09 janeiro 2013

Quanto mais tarde, pior

Conheça a urgência
em demitir os capachos

É claro que agora aguardo ansioso que
 a srª Lagarde volte a falar os erros de previsões
 do FMI e dos malefícios da austeridade.




  • FMI sugere cortes até 20% nas pensões e subida da idade da reforma
  • Governo tem margem para voltar a subir taxas moderadoras na Saúde
  • FMI diz que chegou a hora das reformas "inteligentes"
  • FMI admite dispensa de 50 mil entre professores e pessoal auxiliar
  • Função Pública volta a ser a mais visada no corte de quatro mil milhões
  • FMI aponta baterias a forças militares e polícias portugueses
  • Cortes na Função Pública devem atingir salários mais baixos e serem permanentes
  • Dois anos na mobilidade especial pode conduzir ao despedimento
  • FMI sugere delegação de competências de ensino nos privados
  • Subsídio de desemprego continua demasiado longo e elevado
  • (hoje, no Jornal de Negócios)
  • Mais uma vez na manchete não coube tudo

    Com tal pergunta, não me admira

    Talvez para surpresa de alguns, devo dizer que não me espanta  nem incomoda por aí além o resultado desta sondagem do i. Para além das margens de incerteza que estas e outras sondagens sempre têm, como houve 41,5% dos inquiridos a responder que «não concorda»,parece-me patente que este resultado tem que ver com o facto de  a pergunta incidir expressamente sobre o pagamento de propinas pelas «famílias com mais rendimentos» (expressão por mim acrescentada na imagem acima). Fosse ela só sobre o pagamento de propinas no básico e secundário sem mais e outro galo cantaria.  Basta ter um mínimo de intuição sobre psicologia social para admitir que, face a uma pergunta que fala de famílias com mais rendimentos, muitos inquiridos devem ter achado que o assunto não era com eles mas com outros.

    08 janeiro 2013

    Alto e pára o baile !

    Se é o que parece, é
    absolutamente inaceitável e intolerável





    Pode ser que seja apenas uma imprecisão jornalística e também pode ser que seja rigorosamente assim porque há uns meses realizou-se uma reunião da Concertação Social de que a CGTP foi ilegal e absurdamente excluída.

    O que é certo é que há hoje no Público uma notícia que arranca assim (atenção ao meu sublinhado): «O Governo (...) e os parceiros sociais que assinaram no início do ano passado um acordo tripartido com o executivo vão começar hoje as negociações que devem levar a nova redução das indemnizações por despedimento seja feita de forma faseada e com entrada em vigor mais democrada».

    Ou seja, nos termos desta notícia, a CGTP estaria excluída desta discussão porque ao contrário da UGT, que aceitou vergonhosamente a baixa das indemnizações para 20 dias, não assinou tal acordo.

    Ora creio firmemente que num órgão como o Conselho de Concertação Social é absolutamente ilegítima a constituição no seu interior de um núcleo constituído apenas por aqueles que antes assinaram determinado acordo e que a CGTP tem todo o direito de se pronunciar nas reuniões da Concertação Social sobre as matérias agora em discussão, independentemente de ter assinado ou não um anterior acordo.


    Dito por outras palavras mais secas mas não menos verdadeiras: pode ser significativo e criticável mas não há forma de impedir que, fora da Concertação Social, haja partes integrantes que podem combinar em privado ou em público as moscambilhas que quiserem mas ,dentro da Concertação Social, tudo tem de estar à vista de todos e com direito à intervenção de todos. E andarão mal e estarão distraídos os que não perceberem a gravidade de entorses e discriminações como estas.

    Adenda em 9/1: O Público explica hoje que se tratou de um «encontro privado» entre o  ministro da Economia e os signatários do anterior acordo. Fica provado que, apesar de tudo, vale a pena estar atento e denunciar flagrantes abusos.

    Agora é o "Público"

    Eles não se calam,
    eu também não


    Luís Fazenda, António Filipe e José Luís Ferreira
    entregam o pedido do PCP, BE e Os Verdes


    Eu sei que os leitores já devem estar fartos de posts sobre a fiscalização do OE/2013 pelo Tribunal Constitucional e alguns mais próximos são mesmo capazes de achar que há aqui uma costela de fracassado estudante de Direito do dono desta chafarica.

