Um Novo Ano
melhor para todos
31 dezembro 2020
30 dezembro 2020
Em tempo de presidenciais, pois então
«Marcelo Rebelo de Sousa,
criador de passados»
«É com este feliz título que,no seu blogue, Joana Lopes recupera em boa hora uma polémica de 2008, em que também participei, sobre declarações do então comentador procurando afivelar um passado antifascista. O dossiê completo desta polémica está disponível aqui.
É claro que não está arrependido
Ai ai,
a separação de funções
Certamente para dar sequência a um antigo editorial em que Manuel Carvalho acusava a comunicação social de levar o Chega «ao colo», o «Público» foi a correr entrevistar Diogo Pacheco de Amorim, vice-presidente do Chega por ser o putativo substituto de André Ventura na AR.
Questionado sobre a sua pertença ao MDLP, o entrevistado declarou com a maior desfaçatez que « mesmo que tivesse acontecido alguma atitude menos correcta dado o período conturbado, eu estava no gabinete político, que não tinha nada a ver com a parte operacional. O gabinete político onde estava o antigo bastonário da Ordem dos Advogados [Pacheco de Amorim refere-se a José Miguel Júdice] e ninguém se lembrou de o chatear com isso».
Tudo visto, ficamos a saber que para pôr bombas e matar pessoas a boa definção de Pacheco de Amorim é «alguma atitude menos correcta» e que no MDLP quem tratava de política não tratava de bombas embora estas fossem a principal expressão da política da organização. De uma coisa não restam dúvidas: omembro do «gabinete político» do MDLP sabian que havia uma «parte operacional» e que a mesma não se ocupava de jardiinagem.
29 dezembro 2020
Algo está mal nos prazos
Jornal do incrível !
28 dezembro 2020
27 dezembro 2020
26 dezembro 2020
Sim, nervoso miudinho
A direita, nervosa, vai
ao baralho e tira uma
carta mais que gasta
Comecemos por registar que muito contente com a aquisição deve estar o «Público» tantas as vezes que faz chamadas de primeira página para os artigos do seu novo colunista da área do CDS Francisco Mendes da Silva.
Registemos depois que este escreveu hoje que « a verdade é que à direita nenhuma outra pessoa tem hoje a autoridade inequívoca e o apelo transversal que Passos tem. É por isso que foi ouvido e debatido, por admiradores e opositores, como se permanecesse vividamente no activo. Isto não é matéria de opinião ou desejo; é matéria de facto. Goste-se ou não, Pedro Passos Coelho não é uma figura do passado: é, ainda, o líder natural da direita portuguesa.»
Azar dos azares, acontece que mais à frente o articulista logo nos explica que «é preciso um projecto que reinvente este spaço político [da direita] e recupere o eleitorado perdido em 2015».
Como o leitor já terá intuído, as duas citações não jogam bem. Pela simples razão de que o eleitorado perdido em 2015 (pequeno pormenor: foram 700 mil votos) foi perdido com «o líder natural da direita portuguesa» Passos Coelho ao leme de um chaço chamado PAF.
Podem-me dizer que a memória dos povos é curta mas, ainda assim, penso que neste caso o novo D. Sebastião da direita, embora vivo, já teve o seu Alcácer Quibir.
24 dezembro 2020
23 dezembro 2020
Governo de direita na Grécia
Uma estranha prioridade
em tempos de pandemia
22 dezembro 2020
Um retrato
A grande
burguesia diverte-se
21 dezembro 2020
Lá estão eles
E porque não directamente
do trabalho para a cova ?
20 dezembro 2020
19 dezembro 2020
Uma bela «ajuda» a Rui Rio
fazer a vontade a este ?
17 dezembro 2020
16 dezembro 2020
Iniciativa do PCP
importância a estas coisas
14 dezembro 2020
Talvez chá de tília
13 dezembro 2020
12 dezembro 2020
Estragos do tempo
No «Expresso» de 11.12.2020 Clara Ferreira Alves publica uma crónica intitulada «Os mortos de Camarate» que, ponto importante, em grande parte é dedicada ao ambiente político nas vésperas de Camarate.
