29 maio 2012

O tempo da questão de fundo

Faltam muitas fotos nestas notícias

Até aqui, talvez por razões de epiderme, tinha evitado escrever sobre o chamado caso das «secretas», o que também se justificava porque muitos outros têm dito o essencial e acertado na mouche
Escrevo para sublinhar que o centro das atenções não deve ficar reduzido a Silva Carvalho e  seus comparsas mais directos que já foram objecto de uma acusação pelo Ministério Público caracterizada por uma devastadora densidade de factos concretos.
Agora, o essencial é obter resposta sobre como foi possível tudo isto acontecer nos serviços de informações e saber o que por lá continuará a acontecer. Agora importa perceber porque é que o Prtimeiro-Ministro correu a manter a confiança política em Júlio Pereira, o homem diante de cujas inexistentes barbas tudo se passou. Agora importa regressar ao tema da fiscalização dos serviços de informações e recordar quantas vezes o Presidente do Conselho de Fiscalização eleito pela AR disse que estava sempre tudo bem. Agora importa lembrar que em todas as revisões constitucionais, o PCP propôs que o citado Conselho de Fiscalização integrasse todos os partidos parlamentares e não apenas o PS e o PSD, o que obviamente nunca foi aceite debaixo do juízo reservado e nunca claramente enunciado da boca para fora de que potenciais vigiados pelos serviços não podem vigiar os serviços.
E já que Passos Coelho vai falar nisto na AR, importa encostá-lo às cordas sem dó nem piedade (mesmo que tenham sido outros a considerar que Silva Carvalho reunia qualidades e ser nomeado para o lugar).

28 maio 2012

As agências de comunicação e o governo

Como eles falam


No passado sábado, na edição do Público, uma peça sobre a questão das «secretas» terminava assim (sublinhados meus) : «Outra curiosidade: A Ongoing é assessorada pela Cunha Vaz e Associados, que tem um profissional destacado no gabinete de Miguel Relvas. "Confirmo que a empresa tem um profissional requisitado pelo gabinete do ministro Relvas, à semelhança do que acontece  com as restantes empresas  de Consultadoria em Comunicação, que também colocaram colaboradores noutros gabinetes». António Cunha Vaz garante não ter negócios com o governo».

Julgava eu, até pelo destaque que teve um certo caso, que os ministérios contratavam, em termos de exercício de funções públicas objecto de publicação em "Diário da República", profissionais que até ali trabalhavam em  agências de comunicação  e que, por exclusiva opção individual, decidiam mudar de emprego. Não sabia que as agências «colocaram colaboradores» em gabinetes ministeriais.

Enfim, ou muito me engano ou há maneiras de falar ou lapsus linguae que alguma coisa devem querer dizer.

4000 posts substituidos por isto

O triste destino de um belo nome


Isto é mesmo chorar sobre o leite derramado mas, graças aos alertas de diversos leitores, saibam agora os outros no que deu o anterior e assassinado «o tempo das cerejas» graças uma subtil mudança de  .com para .pt.

27 maio 2012

Final de domingo com o guitarrista brasileiro

Edu Leal





  Vou ver-te, com Leila Pinheiro


Revoada dos Astros

Para o seu domingo, a banda mexicana


Maná

Sergio Vallín, Alex González,
Juan Calleros e Fher Olvera
 


Ainda um aspecto do caso Público-Relvas

Li e ponderei mas
mantenho o que escrevi


Na edição de hoje do Público, no final de um longo texto sobre este caso, José Queiroz, Provedor dos Leitores daquele jornal, para minha surpresa, escreve o seguinte (sublinhados meus):«Duas notas finais, A primeira para dizer que considero censurável o facto de no «Esclarecimento» publicado . a direcção do PÚBLICO ter escrito  que Relvas dissera, nos seus polémicos telefonemas para o jornal, que "iria divulgar na Internet que a autora da notícia  vive com um homem de um partido da oposição". Trata-se aliás, segundo garante a jornalista em causa, de "uma informação falsa", com a qual o ministro pretende «descredibilizar» o seu trabalho, colando-o "a uma agenda ideológica". Tendo decidido tornar pública [ J.Q. refere à frente que, entre a directora e a jornalista, há divergências sobre terem ou não acordado na divulgação desta parte] esta inqualificável ameaça do governante, a direcção do jornal tinha a estrita obrigação de explicar que se tratava de uma falsidade, o que não fez. Felizmente, o erro terá sido corrigido num novo «Esclarecimento» ontem publicado» [ e que foi objecto do meu post anterior].


