... os esplendores do Relvas (*)
António-Pedro Vasconcelos hoje no Público:«(...) Pretendendo sempre agir em nome do interesse público, Relvas não hesita em continuar a manipular os números: a RTP diz ele, custou, no ano passado 540 milhões aos contribuintes. É preciso dizer com clareza que estes números são falsos. E das duas uma: ou Relvas sabe - e é grave, porque mente; ou não sabe e é igualmente grave , porque revela que o ministro é ignorante. Com os seus 15 canais, de rádio e TV (nacionais e internacionais, generalistas e temátic os), a RTP custou aos portugueses em 2012, 145,78 milhões de E. de contribuição audiovisual audiovisual (CAV),mais 73,171 milhões de E. de indemnização compensatória e 339 nil euros de subsídio à exploração. Nem mais um cêntimo. O resto (45,315 milhões) foram receitas comerciais . Incluir nesses custos o pagamento voluntário de uma parte substancial da dívida (344,5 milhões), que estava a ser paga através da publicidade a um sindicato bancário internacional, desde o tempo de Morais Sarmento, e que o actual ministro decidiu antecipar (perguntem-lhe porquê), é um exercício de demagogia que cai mal a um responsável político. Por duas razões: primeiro, porque o défice de mais de mil milhões de euroas que a RTP tinha em 2005 era o efeito de uma dívida contraída pelo Estado que, durante anos, não pagou à empresa as «indemnizações compensatórias» a que se havia obtigado, primeiro pela perda da taxa, depois pela perda substancial de publicidade [ aqui acrescento eu, também por estúpidas limitações à publicidade impostas por um governo do PS]. Segundo, porque a RTP, como todas as TV públicas recebe fundos públicos (da taxa ou/e do Orçamento para pagamento das obrigações e limitaç~ies a que está obrigada pela prestação do serviço público. Acresce que, se a publicidade tivesse constituido, como devia, uma receita da empresa e não um encargo para pagar a dívida, a RTP (a segunda mais barata da Europa) teria tido lucro desde 2005. (...)»
Depois disto, só me resta dizer que quem não for capaz de rebater estes números e entretanto continuar a fantasiar sobre as contas da RTP, além de mentiroso relapso, é sobretudo cobarde.
(*) Os direitos de autor desta expressão são, como tenho dito, de Clara Ferreira Alves.