E, a dado passo, sentencia que à época «Na sombra, apoiado por Moscovo, o brilhante e perigosíssimo Álvaro Cunhal ainda esperava a hora de derrotar o 25 de Novembro de vez.»
Deixando de lado a parvoíce da mão de Moscovo, peço desculpa mas a senhora está confundida. Com efeito, não na sombra mas à claríssima luz daqueles dias o empenho de Álvaro Cunhal e do PCP era sim derrotar o perigoso Soares Carneiro por via do apelo ao voto em Ramalho Eanes.
Prova de que as memórias de C.F.A. não estão grande coisa é que ela refere 0 «mesmo Eanes que valeu a Mário Soares um dos combates maiores pelo comando do partido que fundara» mas já não foi capaz de lembrar explicitamente que Mário Soares fez campanha pública contra a candidatura de Eanes [é ir à Biblioteca Nacional e consultar uma entrevista de Mário Soares ao seu «Portugal Hoje»].
11 dezembro 2020
A justiça de um artigo de homenagem
AMBROISE CROIZAT: UMA VIDA DE TRABALHO E DE LUTAS
«(...) A título de exemplo de um tal envolvimento, invocaremos aqui a grande figura de Ambroise Croizat. Nascido a 28 de Janeiro de 1901, começa a trabalhar aos 13 anos como operário metalúrgico. Torna-se secretário-geral da Federação CGTU da Matalurgia em 1928. Em 1930, faz parte dos 72 deputados comunistas eleitos na Frente Popular, na oriegem das férias pagas, da semana de 40 horas, de aumentos sensíveis dos salários e da entrada em vigor das convenções colectivas. Desapossado do seu mandato e preso diversas vezes com o pretesxto de não ter condenado o pacto germano-soviético, entre na Resistência contra os nazis, depois participa na elaboração do programa do Conselho Nacional da Resistência. Depois da Libertação, torna-se ministro do Trabalho num governo presidido pelo general De Gaulle. Será chamado fraternalmente «ministro dos trabalhadores».Ambroise Croizat é o homem que com o gaulista Pierre Laroque empenhou-se de corpo e alma na construção da Segurança Social, em aplicação do programa do Conselho Nacional da Resistência «Os Dias Felizes».
A cornucópia
Ainda se vão arrepender
10 dezembro 2020
Candidatura de João Ferreira
Já está !
Camarate
O assunto já passou
mas ainda é tempo
de repor a verdade
«Assente, por unanimidade, desde a V Comissão Parlamentar de Inquérito, em 1995, que na origem do acidente esteve a deflagração de um engenho explosivo».
- notícia no «Público»
Tudo visto, importa esclarecer que o PCP não votou favoravelmente a alinea do relatório da V Comissão de Inquérito que concluia pela tese do atentado.
09 dezembro 2020
Uma estranha "ditadura"
Se "El Universal" fosse afecto ao regime de Maduro certamente não estamparia esta foto de Guaidó na manchete
mais de Guaidó do que
de Capriles ?
08 dezembro 2020
07 dezembro 2020
Coerência precisa-se
Em que ficamos ?
06 dezembro 2020
O mau leilão de bens públicos
Quando os arquivos falam
E, de repente, num domingo sombrio, deu-me para fazer uma viagem aos arquivos à procura de outra coisa e saltou-me este artigo de há 16 anos sobre a privatização da GALP. É certo que agora já não há muito para privatizar mas talvez não faça mal lembrar uma pequena parte de uma grande história criminosa de assalto aos bens públicos.
Roubo - uma palavra com cinco letras
Essa chamada de primeira página informava que «Citigroup e Finantia avaliaram há um ano a área do petróleo da Galp em 3,7 e 3,3 mil milhões de euros» e que «o negócio fez-se por 2,1 mil milhões».