    Acontece porém que eu não consigo ficar impávido e sereno quando em editorial sob o título «A banalização do Constitucional», vejo o Público sentenciar hoje o seguinte: «O que está em causa é portanto a remissão da batalha política já desenrolada no Parlamento para a égide dos juízes do  Constitucional. O que esta febre fiscalizadora denota é, por isso, uma tentativa de instrumentalização e de judicialização da política». Depois das primeiras diligências, , todas as que se sucederam e prometem suceder são apenas expedientes capazes de produzir muito ruído e escassos resultados concretos. Um drama que prova não só o crescente isolamento do governo, como o fervor da oposição e de organizações socio-profissionais em acelerar a sua queda. Deviam fazê-lo pela política. Porque ao optarem pela via constitucional estão a banalizar um instrumento que reclama outra gravidade e respeito.»

    Para além do que já disse aqui (ver 2º parágrafo) e que é o essencial, é manifesto que o Público nem sequer percebe coisas tão elementares como que as «primeiras diligências» não podem retirar a quem tenha esse direito o desejarem ver apreciados outros pontos do OE, que os pontos que forem comuns nos diversos pedidos, apreciados uns o trabalho do TC fica feito para todos os pedidos e que, mesmo que o TC não tivesse sido solicitado a intervir, cidadãos que se considerem lesados podem recorrer aos tribunais comuns e, por via de recursos, as suas reclamações acabarem por subir ao TC.

    Resumindo, não há nisto qualquer «judicialização da política» como afirma parvamente o Público mas tão só o legítimo exercício de direitos garantidos pela Constituição e um curso normal da vida política que tem levado a pedidos de apreciação de constitucionalidade de numerosos diplomas sem que se levantasse este onda de críticas (é ser o OE que lhes dói, não é ?).

    Como eles não inovam eu também não tenho obrigação de inovar e, assim sendo, aplico ao editorial do Público o que ontem apliquei a João Carlos Espada, ou seja, que «em certas curvas é que estala o verniz e vem ao de cima a falta de cultura democrática de alguns. »

    Acreditem, por favor, que é...

    ... sem dor de cotovelo


    O blogue «aventar» acaba de lançar um concurso sobre os melhores blogues de 2012 em numerosas categorias, o que certamente lançará grande agitação e frenesim  na blogosfera (esperando-se que nunca mais de volte a falar de «rotativas de ID» ) e, com vista à respectiva votação, pré-seleccionou os seguintes nesta especialidade:



    Saudando a presença nesta lista designadamente do «cantigueiro» e do «entre as brumas da memória», gostaria que os leitores pudessem acreditar que não sinto nenhuma dor de cotovelo por «o tempo das cerejas» não constar e isso por duas razões principais: a primeira é que (seria a coisa mais certa) não gosto de perder nem a feijões e a segunda é que embora «o tempo das cerejas» se ocupe muitíssimo da actualidade política creio que globalmente não se resume a isso, não sendo portanto encaixável em nenhuma das categorias previstas, coisa que só me alegra.


    07 janeiro 2013

    Ainda o fogo sobre Tribunal Constitucional

    Só cá faltava o Espada !



    Na minha vergonhosa qualidade de um dos 23 cidadãos que ainda lêem o João Carlos Espada embora quase sempre em diagonal, venho informar que, em artigo hoje no Público, o Professor em Varsóvia, numa lista de males da actualidade política pátria, inclui isto : «A legitimidade parlamentar é desprezada e repetem-se apelos inflamados a intervenções extraparlamentares - incluindo do Tribunal Constitucional - por forma a promover políticas que cada um prefere mas não foram escolhidas pelo Parlamento.»

    Como Karl Popper não teve tempo para ensinar tudo a J. C. Espada aqui venho eu, qual bom samaritano, explicar ao senhor que a Constituição define de forma claríssima qual é o papel e competências do Tribunal Constitucional, quem pode solicitar a sua intervenção (e aqui até devia permitir que uns milhares de cidadãos pudessem pedir a fiscalização sucessiva de leis, já que é absurdo que um partido com 400 mil votos a não possa pedir) e, nesse sentido, desde o governo à AR passando pelo PR, toda a gente sabe que a intervenção do T.C . é um eixo normalíssimo do curso da vida política e só não lida bem com isso ou os que não têm a consciência tranquila ou gostariam de governar espezinhando (ainda mais) a Lei Fundamental do país.