Face a esta opinião de José Queiroz, a mim apetece-me perguntar se, caso a informação sobre a relação afectiva da jornalista com «um homem de um partido de esquerda» fosse verdadeira, o Provedor dos Leitores do jornal também entenderia que a direcção do «Público» tinha a «estrita obrigação» de a confirmar. E cabe-me estranhar que José Queiroz não perceba que esta preocupação com o esclarecimento de que era «uma informação falsa» representa no fundo uma aceitação da razoabilidade da tese da colagem a «uma agenda ideológica», deixando em consequência no ar uma certa ideia indirecta de diminuição sobre todos e todas os e as  jornalistas do Público que porventura vivam com homens ou mulheres de «um partido da oposição».


José Queiroz é um jornalista prestigiado e respeitado e certamente por  boas razões é o actual Provedor dos Leitores do jornal. Mas eu mantenho inteiramente o que escrevi no post anterior  e, autoflagelando-me, insisto que a explicação deve estar no seu último parágrafo. Ou pensando melhor, talvez não: na verdade, talvez se trate de uma miudeza de um não jornalista uma vez que, com tantos jornalistas a intervir na blogosfera, que eu visse, o ponto que eu levantei não lhes mereceu qualquer atenção.

Elegante mas muito cínica

O que eu nunca ouvi
a senhora Lagarde dizer





26 maio 2012

Hoje em Lisboa, sempre e sempre...

... uma incontornável
força de convicções




Jerónimo de Sousa, hoje nos Restauradores:(...) «Um novo rumo de uma política que rompa com a estratégia dos que, aqui em Portugal e na União Europeia, face à profunda crise que criaram e aprofundam com as suas políticas, se lançam agora em hipócritas manobras de propaganda que falando de mudanças, visam no fundo mudar o necessário para que tudo fique na mesma.
Manobras que falando-nos de emprego e crescimento, de conceitos hipócritas como “austeridade inteligente”, como o PS aqui nos tenta vender, visam essencialmente dar uma aparência diferente a uma mesma coisa, a uma mesma política de exploração dos trabalhadores e favorecimento do grande capital.
É isso que significa o tão falado protocolo adicional ao tratado orçamental que, seja aqui em Portugal ou na França, a social-democracia tenta agora apresentar como a salvação, a grande mudança e o elemento distintivo.
Mas é tempo de alertar: colar um autocolante com as palavras emprego e crescimento em cima de um pacto orçamental que impede esse mesmo crescimento e emprego é o mesmo que atar de mãos e pés uma pessoa e depois dizer: anda!
Falar de crescimento e emprego sem tocar no pacto orçamental, sem beliscar as medidas draconianas da governação económica, sem questionar o rumo seguido até agora, e avançando até com propostas que visam aprofundar o rumo neoliberal e federalista da União Europeia, de domínio dos mais fortes sobre os mais fracos, é apenas uma e mesma coisa: insistir nas políticas que comandam a União Europeia e que são a origem e a causa da crise que estamos a viver.
(...)
Daqui saímos convictos e confiantes de que com a acção e a luta de todos é possível derrotar a política de direita de ruína nacional que tem acrescentado crise à crise, acumulando destruição e desgraça.
Daqui saímos convictos e confiantes que é possível vencer, trazendo mais e mais portugueses para a luta patriótica de exigência da rejeição do Pacto de Agressão, alargando a corrente da esperança na possibilidade da mudança e de concretização de uma nova política alternativa. (...)»


Texto integral aqui


Está tudo de cabeça perdida ?

Um estranho e chocante
esclarecimento do Público



A edição de hoje do Público de hoje incorpora na página 3 o seguinte (sublinhados meus) :

«Esclarecimento
No telefonema  que o ministro Miguel Relvas fez ao PÚBLICO tentando condicionar uma notícia , uma das ameaças era divulgar que a jornalista Maria José Oliveira «vivia com um homem de um partido da oposição». Perante novas perguntas suscitadas, importa esclarecer que a frase do ministro é falsa, como aliás foi comunicado à Entidade Reguladora da Comunicação Social e ao provedor dos leitores do PÚBLICO. A Direcção Editorial reitera a total confiança na competência profissional de Maria José Oliveira.»

