o resto é celofane para o cianeto
30 setembro 2011
Taxas moderadoras na saúde
o resto é celofane para o cianeto
29 setembro 2011
Coisas do sr. Borges
connosco, não está ?
Também serve para cá como...
(para quem não tenha lido, outras palavras
minhas sobre o 1 de Outubro aqui).
É conforme...
Estado bom e Estado mau
E, contado isto que nos podia levar bem mais longe, só quero que saibam que morro de ansiedade à espera que nas televisões, nas rádios e nos jornais, apareçam aquelas centenas de empresários, economistas, jornalistas, comentadores e articulistas que há anos nos andam a jujar o cérebro com a ideia de que, em Portugal, o Estado tem um excessivo peso na economia a dizer agora que esta é uma medida absolutamente invasora da iniciativa privada, cujas leis de funcionamento devem em absoluto excluir o fornecimento de abundante mão-de-obra (35 mil trabalhadores) paga pelo Estado.
28 setembro 2011
Não há direito !
Então não é que o defunto termo
ressuscitou e logo nos EUA ?
Quadros de honra e cacau
Herdeiros da ideologia
É uma evidência que este assunto é uma ninharia comparado com a feroz catilinária qie os «100 dias de governo PSD-CDS» mereceriam. Mas quando leio na TSF online «que o Governo deciciu cancelar o dinheiro dos prémios prometidos aos melhores alunos do secundário. A ideia é usar esse montante em projectos solidários nas escolas. Os melhores alunos esperavam receber um diploma e um cheque de 500 euros na sexta-feira e, conta o jornal Público, pelo menos os directores das escolas da região Norte e de Lisboa e Vale do Tejo, já tinham avisado os vencedores e agora não sabem o que dizer aos estudantes. O prémio de mérito é atribuido aos melhores alunos do ensino secundário desde 2008, mas este ano tudo muda. Além da informação ter chegado em cima da hora, dizem as Associações dos Directores de Escolas que há diferenças. (...) No entanto, em vez de ser atribuido aos melhores alunos são os estudantes que deviam receber o dinheiro que escolhem projectos existentes nas escolas que apoiem alunos ou famílias carenciadas.» , não posso deixar de reconhecer que esta é uma daquelas de ninharias que funciona como papel de tournesol em relação à mentalidade assistencialista, semi-pateta e falsamente franciscana dos que hoje desgraçadamente nos governam.
Numa coisa estou pronto a fazer justiça ao actual governo: é quando reconheço que, desde o 25 de Abril, nunca houve um governo assim que, por razões de disfarce, combinasse tão sofisticadamente uma política ao serviço dos poderosos como pequenos gestos de caridade e compaixão pelos pobrezinhos.
E termino com duas observações complementares:
- a primeira , que tem alguma ironia histórica, é para lembrar que com esta medida este governo de direita imita o errado desprezo e hostilidade que, em algumas circunstância, alguns países socialistas tiveram em relação à questão dos «estímulos materiais»; desconfio por isso que as consabidas piadas, em regra ligeiras, sobre a «construção do homem novo» passarão a ter outros destinatários;
- a segunda é que com esta coisa de serem os premiados a escolher quem são os carenciados da sua escola que, em seu lugar, vão receber os 500 euros, ainda não percebi o que acontecerá se, por bambúrrio, um dos premiados pertencer ele próprio ao grupo dos «carenciados».
Santo Deus, para o que estávamos guardados: os valores do chamado «Portugal profundo», longa e sistemática consolidados ao longo de 48 anos de ditadura, duram, duram, duram muitíssimo mais que a pilha do anúncio, porra.
27 setembro 2011
Os pontos nos is
A benefício dos mais novos e
dos desmemoriados profissionais
3. É completamente careca este truque de querer inserir a eliminação total da presença de vereadores da oposição nos executivos municipais a pretexto de «austeridade» e de «cortes » pois aqueles, salvo quando têm pelouros, exercem essas funções graciosamente e, na imensa maioria dos municípios, não representam qualquer despesa significativa para os erários municipais.
4. Uma vez que o propósito agora anunciado pelo Governo é o de impôr a criação de executivos municipais politicamente homógeneos, isso significa um humilhante alinhamento do PSD pelas propostas do PS, dado que, da última vez que o tema esteve em debate, o PSD mantinha vereadores da oposição nos executivos, dando sim um clamorosamente antidemocrático bónus de maioria de vereadores ao partido mais votado.