    E, assim sendo, eu que até peço para que, à esquerda, não se alimente o simplismo de confundir automaticamente constitucionalidade (ou, coisa por vezes diferente, a sua declaração por uma maioria de juízes)  com justeza, bondade ou «santidade» políticas, só me apetece concluir, olhando a frase do longínquo director de A Voz do Povo, que em certas curvas é que estala o verniz e vem ao de cima a falta de cultura democrática de alguns. 

    Pois, nem tudo cabe nas manchetes

    Imodéstia à parte,
    um acrescento útil



    manchete do i de hoje

    "Post" curto, situação grave

    Vamos bem...



    06 janeiro 2013

    Para o seu domingo, a «country» de

    Love and Theft

    Joaquim Aguiar ou...

    ... as últimas do grande politólogo !

    Em entrevista ao Público de hoje, o politólogo Joaquim Aguiar, ex-assessor político de Presidentes da República para vários gostos, faz algumas afirmações que, trazendo muita água no bico, merecem alguns comentários. Assim:

    1. No título da entrevista é logo destacada a sua ideia de que «o real tornou-se inconstitucional». E a isto apenas quero responder que não, dr. Aguiar, não é «o real» ( uma espécie vaga caída do céu aos trambolhões ou de geração espontânea) que se tornou «inconstitucional», isso é apenas uma maneira viciosa e viciada de fugir à verdade de que sucessivos governos ou maiorias parlamentares (em cômputo geral, com grande laxismo do TC) impuseram políticas, orientações e concepções que afrontaram e desrespeitaram a Constituição.

    2. Noutro passo, afirma J. Aguiar que «a Constituição é um produto do imaginário, não é o real. Passados uns anos, o que era possível numa dada circunstância  pode ser alterado. Isto não é violar a Constituição, mas sim reinterpretar a Constituição de acordo com as possibilidades».Sobre isto, apenas quero dizer que há muito tempo que não via em letra de imprensa uma tão desavergonhada teoria ou concepção que, no limite, pode levar a justificar, por via das famosas reinterpretações e da ditadura das «possibilidades», o puro assassinato do primado da Lei Fundamental.

    3. Por fim, invocando a entrada em vigor no passado dia 1 do Tratado Orçamental (ver P.S. em baixo - o tal cujas vastas consequências, se tiver tempo, o actual governo não deixará de atirar à cara do PS que também o votou),  Joaquim Aguiar vem postular que este «também faz parte da estrutura constitucional portuguesa e que a avaliação da inconstitucionalidade do OE passou agora a ser mais complexa e mais subtil» porque «o TC também tem de obedecer a essa leitura do que é o Tratado Orçamental». A este respeito, só quero afirmar que o dr. Joaquim Aguiar está a sonhar com ladrões, que eu saiba a «estrutura constitucional» portuguesa limita~se à Constituição, era o que faltava que todos os tratados internacionais assinados por Portugal fizessem parte dessa estrutura, e que, no caso vertente, o que os juízes do Tribunal Constitucional são chamados a apreciar é a constitucionalidade de normas do OE para 2013, ou seja a sua conformidade com a Constituição, o que já não é pouco e não tem acrescentos, ponto final, parágrafo.

    P.S.:


    Governo face ao TC: um desaforo nunca visto

    E o crime de chantagem
    julga-se em que tribunal ?



    05 janeiro 2013

    Porque hoje é sábado (307)

    Melissa Aldana

    A sugestão musical de hoje é dedicada à
    saxofonista chilena Melissa Aldana,
    cujo último álbum se intitula Second Cycle.




    04 janeiro 2013

    António Costa sobre Cavaco

    Ambos querem a
    quadratura do círculo



    Ontem, verdade seja que sem grande surpresa, lá vi António Costa na «Quadratura do Círculo», em puro tacticismo para não dizer oportunismo, a salientar apenas a relevância de três afirmações de Cavaco Silva na sua mensagem de Ano Novo, ou seja aquelas que o putativo futuro líder do PS achou que podiam ser aproveitadas contra o Governo, a saber a defesa dos consensos políticos, o alerta sobre os perigos de espiral recessiva e a reclamação de uma voz mais activa na Europa.

