09 julho 2016

Ainda o fritar em lume brando das sanções

Juncker quer que Portugal
volte ao «caminho certo» que
deu origem ao défice de 2015



Não é a primeira vez que responsáveis da UE (muitas vezes acolitados por Passos, Maria Luís e Durão Barroso dão o incrível passo de dizer que a aplicação de sanções pelo défice de 2015 depende do seu juízo sobre as orientações presentes e futuras do actual governo. É caso para dizer que, para esta gentinha, vale tudo até tirar olhos.

Porque hoje é sábado ( )

Soledad Pastorutti


A sugestão musical deste sábado vai para
a cantora argentina
Soledad Pastorutti.


08 julho 2016

O novo tacho de Durão Burroso

Goldman Sachs ou
não se deixem intoxicar

É certo que a Wikipédia diz isto...Seus negócios são principalmente prestados a clientes institucionais. Como banco de investimento, Goldman Sachs atua como consultor de governos, grandes empresas e algumas das famílias mais ricas do mundo. Também oferece consultoria sobre fusões e aquisições de empresas, serviços de subscrição financeira e outros produtos financeiros. É também um revendedor primário de títulos do Tesouro dos Estados Unidos - isto é, compra os títulos da dívida pública diretamente do governo americano, para negociá-los posteriormente no mercado financeiro).





Entre seus antigos empregados estão três Secretários do Tesouro dos Estados Unidos, incluindo Henry Paulson, que serviu durante o mandato de Bill Clinton e de George W. BushFischer Black, autor da fórmula de Black-Scholes, cujo trabalho recebeu o Nobel de economiaRomano Prodi, duas vezes Primeiro-ministro da Itália ePresidente da Comissão Europeia, e o atual presidente do Banco Central EuropeuMario Draghi.[4] [5] Em 2010contava com 35.700 colaboradores em mais de 20 países.

Goldman Sachs na crise financeira de 2008[editar | editar código-fonte]

Goldman Sachs tem sido objeto de muita controvérsia e acusações de fraudes ou práticas inadequadas, especialmente desde o início da crise financeira global dosanos 2000 e 2010.[6] Em 2008, no início da crise, esteve na iminência de ir à bancarrota. Em 21 de setembro do mesmo ano, o grupo recebeu autorização do FEDpara deixar de ser somente um banco de investimento e converter-se em banco comercial.[7] No dia seguinte, o Goldman Sachs e outro grande banco de investimento, Morgan Stanley, confirmaram que havia chegado ao fim a era dos grandes bancos de investimento de Wall Street.[8]
Em 2008, o Goldman Sachs recebeu US$ 10 bilhões do TARP, programa de compra de ativos e ações de instituições financeiras em dificuldades, instituído pelogoverno Bush em 3 de outubro de 2008. No dia 12 de outubro, o Goldman declarou que arrecadaria cinco bilhões mediante a venda de novas ações ordinárias aos investidores. O banco também declarou um lucro líquido trimestral de US$ 1,81 bilhão. [9]
Em 16 de abril de 2010 a Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos) acusou o Goldman Sachs de fraudepelas hipotecas subprime. Segundo a SEC, estariam no centro da fraude Fabrice Tourre,[10] vice-presidente do Goldman, e John Paulson,[11] gestor principal dofundo de cobertura (hedge fund) Paulson&Co.[12] [13]

Goldman Sachs e a crise da dívida pública da Grécia[editar | editar código-fonte]