Salvo melhor opinião, considero este «esclarecimento» um momento feio e triste na história do jornalismo português e um prémio dado a quem tenha referido ou ameaçado revelar um facto que é da absoluta esfera privada de uma jornalista. A coisas destas não se dá corda, confirmações ou desmentidos, dá-se desprezo e denúncia. Que a jornalista viva com um homem de um partido da oposição ou com um homem de um partido do governo ou viva sozinha é absolutamente irrelevante para o essencial do caso em questão. E que alguém do Público, com ou sem acordo da visada, tenha ido também esclarecer isto à ERC é, para mim, absolutamente chocante. Fosse eu membro da ERC e teria interrompido quem o estivesse a dizer para esclarecer que para a ERC a informação era completamente dispensável e alheia à matéria em inquirição. A única pessoa a quem reconheço que pudesse querer negar ou confirmar a insinuação ou afirmação sobre a suas relações afectivas era a jornalista Maria José Oliveira. Mas então devia fazê-lo pelo seu punho ou voz e não através da direcção editorial do Público.

Escrevo isto mas palpita-me que o faço por ser velho e por pertencer a uma escola antiga.


Porque hoje é sábado (274)

Charlie Winston

A sugestão musical de hoje é dedicado ao
cantor britânico

Charlie Winston.



25 maio 2012

E hoje a libanesa

Yasmine Hamdan


do seu novo álbum com o seu nome 

d

Notícia na «Sábado» sobre Relvas-secretas

[Aqui, Adenda de hoje ao post «o feliz casamento da água e do fogo»]


Os adjuntos são sempre os primeiros a cair



«Caso dos espiões

Notícia SÁBADO: 
Adjunto de Miguel Relvas demite-se

25-05-2012
Por António José Vilela


Nos telemóveis de Jorge Silva Carvalho, o Ministério Público (MP) encontrou mensagens trocadas com o ex-jornalista Adelino Cunha, adjunto do gabinete do ministro Miguel Relvas. Entre 8 e 15 de Setembro de 2011, o adjunto e o ex-espião combinam falar através de um telefone fixo, é referida uma ligação através dos telefones da Presidência do Conselho de Ministros e concordam em encontrar-se para beberem um café no Hotel Tivoli



Após ter sido questionado pela SÁBADO, o adjunto do ministro anunciou a demissão – “Apresentei o pedido de demissão, que o Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares aceitou”.

Já sobre as mensagens trocadas com o espião, o adjunto esclarece: “Conheci o Dr. Jorge Silva Carvalho antes de ter sido nomeado adjunto político do Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares e mantive, por minha iniciativa, contactos durante o período em que exerci funções”.



Adelino Cunha especifica ainda porque é que falou e se encontrou com o ex-espião – “Em Setembro de 2011, o Dr. Jorge Silva Carvalho manifestou a sua indignação pelo facto de um envelope que lhe fora enviado pela Assembleia da República ter sido alegadamente violado. A título pessoal, contactei antigos colegas jornalistas alertando-os para esse facto. Informei-o também sobre os rumores que corriam na Assembleia da República sobre o alegado conteúdo dos documentos”.



E conclui: “Ao longo de 20 anos de carreira como jornalista e como historiador trabalhei por diversas vezes matérias relacionadas com Serviços de Informações e Defesa Nacional em artigos de jornais, revistas e nos livros que publiquei”.


O jantar do ministro
5 de Agosto, 20h 51m e 44s. Jorge Carvalho mandou um sms ao assessor de Imprensa da Ongoing, o ex-jornalista Ricardo Santos Ferreira. A confusão já estava instalada nas secretas com as primeiras notícias publicadas que o apontavam como suspeito na passagem de informações para o grupo empresarial de Nuno Vasconcellos. O assessor estaria preocupado e Jorge Carvalho recomendou-lhe tranquilidade, elogiou-o e mandou-o repousar. O conselho foi que ignorasse o que se dizia, pelo menos até ao dia seguinte quando saisse o jornal Expresso. 

Nessa altura, sim, se assim o decidisse Nuno Morais Sarmento, o ainda hoje seu advogado e ex-ministro da Presidência dos Governos de Durão Braroso e Santana Lopes. Nessa noite, não, porque o ex-espião dizia estar na Quinta do Lago, a jantar no restaurante Gigi. E Jorge Silva Carvalho gabou-se que estava a comer com Rafael Mora, o patrão e o número dois do grupo Ongoing, e ainda Miguel Relvas, que há cerca de mês e meio fora empossado ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares do actual Governo liderado por Pedro Passos Coelho.

