31 outubro 2012
Para escapar às manifestações
Ainda a treta da «refundação»
Quando a falta de escrúpulos
beneficia da morte do espírito crítico
beneficia da morte do espírito crítico
Prezados leitores, este post só pode ser lido como a continuação do anterior. Desde logo porque o título acima do Público confirma os meus piores temores sobre a reacção do PS à manobra lançada pelo PSD sobre a famosa «refundação» do memorando.
É claro que, em vez de fazer um silêncio de chumbo, também eu escrevi sobre a tal nebulosa «refundação» mas quero crer que a diferença está no que se escreve. Uma coisa é certa: não tenho a menor dúvida de que para 97% dos portugueses a questão da chamada «refundação» é autêntico mandarim a anos-luz do brutal assalto fiscal que se desenha e prepara, das sombrias e amargas dificuldades de vida que se perfilam, dos dramas e sofrimentos que que, a cada mês que passa e passará alastram convulsivamente na sociedade portuguesa.
E, no entanto, foi possível a um primeiro-ministro lançar um termo e um tema, nunca até hoje ter explicado o que significava e pôr meio mundo e o outro a girar à volta dele quando a principal coisa que tal invenção mereceria era quando muito, uma exigência nacional e sobretudo dos media de que se explicasse em linguagem de gente, quanto mais não seja porque o tempo e a situação não estão para filigranas semânticas.
Dito isto, talvez se justifique um pequeno acrescento ao diálogo antes publicado entre Passos Coelho e Miguel Relvas:
Dito isto, talvez se justifique um pequeno acrescento ao diálogo antes publicado entre Passos Coelho e Miguel Relvas:
30 outubro 2012
Estão a gozar connosco ou...
... uma coreografia manhosa,
insolente e de mau gosto
insolente e de mau gosto
No passado dia 23 de Outubro, Octávio Teixeira escreveu luminosamente no Diário Económico, referindo-se ao governo:
«(...) O objectivo será o de dar alguns meses para, mostrando o desastre que eles próprios provocaram, ludibriarem que a resolução do problema do défice passa pela substancial redução das funções do Estado. O que "justificaria" a privatização de mais empresas e maiores reduções salariais e despedimentos, mas também o desmantelamento dos serviços públicos de saúde, educação e Segurança Social, a espinha dorsal de um Estado social. Desde sempre o propósito nuclear deste Governo. (...)».
É a isto e só a isto que vem esta coreografia manhosa, insolente e de mau gosto sobre a «refundação» não sei de quê que Passos Coelho, pairando olimpicamente sobre os reais problemas e ameaças que infernizam a vida dos portugueses, tirou da cartola.
Temo que seja grande a tentação do PS de, por via do famoso «sentido de responsabilidade», aceder a este «diálogo» na esperança de que assim conquistará um pé de microfone onde, por uma vez, talvez debite que não há nada para ninguém.
Creio porém que, na dramática situação que os portugueses e o país vivem, a única atitude digna e honrosa seria deixar o governo a falar sózinho e mandá-lo dar uma volta ao bilhar grande.
29 outubro 2012
Correia de Campos sem pingo de vergonha ou...
... mais arsénico e rendas velhas
Eu sou o primeiro a saber que esta discussão já cansa, daí o título do post, mas o que é que querem ? Eles voltam sempre ao mesmo e eu não tenciona deixar-me vencer pelo cansaço. Acontece que, pela sétima ou oitava vez, em artigo no Público de hoje, António Correia de Campos dedica um ponto ao «masoquismo» que arranca assim: «Como se sentem os dois partidos da extrema-esquerda com o o Governo de direitas que ajudaram a entronizar ?. Se calhar já não se lembram de que foram eles que se disponibilizaram perante a direita para derrubar Sócrates. Sem pingo de vergonha, pensarão o quê ? Quanto pior, melhor ? (...)».
