18 janeiro 2014

No 30º aniversário da sua morte

Saudades do Ary...





Gisela João canta Meu Amigo está longe

Susana Félix (Rua da Saudade)
canta Canção de Madrugar



Ana Bacalhau canta Estrela da Tarde


... e glória aos revolucionários
do 18 de Janeiro de 1934
na Marinha Grande 


no Forte de Peniche
 ver programa comemorativo aqui

Porque hoje é sábado ( 358 )

James Vincent McMorrow

A sugestão musical de hoje incide sobre
o cantor irlandês, agora temporariamente
radicado nos EUA, James Vincent
McMorrow
, cujo ultimo álbum se intitula
Post Tropical.







17 janeiro 2014

Vergonha para quem a ela fica ligada !

Consumou-se uma das maiores
fantochadas parlamentares de sempre


E consumou-se graças sobretudo à hipócrita abstenção dos deputados do CDS que se declararam muito ralados com as despesas de um referendo mas depois abstiveram-se, sabendo perfeitamente que neste caso as abstenções não modificavam em nada o resultado da votação.



Ah sim, senhores constitucionalistas ?
Então tomem lá com a
lei orgânica do referendo !
Sobre este artigo é uma evidência do tamanho do mundo que não faria nenhum sentido exigir à iniciativa popular  algo - a apresentação de projecto de lei relativo à matéria a referendar - que não se exigiria aos deputados. Mais: a inanidade desta tese de que se pode dispensar a relação de um referendo com um acto legislativo em curso na AR fica bem à vista com esta hipótese: um partido apresentava um projecto de resolução sobre uma matéria qualquer constitucionalemente referendável, ele era aprovado, operava-se toda a tramitação normal e os portugueses eram chamados a votar; entretanto, depois, acontecia que nenhum partido apresentava qualquer projecto de lei (uns porque tinham sido derrotados e outros porque entretanto tinham mudado de direcção ou oprientação), coisa a que não há maneira de obrigar ninguém. Resultado: os portugueses votavam, gastava-se dinheiro com o referendo e não acontecia nada.

E já agora por causa de algumas confusões


Em votação hoje na AR

A história de uma degradante
moscambilha desmontada
tintim por tintim



em texto aqui

16 janeiro 2014

Para além de tudo o mais


Senhores deputados e senhoras deputadas do PSD: se vos baila na cabeça a tentação rasteira, mesquinha e videirinha de, com uma eventual vossa vitória num referendo destes, criarem um falso intervalo no descrédito e isolamento em que amaioria governamental está afundada, não se esqueçam entretanto de uma coisa: é que, antes de lá chegarem se é que chegam, serão generalizadamente gozados e odiados por terem imposto ao país (isto, se o PR, como mandaria um pingo de dignidade e independência, não se recusar a convocá-lo) uma campanha eleitoral e uma votação nacional sobre um tema que é da perfeita competência da AR, numa altura em que a maioria dos portugueses, por força de brutais cortes que nunca foram sujeitos a referendo, todos os dias conta os euros que já gastou e os que lhe sobram.

P.S.: Como bem explica Isabel Moreira no Público de hoje, a proposta de referendo congeminada pelos meninos da JSD (e agora necessariamente abençoada por Passos Coelho) depois de seis meses de debate parlamentar sobre o assunto é manifestamente ilegal pois versa sobre duas matérias distintas e uma das quais não está em processo legislativo quando a lei orgânica do referendo exige que um referendo só possa abordar uma matéria e que a mesma tenha sido objecto de um projecto ou proposta de lei apresentado no Parlamento.E, a este propósito, recorde-se que as propostas de referendo têm que ser obrigatoriamente sujeitas à apreciação do Tribunal Constitucional.

15 janeiro 2014

Um grande poeta argentino

Na morte de Juan Gelman
(1930-2014)



El juego en que andamos

Si me dieran a elegir, yo elegiría
esta salud de saber que estamos muy enfermos,
esta dicha de andar tan infelices.
Si me dieran a elegir, yo elegiría
esta inocencia de no ser un inocente,
esta pureza en que ando por impuro.
Si me dieran a elegir, yo elegiría
este amor con que odio,
esta esperanza que come panes desesperados.
Aquí pasa, señores,
que me juego la muerte.


HACIA EL SUR

te amo señora como al sur
una mañana sube de tus pechos
toco tus pechos y toco una mañana del sur
una mañana como dos fragancias

de la fragancia de una nace la otra
o sea tus pechos como dos alegrías
de una alegría vuelven los compañeros muertos en el sur
establecen su dura claridad

de la otra vuelven al sur vivos por
la alegría que sube de vos
la mañana que das como almitas volando
almando el aire con vos

te amo porque sos mi casa y los compañeros pueden venir
sostienen el cielo del sur
abren los brazos para soltar el sur
de un lado les caen furias del otro

trepan sus niños abren la ventana
para que entren los caballos del mundo
el caballo encendido de sur
el caballo del deleite de vos

la tibieza de vos mujer que existís
para que exista el amor en algún lado
los compañeros brillan en las ventanas del sur
sur que brilla como tu corazón

gira como astros como compañeros
no hacés más que subir
cuando alzás las manos al cielo
le das salud o luz como tu vientre

tu vientre escribe cartas al sol
en las paredes de la sombra escribe
escribe para un hombre que se arranca los huesos
escribe la palabra libertad



e ainda o Quarteto de
Manuel Cedrón cantando

 Balada de un Hombre
que se Calló la Boca


Ontem, no Palácio do Eliseu

Hollande revelou casamento !