Por sua vez, a respectiva notícia, inserida no caderno «Economia» daquele semanário, arrancava com a afirmação peremptória de que «o Estado perdeu pelo menos 650 milhões de euros ao vender os 40,79% do capital da Galp à Petrocer por um valor cerca de 50% abaixo das avaliações realizadas pelo banco Finantia e pelo Citigroup, as duas instituições a que a Galp encomendou há um ano relatórios de avaliação». A notícia explicava de seguida que o negócio acabou por se fazer na base do valor de 2,1 mil milhões de euros indicado como preço de referência pelo «adviser» técnico-financeiro do Governo, a Goldman Sachs e esclarecia ainda que este valor era muito inferior ao valor mínimo apontado quer pelo Finantia (2,7 mil milhões) quer pelo Citigroup (2,9). Para já não falar dos valores máximos apontados por aquelas empresas (4 mil milhões e 4,7 mil milhões).
Já calculamos que sobre isto alguns dirão que o mais provável é que esta notícia seja inspirada pela ciumeira de algum grupo concorrente à privatização da Galp que tenha sido preterido, que a avaliação de empresas e ramos de negócio não é uma ciência exacta e que o preço era apenas um dos 13 critérios fixados para a análise comparativa das propostas.
A tudo isso só diremos «pois, pois», acrescentando que todos os ignominiosos antecedentes dos processos de privatização em geral e da Galp em particular (em que têm estado entusiasticamente envolvidos tanto Governos do PS como do PSD) legitimam perfeitamente a fundada suspeita de que alguém fez o Estado e o interesse público perderem pelo menos 130 milhões de contos e que alguém os fez entrar ilegitimamente no património de grupos privados.
E se, em vez de 130 milhões, fossem apenas 10 milhões de contos, seria ainda com as mesmas cinco letras – as que compõem a palavra «roubo» – que descreveríamos este «negócio» que nunca levará ninguém à cadeia e, daqui por três anos de nojo legal, bem poderá levar algum ministro ao conselho de administração do grupo privado que comprou a posição do Estado na Galp.»
05 dezembro 2020
Dever de memória
Pois, pois, mas certas
companhias não abonavam nada
04 dezembro 2020
Sá Carneiro e Soares Carneiro
A minha recordação
de há 40 anos
03 dezembro 2020
02 dezembro 2020
01 dezembro 2020
Há espíritos muito retorcidos
30 novembro 2020
Congresso do PCP e «critérios jornalísticos»
A ânsia de «novidades»
de braço dado com
a distância da vida real
Li David Pontes no «Pùblico» a sentenciar que não se ouviu nada no XXI Congresso do PCP que não pudesse ter sido ouvido no XX e também li São Jose Almeida a decretar no mesmo jornal que o PCP está «auto-sitiado». Efiquei então com vontade de escrever sobre a impossibilidade de tantos jornalistas olharem o PCP fora da caixa férrea de que olham os outros partidos. Mas não vale a pena porque Pedro Tadeu (DN/TSF) já o fez e muito melhor do que eu faria. Escreveu ele :
« Tal como muitos outros jornalistas, passei o fim de semana a acompanhar o XXI congresso do Partido Comunista Português. O foco editorial da maioria das notícias, das reportagens, das análises e dos comentários que li, vi, ouvi e participei distribuiu-se pela polémica sobre a realização da iniciativa comunista durante o estado de emergência, a possível substituição de Jerónimo de Sousa como secretário-geral do partido e se o PCP iria permitir que o PS continuasse a governar o país.
No final daqueles três dias, para ser franco, pareceu-me que o congresso que vi relatado nos melhores horários das televisões e das rádios, ou contado nos principais títulos e peças dos jornais, padecia de uma distorção em relação ao que vi acontecer no Pavilhão Paz e Amizade.
A distorção é esta: aquilo que para nós, jornalistas, parece ser mais importante dizer ao país sobre o congresso do PCP parece não ser, para os congressistas do PCP, o mais importante do que acontece no país.
Contei 92 intervenções, feitas ao longo dos três dias de trabalhos. Nenhuma, que me recorde, abordou o tema da substituição de Jerónimo Sousa, que ficou para a parte fechada à imprensa. Quanto aos outros dois assuntos mais tratados jornalisticamente - a polémica com a realização do congresso e a posição futura do PCP em relação ao Governo - foram referidos por dirigentes nacionais do partido, incluindo o líder, mas ocuparam um espaço muito minoritário no total de intervenções feitas.
