23 fevereiro 2023

Arsénico e rendas velhas

 



Um grupo ideológico conseguiu impor a Lisboa, em pleno século XXI, um empedrado definitivo com brasões coloniais que nunca estiveram projetados ou existiram dessa forma, tornando definitivos arranjos florais efémeros. Nunca foi a preservação do património, que os próprios não se importaram de adulterar grosseiramente, que esteve em causa. Foi a afirmação ideológica, no presente, de um discurso derrotado pela História». (Daniel Oliveira no «Expresso»)

16 fevereiro 2023

L´Humanité sempre na luta

 Hoje, em França, quinta
 jornada de luta contra o
aumento da idade da reforma

o gosto redescoberto da manifestação

A grande roubalheira

 Sobre a privatização
da TAP feita por um governo
PSD-CDS que só durou um mês

«O negócio de alteração da encomenda e troca da frota da TAP que o empresário David Neeleman fez com a fabricante de aviões Airbus na altura da privatização da companhia portuguesa — 12 aviões A350 por 53 novos contratos para aeronaves A330neo e A320neo —, em 2015, está sob os holofotes sete anos depois. Tudo porque, entretanto, se ficou a saber que foi o dinheiro ganho com essa operação que a Atlantic Gateway (empresa de Neeleman e Humberto Pedrosa) entregou para capitalizar a companhia. Um segredo bem guardado, mas do qual estavam a par todos os principais intervenientes na privatização do Governo de coligação PSD/CDS, liderado por Pedro Passos Coelho, e na reversão da privatização já no Governo de António Costa, em 2017. ( Expresso online)

11 fevereiro 2023

Sobre as PPP na saúde

Uma resposta que
estava a fazer falta
                     
«A sistemática campanha ideológica e mistificadora acerca das vantagens das Parcerias Público-Privadas (PPP) em relação à gestão pública dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde vai fazendo os seus estragos. O artigo de Ana Sá Lopes no PÚBLICO de 5/2/2023 é disso um bom exemplo.

A questão tem sido tendenciosamente abordada, como na reportagem mais recente do Expresso sobre o Hospital Beatriz Ângelo (HBA), em Loures, com um editorial onde até se insinuava a preferência da gestão anterior da câmara pelo privado, ao contrário do que sempre foi inequivocamente afirmado.» (...)

Compara-se o incomparável quando se coloca em apreciação conjunta hospitais de características diferentes. De um relatório para o outro vão mudando os comparadores. O mesmo quando se comparam instrumentos jurídicos e condições de autonomia completamente diferentes, sendo que a gestão pública é fortemente condicionada não pela sua natureza, mas pela imposição de restrições pelo Governo.

Curiosamente ninguém questiona a fiscalização do contrato. Pode a entidade contratante – a ARS Lisboa e Vale do Tejo – demonstrar que o seu acompanhamento da gestão privada não se baseava no fundamental nos dados que eram fornecidos por esta? Há relatórios aprofundados sobre a execução clínica do contrato? É possível garantir que não houve decantação dos casos mais onerosos, invocando a sua especial complexidade, para os remeter para os IPO e hospitais centrais de fim de linha? Pode o Ministério da Saúde garantir que as prioridades da atividade foram baseadas nas necessidades das populações e não no contratualmente mais vantajoso? Houve controlo das ligações entre a gestão PPP e os hospitais privados do mesmo grupo?»~

-Bernardino Soares no «Público»