Miguel Relvas já confirmou na Comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais ter recebido emails e sms de Jorge Silva Carvalho. “Conheci Jorge Silva Carvalho num acontecimento público em abril” (2010), disse e assegurou: “Nem ele me fez perguntas sobre o PSD, nem eu lhe fiz perguntas sobre os serviços secretos”. E garantiu que não voltou a falar com o ex-espião depois de ter assumido o cargo de ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares. 

A SÁBADO fez várias questões ao ministro Miguel Relvas, sobretudo sobre o alegado jantar na Quinta do Lago. A resposta foi sucinta: “Os esclarecimentos sobre este assunto foram oportunamente prestados na 1ª Comissão Parlamentar.Nessa altura afirmei que me tinha cruzado com o Dr. Jorge Silva Carvalho numa festa de aniversário, no Algarve, em Agosto de 2011”.

Já sobre a intervenção do seu adjunto, Miguel Relvas diz: “Quanto às sms’s do meu Adjunto, Dr. Adelino Cunha, nada mais tenho a acrescentar ao que foi dito pelo próprio”.

Para o Ministério Público (MP), a referência às relações entre Jorge Silva Carvalho e Miguel Relvas estão no processo crime para demonstrar que o espião se relacionava bem com novo poder político saído das eleições legislativas que derrotaram José Sócrates, a 5 de Junho de 2011 (a tomada de posse do novo Governo foi a 21 de Junho). E também para explicar que, depois de Jorge Silva Carvalho se demitir em Novembro de 2010 da direcção do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), sempre tivera a intenção de regressar aos serviços secretos como secretário-geral do Serviço de Informações da República Portuguesa (SIRP). E que, para isso, manteve uma teia de influência dentro e fora dos serviços secretos.

Na relação com Miguel Relvas, apesar de se tratarem com algum formalismo nas mensagens que trocaram, a relação do ex-espião com o actual ministro já seria bem anterior ao alegado jantar da Quinta do Lago. No processo constam também mensagens enviadas a Miguel Relvas a 10, 12 e 18 de Novembro de 2010, no mês em que o ainda superespião negociou com Nuno Vasconcellos a entrada como administrador no grupo Ongoing – no inquérito estão também várias respostas evasivas de Miguel Relvas. Um delas foi enviada a 16 de Abril de 2010, com o então braço direito de Passos Coelho no PSD a prometer ao espião a satisfação de um pedido (processo não diz qual). Já a 18 de Novembro, o tema do sms é o jornalista Nuno Simas – sem qualquer outra referência que permita perceber do que se tratava.

Mas se existia formalismo no trato entre Jorge Silva Carvalho e Miguel Relvas, também se percebe – sobretudo pelo tipo de mensagens enviadas por Silva Carvalho - que a relação entre ambos permitiu que o ex-espião lhe dissesse que deveria ser o futuro secretário-geral do SIRP. E, já agora, quem seriam os outros nomes que deveriam ocupar as direcções do SIED: João Bicho e a adjunta F.T (ex-PJ que fez a auditoria interna ao SIED, que consta no processo crime, e onde não ficou sequer provado quem nos serviços teria tido acesso à facturação telefónica do jornalista Nuno Simas). E do SIS: Luís Neves, ainda hoje director nacional-adjunto da PJ para a área do Terrorismo (Jorge Carvalho já convidara no passado para ser o seu número dois no SIED, mas Luís Neves recusou) e a espia P.M. A indicação foi dada a Miguel Relvas a 19 de Maio de 2011, às 21h 37m.

Nessa altura, Silva Carvalho também alertou Miguel Relvas, com alguma ironia à mistura, para as movimentações que estariam a acontecer por parte de Ângelo Correia, um militante histórico do PSD e ex-patrão de Pedro Passos Coelho no sector privado – Silva Carvalho revelou que Ângelo Correia estaria a manobrar nos bastidores para afastar do SIS um velho rival do superespião, o também espião G.V. 

Segundo Silva Carvalho, o rival já teria até o caminho traçado para o sector privado: seria colocado no Millenium BCP. A manobra de afastamento dos serviços era vista como necessária para o histórico do PSD colocar na liderança do SIS a mulher de G.V., a espia H.R. – qualificada como meia louca por Jorge Carvalho. 

