deixem-me candidatar à coisa !
Como muitos leitores saberão, o que caracteriza as chamadas «primárias abertas» que na Europa alguns partidos já realizam para escolher o seu dirigente máximo ou o seu «candidato a primeiro-ministro» (com aspas porque é a invenção de uma inexistência !) é a possibilidade de, para além naturalmente dos militantes, serem abertas à particpação e voto de qualquer cidadão que pague uma quantia simbólica e que assine uma vaga declaração de consonância com o partido em causa (e que, como se calcula, tem tanto valor e significado como a declaração anticomunista que os funcionários públicos tinham de assinar sob o fascismo).
Não tenho a certeza mas suponho que nesses partidos se podem votar não militantes já os candidatos terão de ser militantes.
Ora, acho que estava na hora de o PS ir mais longe e permitir que se possam também candidatar não militantes.
Nesse caso, eu estaria disposto a voltar a assinar uma coisa que não corresponde às minhas ideias e ponderaria candidatar-me a líder ou «candidato do PS a primeiro-ministro». E depois tentaria mobilizar a famosa «máquina comunista» para que milhares de camaradas meus, fazendo das tripas coração, fossem votar em mim nas primárias abertas do PS.
Vá lá, PS, isso é que era ganhar o campeonato da «abertura» !