Sem novidade de argumentos, dirijo a Correia de Campos (e aos do costume)
Eu sou o primeiro a saber que esta discussão já cansa, daí o título do post, mas o que é que querem ? Eles voltam sempre ao mesmo e eu não tenciona deixar-me vencer pelo cansaço. Acontece que, pela sétima ou oitava vez, em artigo no Público de hoje, António Correia de Campos dedica um ponto ao «masoquismo» que arranca assim: «Como se sentem os dois partidos da extrema-esquerda com o o Governo de direitas que ajudaram a entronizar ?. Se calhar já não se lembram de que foram eles que se disponibilizaram perante a direita para derrubar Sócrates. Sem pingo de vergonha, pensarão o quê ? Quanto pior, melhor ? (...)».
Sem novidade de argumentos, dirijo a Correia de Campos (e aos do costume)
O mau perder ou ...
... quando vale
tudo até tirar olhos
Pois, é esta a manchete deste jornal de S. Paulo desonestamente concebida para desvalorizar a vitória do candidato do PT Fernando Haddad (Nadia Campeão, do P.C. do B., será vice-prefeita). Aqui a esta distância, quase que juro que jamais este jornal fez semelhantes manchete e contas a propósito de qualquer das várias vezes em que José Serra ganhou eleições em S. Paulo.
tudo até tirar olhos
Pois, é esta a manchete deste jornal de S. Paulo desonestamente concebida para desvalorizar a vitória do candidato do PT Fernando Haddad (Nadia Campeão, do P.C. do B., será vice-prefeita). Aqui a esta distância, quase que juro que jamais este jornal fez semelhantes manchete e contas a propósito de qualquer das várias vezes em que José Serra ganhou eleições em S. Paulo.
Graças a Pacheco Pereira
LaughJohnLaugh
e o seu The Unemployed Blues
(ideia inteiramente copiada do programa Ponto Contraponto de Pacheco Pereira, ontem na SIC Notícias, infelizmente sem as legendas em português).
I've got the blues ...
I've got the blues ...
Got a one way ticket to the line around the block
I'm going to write a song called the unemployment rock
The
Unemployment Blues
Thought
I could do it better I could do it all
Little did I know I was headed for a fall
Little did I know I was headed for a fall
I put
in the trouble, I put in the sweat
Got
the job I wanted, bought a new Corvette
seven
years in college, to achieve my dream
Never
thought I'd end up, with food stamps to redeem
I've
got the blues …
I
was laid off last week don't know what I will do
I'm gonna go on line with the unemployment blues
I'm gonna go on line with the unemployment blues
I've got the blues ...
To
sing I am unable to beg I am too proud
not
strong enough to dig a ditch or drag a plow
got no
money, got no job,
what
can I do different? on the sofa like a slob
looking
for a job the city seems so cold,
for
all my applications no one ever phones
I've
got the blues …
I
was laid off last week don't know what I will do
I'm gonna go on-line with the unemployment blues
I'm gonna go on-line with the unemployment blues
I've got the blues ...
I
worked hard for 3 years before I got laid off
The
boss still owes me money, times are really tough
then
someone knew somebody, wanted to see me
(But)
I chose the wrong direction, saw Queen's in misery
got a
one-way ticket to the line around the block
I'm
going to write a song called the unemployment rock
I've
got the blues ...
Got a one way ticket to the line around the block
I'm going to write a song called the unemployment rock
28 outubro 2012
Santos Juliá no «El País»
«(...)Hace ahora seis años, en 2006, los veinticinco gestores de fondos de cobertura (hedge funds) mejor pagados de Estados Unidos se embolsaron un total de 14.000 millones de dólares, tres veces la suma de los sueldos de los 80.000 maestros de escuela de la ciudad de Nueva York (Paul Krugman, ¡Acabad ya con esta crisis!, página 84). Llevamos digeridas tantas cifras aberrantes sobre los “baños de oro”, como diría Enric González, en que han alegremente chapoteado los causantes de esta crisis, antes, durante y después de haberla desencadenado, que nada sorprende ya si no se repite una y otra vez: 25 tipos, 25, ganaron en un año, administrando fondos de cobertura, tres veces más —tres veces más— que 80.000 maestros, 80.000, de Nueva York.
