25 março 2012

Em boa hora


Alguns pontos nos is
postos 
por Américo Nunes


É com muito gosto e amizade que aqui publico um texto de Américo Nunes, ex-dirigente nacional da CGTP, desbaratando diversos sofismas e erróneas interpretações sobre a última greve geral. Este texto foi também enviado pelo autor a Arménio Carlos e à direcção da CGTP «como acto de saudação e solidariedade para contigo e para todos os membros o do Conselho e através da vossa representatividade a todos os dirigentes, delegados sindicais no activo, e trabalhadores que fizeram a greve de 22 de Março, pelo grande contributo que a sua realização deu à necessária luta do presente, e pelo que acrescentou ao grande e honroso património histórico do movimento sindical português.» 

4 comentários:

  1. O texto vai bem até começar a distribuir bordoada nos movimentos que se tentaram juntar à CGTP. Que medo tem a CGTP destes que leva a sua segurança a envolver-se em desacatos, forçando Arménio Carlos a pedir desculpas.

    Que inteligência é esta que prefere snobmente olhar os movimentos de modo superior e exclusor quando estes usam cartazes com inscrições tão estúpidas como "Greve aos sindicatos" não percebendo o contraditório?

    Que comunista é este que em vez de condenar a violência policial parece ter medo de a pôr no devido sítio, esquecendo-se que hoje foram uns mas amanhã serão outros?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sr. Anónimo: tem razão quando observa que não condeno expressamente a violência policial sobre manifestantes. Apenas condeno a justificação da violência pelo editorial do Publico e de facto um leitor menos atento, ou preconceituosamente muito atento pode depreender que aprovo a violência policial sobre os manifestantes.
      Para seu descanso e de quem possa ter feito a mesma leitura digo-lhe que condeno por princípio e no concreto toda a violência e opressão do Estado capitalista, quaisquer que sejam os instrumentos repressivos que usa, sobre os explorados e os cidadãos nas suas acções cívicas e democráticas. Por maioria de razão condeno a violência física brutal de polícias armados até aos dentes
      . Mas também condeno a violência gratuita, folclórica, dos meninos e meninas da burguesia que vão brincar aos revolucionários para dentro das manifestações convocadas pela CGTP-IN dando aos algozes excelentes argumentos políticos perante parte da população para darem porrada no pessoal, e em jornalistas a mando dos seus chefes à procura de sangue para aumentarem as audiência e o uso do medo como forma de violência ideológica.
      A minha provecta idade e percurso de cidadania permitem dar-lhe apenas um exemplo entre muitos. Há algum tempo li uma entrevista do actual presidente da comissão europeia que entre os anos 74/75 pertencia a um grupo altamente especializado neste tipo de acções. Questionado sobre esse passado, não teve pejo de responder: «Nesse tempo a única forma de combater os comunistas era pela esquerda».
      Se assim parece, não foi minha intenção olhar de cima grupos ou movimento sociais. Até porque existem, nem sequer os excluo à partida. Eu falo por mim, e não tenho medo deles, já não estou no activo, mas julgo que a CGTP-IN também não. O que acho é que a CGTP-IN tem toda a legitimidade de tomar todas as medidas adequadas para não consentir que os objectivos e formas de acção definidas pelos seus órgãos sejam subvertidos por quem tem outros objectivos e práticas. Apela à participação de todos em função dos objectivos e formas gerais de acção anunciados. Quem não está de acordo com eles simplesmente não vai ou faz as suas próprias manifestações e greves em função dos objectivos e métodos de acção que pratica.
      A história e também a minha experiência mostram que os movimentos espontâneos, inorgânicos, por mais meritórias que sejam as razões porque aparecem, esvaziam-se como balões de ar durante as tempestades, e a sua acção, espontânea, ou dirigida à toa, ou até manipulada por todo o”gato-sapato” segue o mesmo caminho. È por ser um movimento organizado que o movimento sindical, com fluxos e refluxos, tem uma história gloriosa de resistência e luta de quase 200 anos, e continua a ser o maior e mais combativo movimento social nos nossos dias.
      Quanto à minha condição de comunista ou porque me conhece ou por acaso, acertou. Sou-o com muito orgulho.
      Quanto ao questionamento da minha inteligência o que lhe posso dizer? Olhe, é a que tenho!

      Cara amiga, de facto, e infelizmente, em situações extremas a “pancadaria” não pode deixar de ser ponderada na luta. Mas, cuidadinho, tens de medir bem correlação de forças e ajuizar que no lado em que te colocas há foças suficientes para as podermos medir com o outro lado, e se te sobrestimas e subestimas o “inimigo” serás implacavelmente esmagada.
      Américo Nunes

      Eliminar
  2. Falta a ligação para o texto!

    ResponderEliminar
  3. Li o documento. Gostei muito.
    E pergunto. Porque se isolam esses movimentos(bem acarinhados)das grandes ações da CGTP e aparecem apenas para dar bordoada? Provavelmente esse será um caminho. Não sei. Mas coletivo e organizado.

    Um beijo.

    ResponderEliminar