Goldman Sachs foi considerado como um dos principais atores na ocultação do déficit da dívida pública grega.[14] [15] [16] [17]
Goldman Sachs esteve envolvido na origem da crise financeira da Grécia, pois ajudou a esconder o déficit das contas do governo conservador de Kostas KaramanlisMario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, era vice-presidente do Goldman Sachs para Europa, com funções executivas, durante o período em que se realizou a ocultação do déficit.[18] [19] Em junho de 2011, Draghi foi questionado pela Comissão econômica do Parlamento Europeu a respeito de suas atividades no Goldman Sachs e do ocultamento da situação da Grécia.[20]
Goldman Sachs é chamado "a hidra", "A Firma" ou "Governo Sachs"[6] por sua habilidade em infiltrar-se nas mais altas instâncias dos estados. Políticos chave dos Estados Unidos e da Europa trabalharam anteriormente para o banco. É o caso, não apenas do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, mas também de Mario MontiPeter Sutherland (ex-diretor geral da Organização Mundial do Comércio), Petros Christodoulou (gerente geral da Agência de Administração da Dívida Pública grega, em 2010, e, em junho de 2012, eleito vice-presidente do Banco Nacional da Grécia[21] [22] [23] ), o português Antonio Borges, ex-vice-presidente da Goldman Sachs Internacional (unidade que dirigiu os swaps gregos entre 2000 e 2008), que assumiu a direção do FMI para a Europa, em outubro de 2010; Karel van Miert e Otmar Issing, entre outros. "Colocar Draghi à frente do BCE é como deixar a raposa cuidando do galinheiro", explicou o economista Simon Johnson, professor da MIT Sloan School of Management.[24]
Nos Estados Unidos, o ex-diretor do Goldman Sachs, Robert Rubin, dirigiu o Conselho Econômico Nacional criado por Bill Clinton (1993-1995), antes de se tornar seu Secretário do Tesouro (1995-1999). Sob a presidência de George W. Bush, dois outros ex-proprietários do banco Goldman tiveram papel político importante em diferentes áreas do governo e dentro dos dois principais partidos. Henry Paulson foi, de 2006 a 2009, Secretário do Tesouro (e principal arquiteto do bailout do sistema bancário americano), enquanto Jon Corzine foi eleito senador (democrata) por Nova Jersey em 2000 e governador daquele estado, entre 2006 e 2010.Stephen Friedman, antigo CEO do banco, estava usando três chapéus no momento da crise financeira: era administrador do Goldman Sachs, chefe do President's Intelligence Advisory Board, órgão consultivo do presidente para assuntos de inteligência, e presidente do Federal Reserve de Nova York, órgão que fiscaliza o Goldman Sachs.[6]

... mas, acreditem trata-se de uma campanha de pura intoxicação pois na verdade a Goldman Sachs é apenas uma organização caritativa de âmbito mundial destinada a combater a fome no Terceiro Mundo e que presta vultuosos apoios a crianças e mulheres em pobreza extrema.

07 julho 2016

Uma enésima confirmação

Os media não têm memória


editorial do Público de hoje

13 anos depois, talvez esta seja uma prosa interessante. Só é pena que o Público não nos ofereça alguns dos editoriais que publicou na época da invasão do Iraque pelos EUA.

E, em 20 de Março de 2003, este vosso criado
 escrevia no Avante !:




