28 agosto 2012

Editorial do "Público" de hoje

Quando se apagam todas as fotos
e se pratica a conveniente amnésia

Não é a primeira vez que acontece e já aqui denunciei com frequência esta desavergonhada rasura da realidade com que muitos media e muita opinião publicada têm procurado inventar uma alegada e geral «paz social» no nosso país. Repare-se bem outra vez: para a ou o editorialista do Público tudo tem acontecido «sem que os cidadãos tenham descido às ruas e manifestado a sua ira pelo empobrecimento e pelo desemprego». À esquerda, cada um de nós até pode desejar que fosse ainda mais intensa e mais ampla a contestação às medidas do governo mas isso não invalida em nada que, se não fosse por razões de espaço e de trabalheira de pesquisa, eu poderia matar a afirmação do Público publicando de seguida dezenas de fotos de manifestações, concentrações e outras acções do mais diverso tipo e com  variados motivos e objectivos, para além de duas greves gerais, realizadas no país no último ano.  Embora menos expressivo e muito longe da realidade, eu podia fazer ainda uma coisa mais cruel: era publicar todas as notícias ou fotos ainda assim publicados sobre estas matérias pelo Público, jornal que, pelos vistos (atenção Belmiro !), os seus mais  altos responsáveis não lêem.



Neste ponto, o meu comentário é mais breve pois limita-se apenas a assinalar que ao ou à editorialista do Público, certamente por um ataque de muito conveniente amnésia faltou acrescentar à citação acima, mais catorze palavras, ou seja, algo assim :«, como os partidos à esquerda do PS e a CGTP insistentemente advertiram desde início».


E, pronto, que durmam bem
os editorialistas do Público
porque vem aí mais «paz social»:

(clicar na imagem para aumentar)

3 comentários:

  1. Duas, não uma, greves gerais realizadas no país no último ano.

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  2. Cego é aquele que não quer ver!!!!

    Um beijo.

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  3. Era engraçado, cada um de nós enviar para a redação, fotos dos sítio onde têm andado...
    Se a lutar e/ou resistir fosse simples (e está tudo "montado" para ser quase impossível),se calhar nem precisávamos de o fazer... Mas quem tem o hábito de praticar a cidadania, sabe, que dificilmente haverá pessoas na rua na proporção da sua indignação! Ainda mais em tempo de crise.

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