ª Grande Guerra, entre Estaline, Churchill e Roosevelt, e que a sua anexação teve o apoio maio­ritário da população, pois a entrega à Ucrânia, durante o tempo da URSS, fora um gesto absurdo do ucraniano secretário-geral do PCUS, Khrushchov. E na questão da adesão da Ucrânia à NATO, com a consequente instalação de tropas da NATO e armas nucleares no seu território apontadas à Rússia, Putin está carregado de razão: por igual razão, Kennedy esteve à beira de desencadear a terceira guerra mundial quando o mesmo Khrushchov quis instalar mísseis russos em Cuba, apontados aos Estados Unidos. A mesma narrativa não pode ter duas leituras e duas morais diferentes.» («Expresso» hoje)

Porque hoje é sábado ( )

 Xenia Rubinos

10 dezembro 2021

Maldita paginação

 O azar de Saraiva


Pois é, as escolhas de paginação da primeira página do «i» levaram a que um título sobre o despedimento de 900 trabalhadores via zoom matasse a visão cor-de-rosa do presidente da CIP.

02 dezembro 2021

Uma cartilha que não muda

 OCDE : os recados
 do costume

Além disto, a OCDE também alertou para os perigos de revisões na legislação laboral em vigor. Tudo visto, a OCDE nunca põe a sua velha cartilha neo-liberal de lado.