se estou a ser miudinho
Não me fazendo mudar as opiniões que aqui tenho emitido sobre o tema, o artigo que o estimado Prof. André Freire hoje publica no Público com o título «As candidaturas independentes e a reforma do sistema político» merece atenção e reflexão e a ele voltarei mais tarde, nomeadamente por causa da opinião tendencialmente favorável às candidaturas dos «independentes» (felizmente com aspas também no artigo) à Assembleia da República que é manifestada pelo autor.
Escrevo isto de entrada para que ninguém venha dizer que, não tendo argumentos sobre as questões de fundo, resolvi «desacreditar» o artigo com pretexto numa simples frase que, em boa verdade, até pode ser um mero lapso ou desatenção (coisas que acontecem a todos) mas sobre a qual eu temo que seja um elemento revelador de algumas confusões que podem inquinar o debate destas questões.
Com efeito, afirma o Prof. André Freire que «Nas autárquicas de 2013, as "listas de cidadãos" [com aspas no artigo mas, ainda assim, volto a insistir que se trata de listas «propostas por grupos de cidadãos eleitores»] atingiram a sua máxima projecção até à data.Primeiro, porque, com 6,9% dos votos, se quedaram como quarta força política» [aqui esquece-se que o resultado real do CDS é relativamente indeterminável por causa das coligações com o PSD].
Muito estranho e frontalmente discordo de uma tal afirmação. É que o Prof. André Freire perdoará, mas abreviando não posso deixar de cordialmente perguntar:
- não devia ser uma meridiana evidência que um conglomerado multiforme de listas autárquicas propostas por grupos de cidadãos eleitores é, por si mesmo, incompatível com o que define uma força política a nível nacional ?
- a que título é que listas politicamente tão diferenciadas como a de Paulo Vistas/Isaltino de Morais em Oeiras e a lista proposta por um grupo de cidadãos eleitores de Coimbra podem integrar a tal e a mesma suposta quarta força política ?