03 novembro 2014

Não me importo

A mim não responderam, pode
ser que respondam a este Prof.


O Prof. e constitucionalista Jorge Reis Novais em entrevista no Público de hoje:
Fala-se na maior aproximação entre eleitores e eleitos… Admitamos que era isso, mas o que é que se propõe alterar para aproximá-los? Ciclicamente aparece uma mezinha. A última é o voto preferencial, como os círculos uninominais foram durante muito tempo.
Mas estão previstos na Constituição, como a redução do número de deputados… E mesmo o voto preferencial é possível.  Mas que vantagens  traria? Dar ao eleitor a possibilidade de hierarquizar os candidatos. Mas quando comparamos essa pretensa vantagem com os seus inconvenientes, são de tal ordem que esta proposta se torna absurda. Por exemplo: o círculo de Lisboa elege quase 50 deputados. Cada partido, imagine-se 20 partidos, apresenta 40 deputados ou mais. Hoje, o eleitor vota num partido. Com o voto preferencial, o eleitor teria de levar para a cabine de voto a lista dos mil candidatos que se candidatam ao círculo de Lisboa. Além disso, não conhece as pessoas, acabaria por escolher os nomes mais populares, um artista de telenovela, um jogador de futebol… é o que acontece em países como a Itália, o Brasil. E o que é que dá? Como cada candidato faz uma campanha própria, os da mesma lista acabam por fazer campanha uns contra os outros. Em vez de ser um confronto entre propostas diferentes, seriam confrontos entre pessoas. Além de que a maioria das pessoas nem sequer vai ordenar, por isso a vontade de uma minoria é que ia vingar.
Este afastamento entre eleitores e eleitos não tem a ver sobretudo com a atitude dos eleitos? Como responsabilizar mais os eleitos?
A insatisfação é muito devida ao facto de as pessoas não encontrarem respostas, e por isso se dizem insatisfeitas com a democracia. Isso é verdade e indiscutível, revela-se nas sondagens, na abstenção. Mas o remédio é mexer no sistema eleitoral? Mas a questão da responsabilidade não se resolve com o voto preferencial . Pelo contrário, o voto preferencial promove o populismo, o localismo e a demagogia.


Sobre esta temática, escrevi para o boneco aqui e aqui.

Pawtucket (EUA) - um nome a fixar

Há 190 anos, foram mulheres
a fazerem a primeira greve numa fábrica


01 novembro 2014

Porque hoje é sábado (501)

Rose Cousins


A sugestão musical deste sábado
 vai para a cantora escocesa Rose Cousins.


Há 60 anos

Começava a luta de 
libertação nacional na Argélia


Le 1er novembre 1954, le Secrétariat général du Front de libération nationale diffuse la Déclaration du 1er novembre 1954 grâce un appel radiophonique29 destiné « au peuple algérien » et écrit afin d'« éclairer sur les raisons profondes qui [les] ont poussés à agir en […] exposant [le] programme [du FLN], le sens de [son] action, le bien-fondé de [ses] vues dont le but demeure l’indépendance nationale dans le cadre nord-africain. ». Il décrit son action comme « dirigée uniquement contre le colonialisme, seul ennemi aveugle, qui s’est toujours refusé à accorder la moindre liberté par des moyens de lutte pacifique. ». Le FLN exige donc que les « autorités françaises […] reconnaissent une fois pour toutes aux peuples qu’elles subjuguent le droit de disposer d’eux-mêmes » sans quoi il annonce « la continuation de la lutte par tous les moyens jusqu’à la réalisation de [son] but […] la restauration de l’État algérien souverain, démocratique et social dans le cadre des principes islamiques. » Le FLN appelle l'ensemble des communautés d'Algérie, quelles que soient leurs confessions, à rejoindre sa cause. (wikipedia)

31 outubro 2014

E ESTA NOITE A SAXOF0NISTA NORUEGUESA

Hanna Paulsberg



Não há direito !

Marianne não liga ao 
que Francisco Assis escreve


En tournant le dos sans état d'âme à ses engagements électoraux, le président de la République suscite un rejet si puissant qu'on voit poindre le "désastre démocratique".