    Interessado em só aproveitar as do cravo, António Costa esqueceu-se naturalmente de tudo o que na mesma mensagem representa as da ferradura. 

    Não admira nada que assim tenha sido. Bem vistas as coisas e sem ignorar variações em ré menor, o PS e Cavaco têm comum o, em algumas coisas que dizem (malefícios da austeridade, por exemplo), estarem só atrasados 18 meses (por comparação com os que, como o PCP, falaram certo no tempo certo), quererem é ficar bem na fotografia dado o imenso descontentamento popular e quererem a quadratura do círculo (aqui sem comas), ou seja a milagrosa combinação da austeridade  com o crescimento económico e a criação de emprego.

    P.S. (hoje quer dizer post-scriptum e Partido Socialista): quase sempre respeitador da socrática herança anterior, o PS absteve-se hoje na subida do salário mínimo proposta na AR pelo PCP e pelo BE. Os que, de generosas intenções, andam em artigos a pedir que se saiba o mínimo em que PS e PCP e BE se entendem e consideram espantosamente que esse mínimo já seria muito importante, ficam então proveitosamente a saber que nem o aumento salário mínimo cabe nisso.

    Foi há 29 anos

    «Pequenos» crimes de
    uma «grande» democracia


    A ler aqui

    03 janeiro 2013

    Tudo a bem da independência do TC

    Um clama...
    JN
    outro grita...

    e ambos se esquecem disto



    É claro que nestas ocasiões lá vem o choradinho sobre os interesses respeitáveis dos depositantes mas isso não de via fazer esquecer as responsabilidades  de gestores e accionistas, a não ser que estes só sirvam para receber dividendos e nunca para assumir prejuízos, no quadro dessa magnifica invenção que é o «capitalismo sem risco». E agora não consegui encontrar os dados mas até aposto que o Banif passou no último «teste de stress bancário» supervisado pelo BCE.

    O desplante da Agência Fitch ou...

    ... já a formiga tem catarro !

    na 1ª página do DN

    02 janeiro 2013

    Mensagem de Ano Novo do PR

    Projecto rejeitado,
    demissão apresentada


    Por razões de lealdade e transparência, informo os leitores que desde ontem de manhã deixei de exercer funções de assessoria política na Presidência da República depois de ver rejeitado o projecto de mensagem de ano novo do Presidente que havia elaborado e que, aliás em tom moderado, afirmava designadamente o seguinte:

    «(...) Como todos os portugueses sabem , o Presidente da República tem sido um convicto defensor da estabilidade política e, nesse contexto, é oportuno lembrar as inúmeras vezes que apelou ao mais vasto consenso entre as forças políticas em torno de grandes objectivos nacionais, dos rumos a seguir e das medidas fundamentais a adoptar na áspera e preocupante circunstância nacional que hoje vivemos.

    Mas o Presidente da República não pode indefinidamente ver o tempo passar e ver as mais importantes previsões serem repetida e irremediavelmente derrotadas pelos factos , ver a crise económica a acentuar-se, ver uma crise social de aflitivos contornos de carência,  desigualdade e sofrimento a avolumar-se para patamares antes impensáveis, ver o desemprego atingir a dimensão de um pesadelo e de um drama colectivo, ver a perspectiva de um horizonte de esperança, de viragem  e de futuro a esfumar-se e permanecer agarrado a fórmulas que, no seu conjunto e pela sua permanência e imobilismo, cavam um fosso cada vez maior e mais perigoso entre a sociedade política e os cidadãos portugueses.

    É pois chegado o tempo de  o Presidente da República, com plena consciência do peso institucional e consequências das suas palavras, afirmar perante os portugueses que a estabilidade política não pode ser um valor em si mesmo. Mais: é tempo de o Presidente da República afirmar perante o país, com idêntico sentido da responsabilidade, que se torna cada dia mais um formalismo insustentável pensar que está assegurado «o regular funcionamento das instituições democráticas» referido na Constituição quando, no contexto de mais alargados problemas e dificuldades, se torna agora uma grande evidência que não se está a adoptar uma política de sacrifícios temporários que permitam uma próxima recuperação económica e, com ela, uma efectiva consolidação orçamental, mas antes a destruir e dinamitar as bases, os recursos, as energias materiais e humanas sem as quais nem sequer a prazo haverá crescimento económico e uma significativa melhoria das actuais condições de vida da população.

