31 maio 2014

«Primárias abertas» no PS

Abertura por abertura,
deixem-me candidatar à coisa !
 

Como muitos leitores saberão, o que caracteriza as chamadas «primárias abertas» que na Europa alguns partidos já realizam para escolher o seu dirigente máximo ou o seu «candidato a primeiro-ministro» (com aspas porque é a invenção de uma inexistência !) é a possibilidade de, para além naturalmente dos militantes, serem abertas à particpação e voto de qualquer cidadão que pague uma quantia simbólica e que assine uma vaga declaração de consonância com o partido em causa (e que, como se calcula, tem tanto valor e significado como a declaração anticomunista que os funcionários públicos tinham de assinar sob o fascismo).

Não tenho a certeza mas suponho que nesses partidos se podem votar não militantes já os candidatos terão de ser militantes. 

Ora, acho que estava na hora de o PS ir mais longe e permitir que se possam também candidatar não militantes.

Nesse caso, eu estaria disposto a voltar a assinar uma coisa que não corresponde às minhas ideias e ponderaria candidatar-me a líder ou «candidato do PS a primeiro-ministro». E depois tentaria mobilizar a famosa «máquina comunista» para que milhares de camaradas meus, fazendo das tripas coração, fossem votar em mim nas primárias abertas do PS.

Vá lá, PS, isso é que era ganhar o campeonato da «abertura» !

O populismo contra o pluralismo !

Atenção, muita atenção: está
absolutamente proibida a crueldade

de reproduzir quantas vezes no 
passado o PS criticou a proposta do
PSD da redução dos deputados para 180




E isto para já não falar do regresso à velhíssima proposta do PS de um novo sistema eleitoral para a AR que, por vias mais ou menos sofisticadas, só vida favorecer a bipolarização PS-PSD e reduzir administrativamente a representação dos partidos com menor influência eleitoral.

Uma tristeza

Tsipras prisioneiro até ao fim
de uma invenção em que alinhou



Este título é obviamente maldoso mas, de qualquer forma, atente-se bem no que Alexis Tsipras realmente afirma:

Repare-se bem:Tsipras acha que a Conselho não pode indicar nenhum candidato que não tenha concorrido às eleições sem que isso conste de qualquer disposição dos Tratados; ou, seja, tal como os outros, Tsipras andou a alinhar na ficção de que as eleições europeias também determinariam o candidato a Presidente da Comissão Europeia e agora quer levar até ao fim a efabulação.

Eu esclareci o que se segue em 14 de Fevereiro e não sei se em toda a campanha Tsipras alguma vez o esclareceu:


(...)
E para os que julgarem que sou que sou miudinho, formalista e rabugento, leia- se aqui este este artigo da moderada slate.fr:

Porque hoje é sábado ( 397)

Amy LaVere

Aaugestão musical deste sábado vai
para a cantora norte-americana Amy LaVere
.
e o seu novo álbum Runaway's Diary




aqui, segundo artista a partir de cima,
 o seu novo álbum
Ruanaway's Diary

30 maio 2014

Não há duas sem sete ou oito

Os irmãos Dalton
apanhados  outra vez pela Lei




O que não me impede de considerar de bradar aos céus a teoria do «está roubado, roubado está», ou seja, violar a Constituição compensa para o governo.

Nunca é tarde para aprender

Não sabia que o debate
quinzenal com o primeiro-ministro
era uma «cara a cara» dele com Seguro



E repito a notícia
de 3 de Abril de 2013


E o resto é conversa

Onze palavras que dizem
o fundamental sobre o
momento presente

 


Intervenção de Jerónimo de Sousa hoje na AR, no debate da moção de censura, aqui .

 " A vossa é frete ao governo,
a minha era  corajoso
combate ao governo"

 Joana Lopes, hoje no
«entre as brumas da memória»

Que se lixe a falta de novidade !

Não é novidade nem descoberta
do Sol mas agradeço na mesma 

o relevo na capa



neste blogue, na noite de 25 de  Maio:

29 maio 2014

Hoje na Baixa de Lisboa

[ o post sobre o 90º aniversário de João Maria Varela Gomes foi actualizado com um extracto da intervenção da sua filha Geninha Varela Gomes, cujo texto integral se encontra agora disponível aqui]
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Aqui não há nevoeiro,

só palavras claras e certeiras

Finalmente, lembrei-me !