Que un individuo que maneja fondos de inversión pueda rapiñar en un año una cantidad de dinero tres veces superior a lo que ingresan por su trabajo más de 3.200 profesores de primaria es un hecho que, aparte de sus devastadores efectos económicos, tiene una dimensión política y moral que Krugman define como parálisis de la capacidad de responder con eficacia a la crisis que inevitablemente habrá de desencadenar este aumento inaudito de la desigualdad. Es evidente que sociedades en las que los derechos sociales cumplen su función redistributiva de la renta, y reductora por tanto de los niveles de desigualdad, responden con mayor eficacia a las coyunturas de crisis porque aseguran un mínimo de cohesión y solidaridad social. Cuando la desigualdad se dispara, el clima político y las actitudes morales ante las crisis se degradan en la forma de un sálvese quien pueda que, entre nosotros, ha llevado a responsables de cajas de ahorros a embolsarse decenas de millones de euros mientras sus entidades se declaraban en bancarrota.(...)
[continuação aqui]
27 outubro 2012
Notícias de ...
... uma quadrilha
absolutamente enlouquecida
A notícia respectiva do Público informa que estes cortes permitirão ao governo poupar uma miséria de 12 milhões de euros e eu só venho lembrar que, em estudos encomendados a entidades privadas, o governo gasta 86 milhões de euros (conforme aqui).
absolutamente enlouquecida
mas estes, se bem me lembro, no filme de
Sam Peckimpah, eram «os bons»
Sam Peckimpah, eram «os bons»
A notícia respectiva do Público informa que estes cortes permitirão ao governo poupar uma miséria de 12 milhões de euros e eu só venho lembrar que, em estudos encomendados a entidades privadas, o governo gasta 86 milhões de euros (conforme aqui).
Repetindo sim...
Agora já ninguém pode dizer
que sou eu que sou miudinho
que sou eu que sou miudinho
Já aqui tratei deste virtuoso assunto da virtuosa América mas como ele subiu hoje à primeira página online do The New York Times, aqui fica de novo com link para aqui.
Porque hoje é sábado ( 296 )
Marshall Ford Swing Band
Marshall Ford Swing Band,
grupo norte-americano de folk.
26 outubro 2012
Ele estão muito activos, só
é pena não lhes dar para o bem !
é pena não lhes dar para o bem !
DN
Se este título fosse verdadeiro, não seria mau pois o que literalmente diz é que ninguém poria estar no desemprego mais de 26 meses. Mas, evidentemente, o que ele realmente vem anunciar é a redução do tempo que se pode estar a receber subsídio de desemprego.
CM
Aguarda-se a todo o momento uma sobretaxa sobre o ar que respiramos.
Muito gostam eles da expressão
Pergunta e contra-pergunta
... pergunta hoje no Público Vasco Pulido Valente, dizendo no texto que quem levantou a questão foi Vítor Gaspar.Anotando de raspão que esta expressão «Estado providência» não é neutral nem inocente (nunca percebi como é que Welfare State [Estado de bem-estar»] ganhou a tradução para «Estado providência»). o que me parece é que a pergunta que importaria fazer não é aquela mas esta:
25 outubro 2012
Ford na Europa
Lucros apreciáveis,
despedimentos em massa
( em L'Humanité)
despedimentos em massa
Ford : Le PTB pour une saisie de l’usine de Genk sans compensation
En Belgique, 4.300 personnes seront sur le carreau d'ici la fin 2014 échéance se son plan de restructuration de ses opérations européennes. "Nous proposons que les pouvoirs publics saisissent l'usine sans compensation" avance le PTB [Parti des Travailleurs Belges]
"En cinquante ans, Ford a reçu tellement de subsides payés par le contribuable belge, a fait tant de profit avec la sueur des travailleurs limbourgeois que cette usine est en fait celle des travailleurs. Si les pouvoirs publics saisissent l’usine, ce sera bien plus simple de trouver un repreneur comme le montre le cas de Nedcar à Born aux Pays-Bas." C’est pour cela que Stany Nimmegeers du PTB réclame que les pouvoirs publics saisissent l'usine sans compensation. (...)