    Portugueses e portuguesas:

    Neste quadro que sinteticamente acabo de expor,  entendo salientar que dar a palavra ao povo, sendo uma decisão de indiscutível delicadeza e melindre político,  pode vir a constituir a clarificação democrática mais adequada à sombria, dilacerante e frustrante situação política que vivemos.

    Anuncio por isso que enceto hoje um processo de consultas alargadas e de ponderação pessoal sobre esta matéria e que, tão breve quanto possível, dele e das correspondentes conclusões darei conta aos portugueses.

    Parto para esse processo de reflexão sem decisões previamente tomadas no meu pensamento mas parto também com a profunda convicção de que esperar sem esperança não é atitude que sirva o presente e o futuro da Pátria que amamos. (...) »

    31 dezembro 2012

    De novo com os «Pink Martini»

    Brindemos à esperança,
    às convicções e à luta !




    Lamento não saber responder

    E não podemos passar já para .... ?



    Não, não podemos e, mesmo que pudessemos saltar 2013, não sei de quem possa garantir que número colocar em vez do ponto de interrogação. Porque, e esse é o ponto essencial, o que os portugueses e o país estão a sofrer não é uma tempestade ou mesmo furacão destruidor de curta duração, antes é um programa fria e deliberadamente premeditado para promover um duradouro e trágico retrocesso social e económico e um processo de empobrecimento colectivo (repito outra vez sem temor: o mais súbito dos últimos 80 anos !) na sociedade portuguesa. E por isso, neste dia, só me cabe, homenagear todos e todas os e as que lutaram em 2012 e dizer que não outro caminho para que, em vez do ponto de interrogação, conquistemos o número mais baixo que for possível (de preferência o 3).
    15 de Setembro

     
    29 de Setembro

    Velhos são os trapos ou...

    ... o meu filme de 2012



    É certo que vi muito poucos mas, quero lá saber,
    Amor de Michel Haneke é o meu filme de 2012.
    Um filme com duas interpretações sublimes
    de Jean-Louis Trintignan e Imanuelle Riva,
    um filme que magoa os olhos e a alma
    mas os torna mais límpidos e sensíveis,
    um filme absolutamente não recomendável
    para os que julgarem que vão ser
    eternamente jovens e belos.

    29 dezembro 2012

    Porque hoje é sábado (306)

    Carla Morrison
    A sugestão musical de hoje distingue
    a cantora mexicana Carla Morrison




    Conselho ao «Pedro e Laura»

    Tantos assessores e
    nenhum lhes explica ...
    Pedro e Laura

    ... que, quando as coisas estão no ponto a que chegaram, melhor seria ficarem caladinhos e quietos.

    28 dezembro 2012

    Calma, muita calma

    Já falta pouco !


     manchete do CM de hoje

    Uma fonte do Ministério das Finanças confirmou ao JdA que está já em fase adiantada o estudo da preparação para 2013 da privatização das Berlengas (para resort turístico) e de cerca de um terço das praias portuguesas.. Esta fonte fez questão de precisar que, por força de limitações constitucionais, não se tratará de um ponto de vista técnico de um privatizações mas sim de «concessões» que, por razões de rentabilidade para os futuros investidores, possivelmente terão de ser pelo prazo de 50 anos. Aquela fonte acrescentou também que com estas medidas, o Estado deverá vir a encaixar 1.500 milhões de dólares.


     PARTE II
    Organização económica

    TÍTULO I
    Princípios gerais


    Artigo 80.º

    Princípios fundamentais
    A organização económico-social assenta nos seguintes princípios:
    a) Subordinação do poder económico ao poder político democrático;

    b) Coexistência do sector público, do sector privado e do sector cooperativo e social de propriedade dos meios de produção;

    c) Liberdade de iniciativa e de organização empresarial no âmbito de uma economia mista;
    d) Propriedade pública dos recursos naturais e de meios de produção, de acordo com o interesse colectivo;
    e) Planeamento democrático do desenvolvimento económico e social;
    f) Protecção do sector cooperativo e social de propriedade dos meios de produção;
    g) Participação das organizações representativas dos trabalhadores e das organizações representativas das actividades económicas na definição das principais medidas económicas e sociais.