Dias depois, a 6 de Junho, o espião repetiu tudo isto numa mensagem que enviou ao director nacional adjunto Luís Neves. O director nacional da PJ disse à SÁBADO que Silva Carvalho nunca lhe disse sequer que teria enviado o seu nome a Miguel Relvas sugerindo-o para a direcção do SIS. “A minha vontade é que manda: esse nunca foi o meu caminho”, diz peremptório. A SÁBADO ainda não conseguiu contactar Ângelo Correia. »

24 maio 2012

O caso Público - Relvas

Acredite quem
quiser ou o que não houve





Depois disto, quem acompanha este assunto ou acredita que três jornalistas do «Público» - Maria José Oliveira, Leonete Botelho e Bárbara Reis ( directora) - se mancomunaram e conspiraram infamemente para inventar a ameaça de Relvas de  divulgação de aspectos da vida privada da primeira ou então, como eu, acha que se nesta história tem entrado em cena um gravador, o que seria - sublinho - uma grave e indesejável quebra ética, a esta hora Miguel Relvas já não seria Ministro.

Dois nomes de um Festival

Fiona Monbet e Yusef Lateef








A tempo de apontar na agenda

Uma homenagem a 
Urbano Tavares Rodrigues


Quarta-feira, dia 30 de Maio, às 18 hs. no Anfiteatro IV da Faculdade de Letras de Lisboa, uma justa e merecida e oportuna homenagem a Urbano Tavares Rodrigues, escritor de mérito, intelectual lúcido e comprometido, exemplo grande de humanismo, verticalidade, coragem e dignidade, meu estimado  camarada e  meu querido amigo.

23 maio 2012

O suave milagre do PS, do PSD e do CDS

O feliz casamento
do fogo com a água





Adenda em 25/5:

Infelizmente parece que o arquivo de videos da Quadratura do Círculo parou em 29.4.2011. Se assim não fosse, os leitores poderiam agora estar as assistir a uns momentos memoráveis no final do programa de ontem. Aconteceu apenas que, depois de António Costa ter celebrado o êxito do PS em conseguir o apoio do do PSD e do CDS para o seu «adicional» para «o crescimento e o emprego», José Pacheco Pereira, em termos absolutamente devastadores, veio lembrar que, no essencial, a política que tem estado  a ser seguida é a avalizada pelo PS no memorando da troika, lembrou o voto do PS a favor do tratado orçamento, lembrou o voto do PS sobre a legislação laboral (bem mais estruturante, disse ele) e encafuou a questão da adenda ou adicional para o crescimento apresentado pelo PS (aliás vastamente expurgado pelo PSD e CDS) no reino das «words ,words, words».

A história de uma conveniência

Y punto mas só para a Real Academia
de la Historia e para os herdeiros do franquismo



mais aqui

 capa da revista  norte-americana Time
em 21 de Janeiro de 1966


E como acabar este post ?
Talvez com Ana Belén cantando
 "Homenage a Julian Grimau",
o dirigente comunista executado em 1963

último espanhol a ser assassinado a pretexto 
de acontecimentos na Guerra Civil.

Se eles repetem a fraude...

... então também me posso repetir !

na primeira página do Público de hoje
está aqui e inclui isto:



(numa intervenção hoje no Fórum da TSF,
Octávio Teixeira, com a habitual clareza e
lucidez, pôs esta questão em pratos limpos)

A verdade dois dias depois

Bem me parecia...


Na passada segunda-feira era esta a manchete do Público (que deve ter deixado muita gente de boca aberta) a que se seguiam duas páginas inteiras sobre o assunto. Hoje, quarta-feira, na página 12 do mesmo jornal, há uma notícia a uma coluna assim titulada


e onde se pode ler o seguinte (sublinhados meus): «Apesar de os medicamentos estarem cada vez mais baratos, os encargos dos cidadãos com com remédios voltaram a aumentar no primeiro trimestre deste ano. Em Março, a taxa média de comparticipação estatal era de 62,79% , a mais reduzida de dos últimos anos (...). O aumento com a factura com medicamentos explica-se por dois factores. Em primeiro lugar, porque o anterior governo reduziu as taxas de comparticipação em diversos escalões em vários escalões e em diversos medicamentos, alguns dos mais vendidos no país (...). em segundo lugar porque à medida que os preços  dos fármacos vão descendo, "se não houver alteração da prescrição para medicamentos com preço abaixo do preço de referência [ que serve de base para a comparticipação]" são os utentes que pagam a diferença", justifica o Infarmed, em resposta ao escrita enviada ao Público».

Falta agora saber se um título na pág. 12 de hoje pode vencer o equivoco causado pela manchete de segunda-feira passada.

Só uma capa ou sinal dos tempos ?

Coisas de ingleses ou talvez não


capa da da última
The New Statesman