No carrocel de Passos Coelho

Mais uma voltinha,
mais uma vi(r)agem



No Público de hoje, um oportuno lembrete de Luciano Alvarez:

Passos Coelho a anunciar viragens desde 2012
“Viragem” é uma palavra cara ao primeiro-ministro. Fala nela quase desde que tomou posse, seja para se referir à situação económica, seja em relação ao rendimento dos portugueses.
Pedro Passos Coelho anunciou nesta quinta-feira no Parlamento que 2015 vai ser de viragem económica. Na verdade, Passos anuncia viragens desde Janeiro de 2012.
“2015 é um momento de viragem na recuperação do rendimento dos portugueses”, afirmou o primeiro-ministro no início do debate do Orçamento do Estado para 2015.
O termo não é novo. Parece ser mesmo um dos preferidos de Passos Coelho.
O XIX Governo Constitucional tomou posse a 21 de Junho de 2011. Portugal vivia tempos difíceis. Tinha acabado de pedir ajuda internacional e as medidas que a partir daí iriam ser impostas pela troika e pelo Governo, que sempre afirmou que iria além da troika, teriam um efeito muito duro na carteira e na vida de quase todos os cidadãos.
Porém, no início de 2012, a 6 de Janeiro, durante um debate quinzenal, Passos já mostrava algum optimismo. "Vamos ter um ano de grandes exigências, mas que será também um ano de viragem económica para o país, é aquilo em que o Governo e também eu próprio firmemente acreditamos", afirmou o chefe do executivo.
Já em Agosto desse mesmo ano a “viragem” passou a “inversão” agora para 2013. Durante a festa social-democrata do Pontal, o primeiro-ministro afirmava que, apesar de a recessão de 2012 estar a ser mais grave do que o esperado, 2013 iria ser um ano de "inversão" e de "preparação da recuperação" económica.
"Queremos construir uma sociedade mais próspera, mais desenvolvida. Nós queremos que o Produto Interno Português cresça e não que encolha como tem acontecido, no ano passado e este ano. E por isso quero reafirmar aos portugueses, se o ano que estamos a viver ainda é um ano de contracção da actividade, em que empresas estão a fechar portas e em que o desemprego não conseguiu ser contido, o ano de 2013 (...) será um ano de inversão na situação da actividade económica em Portugal", disse Passos Coelho.
Portugal entra em 2013 ainda em crise profunda, mas logo a 30 de Janeiro Passos Coelho vê nova viragem. Agora em 2014.
À margem da cerimónia de tomada de posse da nova direcção da Associação das Empresas de Vinho de Porto, o líder do executivo dizia que 2014 deveria ser o ano de “viragem económica” e que tudo estava a fazer para que Portugal regressasse ao crescimento económico.
Já em Maio desse ano, novamente durante um debate quinzenal no dia 24, voltava à viragem. Só que agora era crítica.
Questionado pelo líder parlamentar do CDS-PP, Passos defendeu que o país estava num "momento crítico de viragem" para criar condições de investimento e destacou o impacto que terão na economia o crédito extraordinário ao investimento, a "melhoria do regime contratual" e a criação do gabinete da autoridade tributária dirigido aos investidores internacionais.
Já a 28 de Junho, em declarações aos jornalistas em Bruxelas, o primeiro-ministro afirmou novamente que "a recessão está a abrandar" e que se assistirá a uma "viragem na tendência económica" até ao fim de 2013.
Segundo o Expresso, Passos Coelho assenta este optimismo nos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos ao primeiro trimestre, que indicam que o índice de produção industrial "rompe uma tendência de queda" pela primeira vez desde 2011 e que, no mesmo período, a evolução da economia está "muito perto" da média europeia e que esta tendência será "ainda melhor" no segundo trimestre.
Chegou 2014, e nesta quinta-feira, a quase dois meses do final do ano, voltou a viragem. Agora para 2015. Já falta pouco.

30 outubro 2014

Às armas, cidadãos !

Isto anda tudo trocado !



Se repararmos bem na linha de baixo da manchete do JN, temos de concluir que, quando eram mesmo soviéticos, lhes chamavam russos e agora que são mesmo russos, chamam-lhes soviéticos.
Entretanto, questões semânticas à parte, justo é reconhecer que se trata certamente do maior feito militar português depois de, há uns anos, duas fragatas nacionais dirigidas pelo Almirante Portas terem desbaratado ao largo de Peniche uma poderosa armada inglesa de «pró-abortistas»