5. Remato, para já, lembrando que este não é o primeiro caso nem será provavelmente o último em que o Governo do PSD, nuns casos aliado ao PS e noutros com este a fazer de oposição decorativa, se serve da crise como manto protector para tentar acelerar recuos democráticos que sempre desejou com crise ou sem ela, como aliás também é patente em relação aos direitos dos trabalhadores.
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Carlos Carvalhas no XV Congresso do PCP (1996)
«(...) Mas, para além disso, consideramos particularmente inquietantes as possibilidades de um acordo entre o PS e PSD quanto à alteração do sistema de eleição das Câmaras municipais e do sistema de eleição da Assembleia da República, em ambos os casos afectando gravemente o respeito pela proporcionalidade.
Quanto às Câmaras Municipais, a dificuldade está em saber qual das propostas - se a do PSD se a do PS - é mais antidemocrática.
O PSD quer que o partido mais votado, mesmo que não tenha a maioria absoluta, receba um bónus administrativo por forma a ter sempre direito a uma maioria absoluta de vereadores.
E o PS tem o atrevimento de pretender acabar com o direito e a prática que os portugueses exercem há 20 anos de elegerem directamente as Câmaras Municipais pelo sistema proporcional, e poderem assim determinar e escolher quem são os vereadores do Executivo municipal.
Segundo a aberrante proposta do PS, deixaria de haver eleição para as Câmaras Municipais e o Presidente da Câmara seria o candidato mais votado da lista para a Assembleia Municipal que ficaria investido do poder absoluto de escolher a seu bel-prazer todos os vereadores.
Queremos deixar absolutamente claro que a nossa total oposição a esta proposta não tem nada que ver com cálculos de ganhos e de perdas e só tem que ver com a nossa firme convicção de que o sistema actual - permitindo uma representação pluralista nas Câmaras Municipais, ao permitir que a gestão municipal seja fiscalizada a partir da própria vereação e ao permitir que vereadores da oposição possam exercer pelouros - tem um grande e insubstituível valor democrático.
Não por rotina mas com uma energia vibrante
A quatro dias
e mais largo que o habitual, ampliar uma
sólida convicção de que, no próximo sábado,
é necessário exprimir na rua e alto e bom som
o movimento de indignação e descontentamento
que, com himalaias de razões, percorre grande parte
da sociedade portuguesa.
É curto dizer uns palavrões quando na banca
dos jornais se vêem os títulos de novas
desgraças e ataques.
É pobre ficar por uns resmungos com os
companheiros e companheiras de trabalho.
É fatal a rendição, o conformismo, a resignação.
É injusto, absurdo e inútil que este mal-estar
e preocupação que nos consomem se projectem
numa palavra torta do marido para a mulher ou vice-versa.
É cómodo mas demissionista o cansaço com tudo,
a desconfiança com tudo, o pensar e sentir
mas não agir e nada fazer
para mudar o rumo das coisas.
Sózinhos não podemos nada,
juntos podemos poder muito.
Está na hora de voltar a mostrar aos que governam
em nome e no interesse dos poderosos
que o país que trabalha e que o país que sofre
não rasgou nem enrolou as bandeiras da luta,
da confiança e da esperança.
26 setembro 2011
Na União Europeia
Crise e mudanças de opinião
sobretudo " confiança" na União Europeia
ou sobretudo "não confiança":
da média europeia sobre a mesma questão
25 setembro 2011
Voltando à vaca fria ou até enjoa
Lamúrias
e autoflagelação (arrastando outros)
É que, francamente, parece que vou morrer sem conseguir entender porque é que cidadãos e cidadãs diversos, com orientações e percursos políticos e ideológicos tão variados hão-de entrar, quase quatro décadas depois, na mesma caldeirada de culpas, responsabilidades e fracassos só porque nasceram entre 1940 e 1950 e tiveram na década de 60 e pelo menos até ao 25 de Abril um determinado protagonismo cívico e político (ele mesmo com traços diversos) de sentido antifascista.
Vasco Pulido Valente, metendo tudo no mesmo saco, chama-lhe pois «uma geração perdida». Eu, por mim, limito-me a plagiar Pablo Neruda ditando modestamente para a acta que «confesso que vivi». E, naturalmente, de modo diferente de Vasco Pulido Valente.