Interrogado pelos jornalistas, durante a conferência de imprensa ontem realizada, sobre se tencionava casar com a actriz Julie Gaynet, François Hollande respondeu: «Um pouco mais de atenção, senhores e senhoras jornalistas ! A comunicação que acabo de fazer mostra que eu já sou casado com a política de austeridade e com a ... Alemanha !».

Comentário de Pierre Laurent,
1º secretário do PCF:

C’est un véritable « pacte d’irresponsabilité sociale» qu’a présenté François Hollande au cours de sa conférence de presse. Ses annonces sont une attaque profonde, un dynamitage en règle du modèle social et républicain français. En proposant la fin des cotisations familiales patronales, le Président de la République a répondu à une vieille exigence de classe du MEDEF et fait un nouveau cadeau de 30 milliards au patronat après les 20 milliards du CICE. Les contre-parties exigées, elles, sont du vent. Pire, elles ne relèveraient que de négociations de branche que le Parlement est déjà appelé à entériner. Autrement dit, c’est la fin de toute législation sociale nationale !

La méthode proposée est, elle aussi, inacceptable. Le Président se donne 6 mois pour mettre en œuvre son pacte. Le Parlement et les organisations de salariés sont sommées de se soumettre aux exigences du patronat. La réforme institutionnelle dessinée par le Président est un profond coup porté à la démocratie.

Les communistes avec le Front de gauche seront mobilisés pour faire échouer le plan présidentiel. Je réitère ma proposition de pacte de solidarité à l’ensemble des militants de gauche pour créer les conditions de mise en œuvre d’une politique de gauche que le Président a décidé d’abandonner.

"O dinheiro não dá a felicidade"

Olha, olha, estudo jeitoso
confirma velhíssima
ideia


no Público de hoje
O que nunca ninguém explica é se a falta dele dá.

14 janeiro 2014

Contra a corrente, marchar, marchar

Crónica de um enfado

De repente,  e por alguma má ou boa razão, uma data de gente (Ricardo Costa, Henrique Monteiro, Daniel Oliveira, Paulo Rangel e outros), resolveu envolver-se numa discussão sobre o sistema eleitoral português designadamente para a A.R. e lá voltam, com diferenças de opinião é certo, as conversas sobre círculos uninominais, sobre escolhas preferenciais de candidatos pelos eleitores, sobre a redução do papel e poder dos partidos ou das suas estruturas na elaboração das listas e por aí fora. E até há quem - Henrique Monteiro - consiga titular um seu artigo desta forma «Uma proposta eleitoral que assusta ainda mais os partidos» esquecido de que, no essencial, nesse seu artigo o que veio defender foi uma pérfida e complicada proposta apresentada há mais de 18 anos pelo PS e sem objecções de fundo por parte do PSD.

Eu sei que muitos leitores terão boas razões para ver nisto uma afirmação do meu ego, mas não posso deixar de dizer que, se eu tivesse paciência e disposição para colocar online (em «os papéis de alexandria») os principais textos que, sobre estas matérias escrevi nos últimos 30 anos, certamente muitos compreenderiam e desculpariam o meu actual enfado.

É esse enfado que me leva a este respeito a salientar de momento apenas o seguinte:

1. Não se pense que sou um acérrimo defensor do actual  sistema eleitoral para a AR (só o serei por comparação com outros desgraçadamente  piores)  e não sou porque este é ainda insuficientemente proporcional (e só se pode transformar  em mais proporcional com a agregação  de distritos e/ou com aproveitamente de restos de votos);

2. Mesmo que algumas personalidades não tenham essa intenção, considero que os eixos centrais desta discussão, enviesando o debate para a escolha dos candidatos ou protagonistas políticos (sem dúvida importantes),  acabam, e com maior gravidade nas actuais circunstâncias nacionais, por desviar as atenções da evidência maior de que o fulcro está nas políticas propostas  ou realizadas e não tanto nas pessoas concretas que as executam.   

3. Relembro aos comentadores e politólogos porventura distraídos que, por mais voltas que derem e sejam quais forem as rtegras internas que os partidos adoptarem, uma coisa nunca mudará: ninguém se candidatará por  partidos sem o aval das respectivas direcções nacionais pois são elas que detêm (e não se vê como de outra maneira pudesse ser) o exclusivo poder de representação legal e jurídica dos partidos.

4.
Estou mortalmente cansado da bafienta mas milagrosamente sempre jovem patacoada de, com círculos uninominais «t
oda a gente saberia quem é o seu deputado, o representante do seu círculo» (Henrique Monteiro) e, pela enésima vez, volto a dizer  que esta ideia de, para todos, haver um «representante do seu círculo» é uma  aberração antidemocrática pois eu e muitos outros que votamos CDU numa circunscrição eleitoral uninominal  em que  manifestamentamente  só pode ser eleito um candidato do PSD ou do PS  não nos sentiremos por eles representados e, em relação a eles, não queremos nenhuma «proximidade» mas sim distância.

P.S. só para lembrar que, 10 meses depois, continuo à espera de resposta para estas  

Volta não volta, a mesma conversa de chacha

Por favor,
ajudem-me a perceber


no i
Repito outra vez o que ele disse, ou seja que os limites que ele tinha posto já foram claramente ultrapassados mas «o acordo mantém-se porque nem sequer foi cumprido pela parte do governo». Tudo visto, o governo tem boas razões para também querer um «compromisso importante» com a UGT no pós-troika pois pode perfeitamente não o cumprir que isso só será visto por Carlos Silva como uma razão para o manter.