O nome da coisa



P.S.: A não perder no Público de hoje, o artigo de Manuel Loff (aqui para quem tiver acesso)

28 maio 2014

Quase ninguém fala dela MAS EXISTE !

Enquanto uns se sangram em
vida, há quem cumpra o seu dever

para com os eleitores

A direita sofreu no passado domingo uma derrota histórica (repito mil vezes porque há magotes que ainda não reconhecem plenamente: o seu  pior resultado em todas as eleições  realizadas desde 1975) e  a vitória eleitoral pertenceu naturalmente ao conjunto de forças que são ou se declaram da oposição (e quem assim não o entende é porque está prisioneiro de bafientos e perversos desejos ou sonhos de uma «bipolarização» entre PSD+CDS e PS). Em conformidade com isto, o PCP decidiu - e bem - apresentar uma moção de censura que será discutida sexta-feira na AR mas infelizmente no contexto de um clima político  com contornos suicidários e umbiguistas que devem estar a fazer a felicidade dos duramente derrotados de domingo passado. Escrevo isto mas infelizmente parece ser conveniente esclarecer de imediato  o que devia ser óbvio, ou seja que não me pronuncio sobre a guerra entre costistas e seguristas, até porque os comunistas levam mais de trinta e tal anos  a  esclarecer que, quanto ao PS, não discutem caras mas políticas.
Entretanto, como era de esperar, não faltam os que vêm escrever ou dizer que a moção de censura do PCP é um brinde à direita porque esta tem uma maioria parlamentar e verá «reforçada a sua legitimidade parlamentar». Ora, sobre esta «cassete» ( que raramente vi aplicada às moções de censura apresentadas nesta legislatura pelo PS) só quero dizer que se só se apresentassem moções de censura quando estivesse garantida a sua aprovação, então nunca teria sido apresentada nenhuma em Portugal (relembro que um governo de Soares caiu uma vez na AR mas tratou-se de uma moção de confiança apresentada pelo próprio e não de uma moção de censura).

E já amanhã 


Para quem se interessar por estas coisas

Um tipo de sondagem que
infelizmente não se faz em Portugal



curto retrato de uma tragédia eleitoral
 a ler aqui

27 maio 2014

Custa assim tanto a perceber ?

O verdadeiro móbil desta choradeira
sobre o «mau resultado» do PS 
não
é diminuir ainda mais a votação da direita mas esvaziar a CDU e o Bloco



Ivone e Camilo - «está tudo grosso»

Talvez a psiquiatria possa explicar


Não quero cansar mais os leitores repetindo integralmente o que aqui escrevi ontem e anteontem. Só quero sublinhar que uma coisa é os responsáveis da coligação encenarem para fora o que muito bem lhes apetecer ou convier e outra coisa, mais preocupante, é haver jornais, como é o caso do Público, que fazem suas as tretas inconcebíveis de PSD e CDS. De facto, está-se mesmo a ver que ter um pouco mais que um quarto dos votos é um grande motivo de alento e festa para  dois partidos que, em 2011, tiveram quase 50% dos votos e ganharam uma maioria absoluta de deputados que lhes permitiu ser governo. Mas o mais perigoso e repelente disto tudo, como há muito desvendo, é a perversa, viciosa e falsa concepção de que tudo se decide apenas entre três partidos - PSD, CDS e PS.

E a direita europeia ficou cheia de miúfa

Ana Gomes grita que no PE
«o PS vai à luta» e para ela
eu tenho de repetir o que se segue



Foi no «Prós e Contras» de ontem na RTP mas, antes da repetição, só quero lembrar que, em três anos de governo PSD-CDS, o PS jamais apoiou explicitamente  uma manifestação ou greve geral dentro de Portugal.


aqui em 15 de Maio

26 maio 2014

Decisão irrevogável !