Une soif d’argent sans fin "Cela fait cinquante ans que les travailleurs de Genk produisent des voitures de très haute qualité et produisent d’énormes profits pour l’entreprise. En 2011, Ford a réalisé dans le monde un profit record de 8 milliards d’euros. Cette année, elle s’attend à 6 milliards, et ce malgré les pertes en Europe » explique le président du PTB Limbourg. L’avarice du PDG est directement mis en cause : « L’an dernier, il avait déjà un revenu de 23 millions d’euros. Chaque année, il lui faut plus. Et, tout comme Peugeot et Opel, Ford veut faire porter le poids de la crise par ses travailleurs."
( em L'Humanité)
24 outubro 2012
23 outubro 2012
Sem um sobressalto de consciência...
... agora querem tirar 41 euros
a quem recebe a escandalosa
mordomia de 410 euros !
a quem recebe a escandalosa
mordomia de 410 euros !
No Público online:«De acordo com o documento enviado pelo Ministério da Solidariedade,
noticiado pela Lusa e a que o PÚBLICO teve acesso, “o limite mínimo do
montante mensal do subsídio de desemprego é reduzido em 10%, passando de
um Indexante de Apoios Sociais (IAS) para 90% do valor do IAS”.
A
proposta legislativa, a que os parceiros sociais têm de responder até
dia 30 e que o Governo admite alterar, prevê também uma redução de 10%
no valor do subsídio social de desemprego.
Ao abrigo deste
decreto-lei, o valor mínimo do subsídio de desemprego passará dos
actuais 419 euros para os 377 euros. Para beneficiários com agregado
familiar, o subsídio social de desemprego passa, assim, a ser de 377
euros (90% do IAS). Para beneficiários isolados, baixa para 301 euros
(72% do IAS).
Cerca de 150 mil desempregados recebem actualmente o valor mínimo do subsídio de desemprego.(...)
Na proposta enviada aos parceiros sociais, o Governo propõe ainda
diminuir o valor do Rendimento Social de Inserção (RSI) em 6% (para
178,15 euros) e o valor de referência do complemento solidário para
idosos em 2,25% .»
Sobre isto, o único comentário que quero fazer é que, vindo isto tudo de um ministério entregue ao CDS, desta vez Paulo Portas não criará obviamente nenhum folhetim de faca e alguidar.
Sobre isto, o único comentário que quero fazer é que, vindo isto tudo de um ministério entregue ao CDS, desta vez Paulo Portas não criará obviamente nenhum folhetim de faca e alguidar.
Sondagem do «i» sobre candidatos presidenciais
Um pouco de rigor e
de espírito crítico, por favor !
de espírito crítico, por favor !
Sublinhando que, como se calcula, as presidencias de 2016 devem ser mesmo a grande preocupação dos portugueses no meio desta crise infernal, e com a ressalva de que não consegui abrir o PDF do i sobre esta sondagem e deixando mesmo de lado que não será uma pequena coisa ter o que mais nenhum político tem, ou seja uma homilia dominical numa televisão, quer-me parecer que o título acima é manifestamente abusivo. Tentando explicar-me: o título não seria abusivo se o i e a empresa de sondagens tivesse apresentado aos inquiridos uma lista de personalidades pedindo-lhe para escolher quem preferiam que fosse candidato e daí tivesse resultado uma maioria relativa ou absoluta de opiniões a favor de Marcelo. Mas quem se der ao trabalho de ver abaixo com atenção a apresentação e caracterização (parte sublinhada a vermelho) do objecto da sondagem feita pelo próprio i, verificará que não foi isso que foi feito.