    Nada de populismos !

    Vá lá, não sejam invejosos

    Sim, por favor estimados leitores, face a esta manchete do DN, não cedam à onda populista soprada pela esquerda arqueológica e demagógica sempre pronta a promover sentimentos colectivos de inveja em relação aos que não só têm incomparável mérito pessoal como, em boa verdade, são as principais alavancas da criação de riqueza nacional e portanto beneficiam todos os portugueses.
    E, também por favor, não se fixem nos elevados milhões auferidos porque, como todos sabemos ou podemos calcular, para cada nível de rendimentos cada nível de despesas ou encargos ( (no caso, três carros, casa própria na cidade e na praia e ainda um monte alentejano, filhos  a estudar nos EUA, férias nas Maldivas e em Aspen, etc., etc.).
    Reparem sim que estes esforçados gestores apenas tiveram um miserável aumento de 4% enquanto pensionistas, reformados, trabalhadores do sector privado e do público tiveram em 2012 aumentos salariais médios de 10%.
    E, outra vez por favor, nunca esqueçam que a harmonia entre as classes sociais é um pilar fundamental da nossa sociedade.

    27 dezembro 2012

    Lá como cá

    O papel e o teleponto aguentam tudo

    No El País de 26, lá vinha naturalmente uma página inteira dedicada ao discurso de Natal do Rei de Espanha, Juan Carlos Alfonso Víctor María de Borbón y Borbón-Dos Sicilias.  O jornal regista como lhe compete o cuidado look que «a poderosa equipa de comunicação» da Casa Real aplicou a esta comunicação: o rei encostado à frente da secretária, fotos (a da caçada do Botswana não) e livros cuidadosamente escolhidos (a Constituição, of course). E eu, pelas largas citações do jornal espanhol, registei, a qualidade literária e criativa do discurso (chapeau, senhores ghost writers), mesmo que lá estivessem a cansadíssima milonga de que «a austeridade e crescimento devem ser compatíveis» (digam-se uma caso nas últimas décadas) e a agora muito moderna reivindicação do regresso da «grande política» (como se a economia e as finanças que temos não fossem as expressões de uma certa política).

    Entretanto, acontece que, segundo o El País, preferiu «falta de trabalho» a «desemprego», e, entre muito mais coisas, não falou dos desepejos nem da Catalunha. O que, embora a anos-luz do brilho dos redactores do dircurso do Rei, me leva a inventar uma nova máxima: «diz-me do que não falas ou não falas suficientemente e dir-te-ei com o que me pretendes anestesiar e endrominar.»

    E, para fechar, fiquem com a crónica de Maruja Torres no El País de hoje dedicada precisamente aos «discursos»:

    Las Felices Fiestas suelen presentar territorios peligrosos, minados por polvorones y parientes no deseados, así como por la modalidad discurso de racimo, arma tediosamente letal que multiplica sus efectos soporíferos cuando, después, los medios dan en destripar, desde cualquier ángulo, la redundante palabrería. Los discursos son jerárquicos, de tal modo que el señor Rajoy, respetuoso con el Rey y el Papa, ha tenido el detalle de colocar su deposición el Día de los Inocentes, lo cual me parece de lo más propio pues, cuando incumpla lo que prometerá en tal fecha —si es que resulta inteligible que promete algo— podrá aducir que se trataba de la típica inocentada, como cuanto lleva dicho en su año de mandato.