"Vou-me embora
pra Pasárgada"



Ontem escrevi aqui que «Suprema vergonha seria se os órgãos de comunicação social escamoteassem esta verdade essencial !». Pois agora é tempo de dizer que, segundo me parece, salvo as honrosas excepções de referências nas manchetes do JN e do «i» , o tom geral dos comentários e avaliações na imprensa ao resultado da direita representa no essencial o prosseguimento de uma manobra que já vem de muito atrás e que denunciei aqui assim:

A verdade é que, por exemplo, no Público, a qualificada jornalista São José Almeida consegue escrever que «não se confirmou, assim, a a derrota estrondosa da maioria governamental que chegou a ser esperada, mesmo por alguns dirigentes do PSD e do CDS». E o editorial do mesmo jornal apenas anota timidamente que « a Aliança Portugal (coligação PSD/CDS) não chega aos 30%, sendo que nas eleições anteriores de 2009 o PSD sozinho tinha conseguido 31,71% e o CDS 8,36%.»
É claro que eu não posso ter a pretensão de que os jornalistas de política nacional me leiam ou liguem ao que eu digo mas a verdade é que esta verdade como punhos foi dita ontem à noite por Jerónimo de Sousa e isso já os jornalistas não deviam ignorar porque se trata da mensagem de um dirigente partidário na noite eleitoral.
Em resumo, a facilidade e o descaramento com que tanta gente com responsabilidades públicas vicia a interpretação de um resultado tão devastador para a direita (uma coligação que tem maioria absoluta de deputados obtém pouco mais que 1/4 dos votos) é bem um triste sinal não apenas de como a ligeireza se expande desavergonhadamente mas também como está tão áspero, dificil e agreste o combate pelas verdades mais elementares.
E é por isso que, pegando no poema de Manuel Bandeira, aqui anuncio que

 Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

(...)

25 maio 2014

Eleições para o P.E,

Os grandes dados
e uma exigência maior


Suprema vergonha seria se os órgãos de comunicação social escamoteassem
esta verdade essencial !
(entretanto, como inequívoca de que sou eu que não pertenço a este mundo, ouvi, no Eixo deo Mal, a sempre preclara Clara Ferreira Alves opinar que «eles aguentam-se muito bem»)
cerca de mais dois pontos percentuais
e mais um deputado


Principal conclusão :
está na hora de exigir com
toda a força a convocação
de legislativas antecipadas!

resultados noutros países

no Le Monde aqui

24 maio 2014

Um democrata que nunca foi nem de torcer nem de quebrar

Nos 90 anos de
João Maria Varela Gomes


Varela Gomes em Tancos, no Verão de 1975

Várias dezenas de amigos mais próximos do Coronel João Maria Varela Gomes participaram hoje na Casa do Alentejo, em Lisboa, num almoço e convívio que celebrou o seu 90º aniversário que se cumpria precisamente neste dia. Não encontro as palavras adequadas para vos contar a amizade, o carinho, a admiração, o reconhecimento e a fraternidade que naquela sala hoje envolveram merecidamente aquela grande e corajosa figura da resistência antifascista, destacado combatente da revolução de Abril e, orgulho meu, meu querido amigo. Mais uma vez, obrigado e muitos parabéns, João Maria.


Extracto da intervenção  (na íntegra aqui)
da sua filha Geninha Varela Gomes


«(...) O meu Pai e a minha Mãe ensinaram-nos a coragem e a gramática; a lealdade e a matemática; a frontalidade e a geografia; a honestidade e a filosofia; a solidariedade e a história; a responsabilidade e a literatura; a generosidade e a físico-química. Alimentaram-nos, vestiram-nos, educaram-nos, acarinharam-nos. Proporcionaram-nos livros, filmes, conversas, reflexões, teatro, dança, viagens. Ensinaram-nos a fazer pela vida e a ser pessoas úteis e activas, quase desconhecedoras do significado do verbo “desistir”. Onde até a escolha da morte pode ser e foi uma forma de afirmação e de resistência.

Ensinaram-nos a lutar! Mostraram-nos o lado certo da barricada! Num instante passámos do mundo dos índios e dos cow-boys, para o mundo dos explorados e oprimidos, de um lado, e dos exploradores e opressores do outro. E nunca, em nossa casa, houve um momento, um instante sequer, de hesitação sobre o lado certo da vida, o caminho que devia ser percorrido. A vida foi mais pesada, é certo, mas foi e é uma vida que merece ser vivida. »  (...)

 Foto de João Carvalho Pina

Porque hoje é sábdo (396)

Wild Beasts


A sugestão musical deste sábado
vai para a banda britânica Wild Beasts




22 maio 2014

Pare, leia e pense

E Passos Coelho disse:
"Ena, ainda tantos privilegiados,
temos de lhes sacar muito mais !"


Expresso online