23 abril 2016

Nos 400 anos da sua morte

Rufus Wainwright
celebra Shakespeare







Porque hoje é sábado ( )

Promise and the Monster


 A sugestão musical deste sábado traz-vos a cantora sueca Billie Lindahl que actua com o nome artistíco de Promise and the Monster.



21 abril 2016

Deserções e guerra colonial

Uma indispensável rectificação


Público dedica hoje, e muito bem, duas páginas, à edição do livro «Exílios-Testemunhos  de Exilados e desertores Portugueses na Europa (1961-1974». E devo registar com satisfação que, ao contrário do que já aconteceu no passado,  em nenhum dos depoimentos prestados para esta peça encontro qualquer pretensão de superiodade ou de «mais coragem» em relação às centenas de milhar de jovens portugueses que foram forçados a fazer as guerras coloniais.

Encontro porém uma falsificação ou ignorância a que uma historiadora parece dar aval. É a seguinte:

Face a isto, é imperioso esclarecer que é completamente falsa a asserção de que o PCP só defendia a deserção já no teatros de guerra pois, como  se pode demonstrar, entre muitos outros exemplos, pelas duas passagens abaixo assinaladas a vermelho, uma das quais diz expressamente que «a deserção é um acto de protesto contra a política colonial do fascismo. Os jovens não se apresentem à inspecção, abandonem os quartéis, recusem-se a embarcar.»


aqui
E, por fim, por causa de velhas e persistentes deturpações em torno desta matéria aqui deixo a Resolução do Comité Central de Julho de 1967 que, tendo como destinatários os militantes do Partido, afinou uma orientação já muitíssimo anterior :
Avante! nº 382 de Setembro de 1967)


Sem pingo de vergonha

Pura demagogia,
aldrabice contumaz

No Público de hoje, João Miguel Tavares, o engraçadinho contratado para a última página do jornal, consegue, sem tibutear, alinhavar esta patente aldrabice embrulhada na mais descarada demagogia reaccionária:

É isso mesmo: aventesmas como JMT obrigam assim um pacato cidadão como eu a salientar o que devia já ser cristalino, a saber designadamente :

Excluindo os que recebem pequenas pensões que não estão associadas a carreiras contributivas, todos os pensionistas ou reformados recebem pensões ou reformas não como dádivas do Estado ou dos governos mas sim em relação directa com os descontos que eles e as suas entidades patronais fizeram ao longo de toda uma vida de trabalho;
Os trabalhadores da função pública recebem salários não por privilégio estatal mas pelo seu trabalho, exactamente, embora certamente menos, como JMT recebe do Público e do Governo Sombra»;


O subsídio de desemprego e outras prestações sociais são pagas pelo Orçamento da Segurança Social, cujas receitas já descrevemos e não directamente pelos nossos impostos.

E pronto, conversa acabada porque a desonestidade política e intelectual não merecem a honra de mais chibatadas.

Adenda: No Facebook, João Ramos de Almeida alerta com oportunidade :  «Atenção, trata-se de um erro comum: Não há 3,6 milhões de pensionistas; há 3,6 milhões de pensões! A Segurança Social apenas fornece estatísticas sobre o números de pensões, quando há pensionistas que acumulam, por exemplo, uma pensão de velhice com outra de sobrevivência por morte do cônjuge."