    Siempre que se produce un evento de este tipo y, en especial, cuando el orador es del más alto fuste, viene a mi mente esa biblia laica de consulta permanente —debería hallarse en todas las mesitas de noche y emitirse en todos los colegios, desde la enseñanza primaria— titulada La vida de Brian. Creo que tanto el Rey como el Pontífice y el presidente del Gobierno, y asimismo los mandatarios autonómicos, los alcaldes y el caso Botella, deberían visionar la secuencia del Sermón de la Montaña, en versión Monty Python, antes de currarse los ensayos.
    ¿Que dice qué? ¿Qué panes? ¿Qué peces? ¡Más claro, que no se entiende! Tales podrían ser las quejas de nosotros los ciudadanos —o quizá súbditos— cuando ejercemos de Brian y su madre. Confieso que la mayoría de las veces, como ellos, al final prefiero la lapidación. Es más honrada. Que te turren a retórica con lo que tenemos encima me parece una muestra de impotencia, y de querer salvar el cuello, patética y lamentable.
    Me horroriza pensar que no solo ya no quedan actores como antes. Además, han muerto los guionistas.

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    P.S.: Os defensores da política do governo andam radiantes com o chamado caso «Baptista da Silva.» Eu não posso ter simpatia por aldabrões (mesmo que também digam coisas certas) mas quero declarar para a acta que, desculpem lá, há em Portugal aldrabões que fazem um milhão de vezes pior ao país do que Artur Baptista da Silva.

    26 dezembro 2012

    Armas nos EUA

    Depois dos «maus», 
    é tempo de falar dos «bons»



    aqui

    Depois de, a respeito do massacre de Newton, ter «atirado» sobre a National Rifle Association, é justo chamar agora a atenção para o Brady Center to Prevent Gun Violence, organização  que acaba de lembrar a toda a gente quantas pessoas já morreram vítimas do uso de armas depois de Newton.


    aqui

    25 dezembro 2012

    Ofensa à cristandade

    Transformar o dia
    de Natal no 1 de Abril





    Relembrando apenas  o último parágrafo deste post, basta-me escrever que, quando o abismo entre as palavras e a realidade é tão chocante, manifesto e escandaloso, uma pessoa até pode dispensar qualquer comentário.

    Mais duas canções de Natal agora por

    Florence and
    The Machine 
    e Neko Case




    24 dezembro 2012

    Canções de Natal por

    Harry Belafonte 
    e The Beach Boys







    Mary’s Boy Child





    Little Saint Nick

    Nobel da Economia 2013 ?

    Grandes águias: aumentar os impostos
    e conseguir baixar as receitas fiscais !

    Gaspar, (não, o gato do Honório Novo está inocente), bem podes rasgar o canudo !

    23 dezembro 2012

    Hoje o punk rock dos

    Metz




    O cronista clown (sem ofensa para a profissão)

    Mais uma do eremita rezingão


    Na sua crónica de ontem no blico, a propósito da Constituição e das condições em que foi elaborada, entre outras «tropelias» do PREC, Vasco Pulido Valente citava «o cerco ao Parlamento» e eu estoicamente resisti à tentação de perguntar pela 224ª vez se alguém me encontra nas fotos da época algum pano ou cartaz da manifestação dos trabalhadores  da construção civil que seja relativo à elaboração da Constituição ou se alguém me mostra um recorte da época onde sejam relatadas as reivindicações que esses trabalhadores dirigiram ao Presidente da Assembleia Constituinte ou aos seus deputados.

    Hoje, na sua crónica, o eremita rezingão de Benfica dedica-se à cultura e sentencia, sem apelo nem agravo que «durante trinta anos de absoluta liberdade,  não apareceram "actividades culturais" de qualidade e consequência» e que «em 2012, continua a não haver cinema, teatro, dança, ballet e tudo o resto», além do mais assim ofendendo não apenas a verdade mas insultando centenas e centenas de animadores e criadores culturais e artistas das mais diversas áreas.

    É claro que VPV é mais antigo mas não sei se os leitores se lembram que há uns anos esteve na moda um economista chamado Arroja que conseguia ser lido precisamente pelo seu soberbo espectáculo de parvoíce e reaccionarismo. Pois VPV é uma espécie de Arroja para todos os assuntos. É certo que continua a ser muito lido mas, como eu, desconfio que muitos já o lêem como uma espécie de clown da crónica de imprensa.

    Generoso por feição, tendo sempre a pensar que Vasco Pulido Valente é daqueles cidadãos que, desde muito cedo, criaram um personagem e depois ficaram para todo o sempre prisioneiras dele.

    22 dezembro 2012

    Porque hoje é sábado ( 304 )

    Blouse

    A sugestão musical de hoje destaca
    a banda norte-americana Blouse