Faço, então, uma pergunta: depois de Jerónimo de Sousa abrir os trabalhos do congresso do PCP, na sexta-feira, qual foi o tema da primeira intervenção feita pelos delegados?...
Bem, foi a do militante João Norte, que explicou como andava a dirigir uma célula de trabalhadores comunistas no setor dos moldes e metalúrgicos da Marinha Grande. João Norte subiu à tribuna para comunicar o seguinte:
"Foi-me colocada a tarefa de ser responsável da célula e, com os camaradas do setor, lançámos mãos ao trabalho. Foram muitos contactos, consultas de ficheiros e reuniões para pôr a célula a funcionar.
Criou-se um boletim que intitulámos "O Postiço", nome familiar a todos os trabalhadores do setor, para que se identificassem rapidamente com o seu conteúdo.
Na primeira edição, escrevemos sobre a precariedade, as horas extra semanais sem remuneração e ao fim de semana pagas ao preço de hora normal. Os horários desregulados, entrar às 5h da manhã e sair às 10h da noite. Os escassos transportes públicos. A situação dos comerciais, que, depois de jantar, ainda têm de estar em contacto telefónico com clientes, o teletrabalho sem horário de saída e com despesas acrescidas, enquanto o salário se mantém igual."
Intervenções como esta foram às dúzias e falaram sobre passes sociais, distribuição de água, despedimentos coletivos, lutas em fábricas e muitas outras coisas quotidianas, eventualmente pequenas para o mundo em geral, mas enormes para o mundo das pessoas envolvidas.
Para a maioria dos jornalistas que cobriram o Congresso do PCP, discursos como este não têm importância alguma, serão, quanto muito, curiosos e um pouco chatos, porque escasseiam de significado político profundo e aparentam não ter impacto direto nas decisões da liderança do partido ou nas relações deste com os outros partidos.
Em contrapartida, para os militantes comunistas, como eu, intervenções como as daquele operário são o fundo político não só da realização do congresso, mas uma das razões para a própria existência do PCP e a base de onde partem as suas posições políticas, gerais ou setoriais.
E, realmente, qual é o partido político que leva ao seu congresso uma intervenção sobre a situação dos trabalhadores da indústria de moldes na Marinha Grande?
Qual é o partido que equipara em dignidade e espaço tribunício o relato sobre o conteúdo do boletim "O Postiço" com reflexões sobre as novas tecnologias na indústria, a crise na União Europeia ou a estratégia de alianças para o ciclo político seguinte?
Creio que nenhum outro partido em Portugal faz isto, tirando o PCP.
Talvez seja esta originalidade, esta raridade, este modo diferente de estudar e debater o país que leva o jornalismo político, como o que eu fiz este fim de semana, a não conseguir enquadrar inteiramente no seu cânone editorial o que se passa num congresso comunista - para quem está treinado a destacar, noticiar e analisar a luta pelo poder das cúpulas e das elites do país, aquilo, no PCP, aparenta ser real, mas parece ser de outro planeta.»
Adenda da minha lavra
Uma coisa é a incapacidade de alguns jornalistas sairem de esquemas preé-cponcebidos na análise do PCP mas outra coisa é a deturpação pura e simples. No «Público», São José Almeida escreveu que «logo na sexta-feira, o histórico dirigente e guardião da ideologia do PCP Albano Nunes garantiu que o "Rumo à Vitória"continua válido como projecto político.»
A afirmação não tem o mais pequeno fundamento. O que Albano Nunes referiu foi que «A aplicação criativa do marxismo-leninismo à análise da realidade portuguesa que, entre outras obras de Álvaro Cunhal tem no “Rumo à Vitória” uma brilhante expressão - apontando ao povo português o caminho de uma revolução original, democrática e nacional, que o processo da Revolução de Abril veio confirmar – constitui um notável exemplo da contribuição do PCP para o enriquecimento da ideologia da classe operária».
Assim não vale.