  • Vítor Dias
    Membro da Comissão Política



Três evidências

Embora tudo isso possa ser muito pouco importante se, no momento em que estas linhas conhecerem a luz do dia, já milhares de toneladas de bombas semearem a morte e a destruição no Iraque, compreenda-se que insistamos em algumas evidências - porventura acessórias mas com significado - que se desvendaram nos últimos meses em torno da preparação desta agressão.
A primeira evidência é, desde logo, a de que se, por acaso ou bambúrrio, a Administração norte-americana, em vez de apontar baterias políticas e militares contra o Iraque, tivesse definido um qualquer outro alvo prioritário ou tivesse dado outra definição do «eixo do mal», todos os prosélitos em Portugal e no mundo da cruzada contra o Iraque não teriam escrito nem dito uma palavra nos últimos meses sobre os «perigos» que o Iraque representava, como não disseram nos anos que precederam imediatamente o 11 de Setembro de 2001.
De facto, ninguém acredita que se a Administração Bush tivesse escolhido outro «mau» para a fita, no que toca a Portugal, de Vasco Graça Moura a Luís Delgado, de Vasco Rato a José Manuel Fernandes [então director do Público], do pessoal quase todo do «Independente» a Henrique Monteiro, andassem todos a falar dos vastíssimos arsenais de armas químicas e biológicas de que o Iraque supostamente dispõe (mas que centenas de inspectores em centenas de visitas não descobrem) ou das supostas ligações do Iraque ao terrorismo internacional (que nenhuns generosos milhões de dólares ainda ajudaram a «provar»).
E, assim sendo, tem-se necessariamente de concluir que, aqui e lá fora, a maior parte dos defensores, em termos de opinião publicada, da bondade, legitimidade e carácter imperioso da agressão norte-americana ao Iraque o fazem não por um juízo soberano e livre sobre o estado do mundo e os seus perigos mas porque há que seguir a agenda, as opções, os interesses e as ordens do inquilino da Casa Branca e do sistema que protagoniza.
A segunda evidência, obviamente tributária da primeira, é o peculiar entendimento que os defensores da guerra, ao longo dos últimos meses, demonstraram ter seja do direito internacional (quase tratado como velharia sem préstimo) seja das organizações internacionais e designadamente da natureza e papel da ONU.
Para já não falar daqueles que repetidas vezes falsificaram o verdadeiro texto da Resolução 1441, basta dizer que, sem corarem de vergonha, não foram poucos os que, sempre como os EUA sustentavam, se esfalfaram a proclamar que aquela Resolução contemplava a «automaticidade do recurso à força» (com dispensa de qualquer nova apreciação ou Resolução do Conselho de Segurança).
E isto apesar de ser evidente que o texto não autorizava tal concepção e de se saber, pelos próprios documentos oficiais da ONU, que essa concepção foi «rejeitada pela maior parte das delegações» no debate que o Conselho de Segurança realizou em 16 e 17 de Outubro de 2002, a pedido da África da Sul que, em nome do Movimento dos Não-Alinhados, tinha manifestado o temor de que uma nova Resolução impusesse «deliberadamente ao Iraque modalidades de cooperação impossíveis de aceitar ou de satisfazer» e tivesse em vista «caucionar, de facto, o recurso à força».
E foi também por deliberada submissão a estas doentias concepções que foi possível ver, semana após semana, tantos comentadores alinhados pela guerra a sentenciarem, sem se desmancharem, que a referência da Resolução 1441 às «graves consequências» a que o Iraque se exporia em caso de incumprimento daquela Resolução significava, sem margem para dúvidas, a atribuição aos EUA de um mandato para desencadearem a guerra contra o Iraque.
A terceira evidência é que os EUA nunca agiram de boa-fé nas Nações Unidas e sempre a olharam como o útil e conveniente tabelião para dizer amen à sua estratégia e às suas opções e que os EUA se arrogam o direito de se armarem em exclusivos juizes e intérpretes autênticos das Resoluções da ONU e do seu cumprimento, e que os EUA estavam tão empenhados nas inspecções pelo lado das fabulosas possibilidades de recolha de informações e de espionagem quanto dispostos a desprezar de forma acintosa todos os testemunhos, relatórios e opiniões dos inspectores que não coincidissem com os seus pontos de vista.

06 julho 2016

Eu bem sabia que ...

... há cogumelos venenosos


Achem-lhe graça e esqueçam-se da natureza do escorpião e depois vão ver...

05 julho 2016

Santa paciência

Outra vez o «bunker»
da Soeiro Pereira Gomes


Na penúltima Visão, numa longa peça dedicada a Jerónimo de Sousa, a dado passo, podia-se ler : «Por agora, mergulhemos nas paredes de vidro do bunker da sede do PCP, na Soeiro Pereira Gomes, nome que, pela segunda vez, surge nesta prosa, desta feita, por ser placa toponímica.»

Por isso, embora sem qualquer esperança de matar este e outros mitos longamente enraizados no jornalismo português, limito-e a transcrever o que aqui escrevi aqui em 9.11.2013:

04 julho 2016

Venha um módico de espírito crítico

Estamos todos a
cair no diz que diz ?



Eu sei que Reuters não é um nome qualquer mas também não creio que seja o Oráculo de Delfos nem que as suas fontes não identificadas mereçam um confiança cega. E, depois, acontece que nem todos temos obrigação de ser licenciados em Finanças Públicas e é mais que certo que, compreensivelmente, 99,99% dos portugueses não fazem a mais pequena ideia de como é que em Julho de 2016 é possível «corrigir» o défice há muito apurado para o ano de 2015.

03 julho 2016

Para o seu domingo

Voltando sempre 
a Sílvia Perez Cruz



Estamos sempre a aprender

E viva o amiguismo político !


Do alto da sua cátedra em Georgetown e da sua qualidade de palestrante a 75.000 dólares, Durão Barroso já havia cometido a proeza de declarar que a aplicação a Portugal de sanções pelo défice de 2015 (governo de Passos e Maria Luís) dependia do que o actual governo dissesse ou fizesse. Agora vem Maria Luís diz isto, ou seja, que os números não mudariam mas que, como a ministra, o governo e a política seria o mesmo, o Eurogrupo e Comissão Europeia já fechariam os olhos.. Obrigado, srª drª, por classificar as instituições europeias como uma pandilha de amigos políticos.