24 setembro 2011
Palestina
Política justa, território
estranho, escasso e esfacelado
Entretanto,ao contrário do Público, andou bem o El País ao, neste dia, publicar não apenas uma mapa genérico da zona mas a cartografia do território da Palestina que desenha um Estado palestino fragmentado e sem continuidade territorial, interrompida estas por território sobre controlo israelita, colonatos judeus em barda, muros e check-points. (Pedindo desculpa pela má qualidade da imagem, retenha-se ainda assim que a castanho estão as zonas controladas pelos palestinianos, a azul as controladas por Israel e sua «propriedade» e ainda se pode ver o muro já construído e o planeado).
Porque hoje é sábado (306)
a pianista e songwriter norte-americana
álbum Night of Hunters
baseado em variações sobre temas
de música clássica (ler aqui)
23 setembro 2011
Nada de comparações globais mas...
Rafael Argullol em "El País"
A América que eu detesto
em The Nation
After Troy Davis's Death,
Questions I Can't Unask
2. If we felt tortured with fear and hope for the four hours that the Supreme Court deliberated on Troy’s case, how did the Davis family feel?
3. Why does this hurt so much?
4. Does Judge Clarence Thomas, once an impoverished African-American son of Georgia, ever acknowledge in quiet moments that he could easily have been Troy Davis?
5. What do people who insist we have to vote for Obama and support the Democrats “because of the Supreme Court” say this morning?
7. Why does the right wing in this country distrust “big government” on everything except executing people of color and the poor?
8. Why were Democrats who spoke out for Troy the utter exception and not the rule?
9. Why didn’t the New York Times editorial page say anything until after Troy’s parole was denied, when their words wouldn’t mean a damn?
10. Why does this hurt so much?
11. How can Barack Obama say that commenting on Troy’s case is “not appropriate” but it’s somehow appropriate to bomb Libya and kill nameless innocents without the pretense of congressional approval?
12. What would he say if Malia asked him that question?
13. How can we have a Black family in the White House and a legal lynching in Georgia?
14. Why does this hurt so much?
15. Can we acknowledge that in our name, this country has created hundreds of thousands of Troy Davises in the Middle East?
16. Can we continue to coexist peacefully in a country that executes its own?
17. What the hell do I tell my 7-year-old daughter, who has been marching to save Troy since she was in a stroller?
18. If some of Troy’s last words were, “This movement began before I was born, it must continue and grow stronger until we abolish the death penalty once and for all”, then do we not have nothing less than a moral obligation to continue the fight?
22 setembro 2011
Desculpem lá, não faz o meu género, mas...
Começa desde logo que a definição de objectivos (e o seu correspondente realismo ou irrealismo) é obviamente monopólio e prerrogativa do patronato e para o qual os trabalhadores não riscam nada. Segue-se que o suposto «incumprimento de objectivos» é, no mundo do trabalho, das coisas mais subjectivas e sujeitas a juízos mais arbitrários que imaginar se pode. E a ir por diante tal monstruosidade, já se sabe qual seria o filme seguinte: primeiro os trabalhadores «incumpridores de objectivos» iriam para o olho da rua e depois passariam anos a lutar nos tribunais.
Pois, pois, em 2016 ...
3. Se a gente como a srª Lagarde e o pessoal do FMI & Cia. restasse um pingo de humanismo deviam então era reconhecer a estupidez e a barbaridade destas receitas que trazem no seu bojo a radiosa promessa de que, nem daqui por 5 anos, recuperaremos os níveis de emprego anteriores à crise.
4. Por fim, porque raio é que havemos de levar a sério as previsões do FMI, do BCE, da UE e tutti quanti se estas instituições não quiseram propositadamente levar a sério as advertências e previsões de tantos respeitados economistas e institutos que, logo no Inverno de 2007, avisasram que, a seguir, viria aí uma coisa chamada «crise das dívidas soberanas» e caracterizaram como «sistémica» aquela crise nascente, coisa que Durão Barroso demorou quatro anos a descobrir ?
E pronto, agora vou ali ao Prof. Karamba e já volto.
A «Time» despede-se assim dos...
R.E.M.
They Stood in the Place Where They Lived (VIDEO)
By James Poniewozik
21 setembro 2011
Mérito hoje do «Público»
na primeira pessoa
porque todos os anos assim o faço,
visto já ter algum tempo de serviço
que o permite. Obtive sempre colocação,
umas vezes mais tarde, outras mais cedo,
enfim. Este ano vejo-me encurralada
por directrizes que surgem de um dia
para o outro sem dar espaço para respirar.
Não percebo como podem brincar com a
vida de milhares de seres humanos.
O mais grave é que estão a tirar da boca
dos meus filhos o pão que os alimenta.»
Porque no outro dia falei da «composição a chumbo»
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