22 outubro 2012
Um dia será...
... mas quantas vezes já
o deram como morto ?
o deram como morto ?
«L'ex-dirigeant cubain Fidel Castro, qui n'est plus apparu en public depuis mars, a publié lundi sur internet une lettre et des photos pour prouver qu'il n'est pas mort et faire taire les rumeurs d'un décès ou d'une maladie grave.
Fidel Castro a tenu lundi à tordre le cou aux rumeurs circulant sur sa mort ou la détérioration de sa santé, propos qu'il a qualifié de "malhonnêtes". L'ancien dirigeant cubain a publié sur le site web pro gouvernement Cubadebate un article accompagné de photos prises dimanche par son fils Alex Castro
Dans ce texte, Fidel Castro, qui est âgé de 86 ans, déclare qu'il ne se souvient "même pas de ce que c'est que d'avoir une migraine". Concernant ses occupations aujourd'hui, il dit "aimer lire et étudier".
Sur les photos, on voit l'icône de la révolution cubaine se tenant auprès d'arbres, habillé d'un T-shirt à carreaux et un chapeau de cow-boyl. Sur l'une d'elle, on peut même le voir en train de lire l'exemplaire de vendredi du journal du Parti Communiste cubain "Granma".» (aqui em L' Humanité)
21 outubro 2012
Aplicação defeituosa de um «slogan»
Parece que na Administração Pública
não há competências nem valores bastantes
Se a coisa já não viesse muito de trás, bem se poderia dizer que o slogan «vai estudar» lançado em direcção ao tal ministro está ser respeitado pelo governo embora de uma forma peculiar. Ou seja, como não têm vida nem tempo para estudar, pagam a quem, no privado, estude para o governo. Já agora, venha rápida a lista completa dos «estudiosos» a que o governo recorre. Acho que vamos descobrir algo de interessante.
20 outubro 2012
Passos Coelho no Conselho Europeu
Deutschland über alles
Não sendo surpresa, passaram ontem nas televisões imagens e palavras que, se alinhássemos no uso e abuso do adjectivo «histórico», tornariam histórica a reunião do Conselho Europeu. Com efeito, aí tivemos Passos Coelho a ufanar-se de não ter feito como fizeram a Espanha e Grécia que chamaram a atenção para a grave situação dos seus países, numa tentativa para flexibilizar as posições da Alemanha. Esta opção pelo caladinho que nem um rato mostra bem que há quem tenha nascido para ajudante de carrasco.
Porque hoje é sábado (295)
Live
A sugestão musical de hoje vai para a
banda norte-americana de rock Live,
cujo último álbum se intitula Throing Copper.
banda norte-americana de rock Live,
cujo último álbum se intitula Throing Copper.
19 outubro 2012
Uma grande perda para a cultura e o inconformismo portugueses
Manuel António Pina
(1943-2012)
(1943-2012)
O Medo
Ninguém me roubará algumas coisas,
nem acerca de elas saberei transigir;
um pequeno morto morre eternamente
em qualquer sítio de tudo isto.
É a sua morte que eu vivo eternamente
quem quer que eu seja e ele seja.
As minhas palavras voltam eternamente a essa morte
como, imóvel, ao coração de um fruto.
Serei capaz
de não ter medo de nada,
nem de algumas palavras juntas?
in "Nenhum Sítio"
Ninguém me roubará algumas coisas,
nem acerca de elas saberei transigir;
um pequeno morto morre eternamente
em qualquer sítio de tudo isto.
É a sua morte que eu vivo eternamente
quem quer que eu seja e ele seja.
As minhas palavras voltam eternamente a essa morte
como, imóvel, ao coração de um fruto.
Serei capaz
de não ter medo de nada,
nem de algumas palavras juntas?
in "Nenhum Sítio"
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