Não sendo surpresa, passaram ontem nas televisões imagens e palavras que, se alinhássemos no uso e abuso do adjectivo «histórico», tornariam histórica a reunião do Conselho Europeu. Com efeito, aí tivemos Passos Coelho a ufanar-se de não ter feito como fizeram a Espanha e Grécia que chamaram a atenção para a grave situação dos seus países, numa tentativa para flexibilizar as posições da Alemanha. Esta opção pelo caladinho que nem um rato mostra bem que há quem tenha nascido para ajudante de carrasco.
20 outubro 2012
Porque hoje é sábado (295)
Live
A sugestão musical de hoje vai para a
banda norte-americana de rock Live,
cujo último álbum se intitula Throing Copper.
banda norte-americana de rock Live,
cujo último álbum se intitula Throing Copper.
19 outubro 2012
Uma grande perda para a cultura e o inconformismo portugueses
Manuel António Pina
(1943-2012)
(1943-2012)
O Medo
Ninguém me roubará algumas coisas,
nem acerca de elas saberei transigir;
um pequeno morto morre eternamente
em qualquer sítio de tudo isto.
É a sua morte que eu vivo eternamente
quem quer que eu seja e ele seja.
As minhas palavras voltam eternamente a essa morte
como, imóvel, ao coração de um fruto.
Serei capaz
de não ter medo de nada,
nem de algumas palavras juntas?
in "Nenhum Sítio"
Ninguém me roubará algumas coisas,
nem acerca de elas saberei transigir;
um pequeno morto morre eternamente
em qualquer sítio de tudo isto.
É a sua morte que eu vivo eternamente
quem quer que eu seja e ele seja.
As minhas palavras voltam eternamente a essa morte
como, imóvel, ao coração de um fruto.
Serei capaz
de não ter medo de nada,
nem de algumas palavras juntas?
in "Nenhum Sítio"
Mitt Romney ou ...
... o republicano «vale tudo»
Contactado por «o tempo das cerejas», o director de campanha de Mitt Romney esclareceu que não seria tecnicamente praticável nem politicamente rentável realizar uma «conference call» com os trabalhadores para explicarem aos seus patrões como devem votar.
(ver vídeo e artigo aqui)
Contactado por «o tempo das cerejas», o director de campanha de Mitt Romney esclareceu que não seria tecnicamente praticável nem politicamente rentável realizar uma «conference call» com os trabalhadores para explicarem aos seus patrões como devem votar.
18 outubro 2012
Interpelação do PCP sobre política alternativa
As palavras
necessárias na hora certa
«(...) Como insistentemente declaramos, há uma alternativa à política de direita
conduzida há décadas por PS, PSD e CDS. Com a mesma insistência com que
denunciamos essa política de desastre nacional , afirmamos uma política
alternativa, uma política patriótica e de esquerda.
Não há nenhuma inevitabilidade na política de direita. Não digam que não há
alternativa à vossa política, particularmente quando ela confronta o País e os
portugueses com o desastre total. Quando ela é claramente uma NÃO ALTERNATIVA
para o País e os portugueses, embora continue a ser a alternativa para o grande
capital nacional, para os ditos «mercados financeiros» , isto é, os grandes
bancos internacionais.
Não digam que não há alternativa à vossa política. Assumam que essa
alternativa não cabe nos vossos preconceitos ideológicos, nas vossas opções de
classe, no quadro do neoliberalismo e da submissão do País aos ditames de uma
União Europeia dirigida pela Alemanha e o Directório das grandes potências.
Digam que não estão de acordo com a política patriótica e de esquerda que o
PCP apresenta. Não digam que não existe, quando todos os dias vos confrontamos
nesta Assembleia da República com propostas e medidas alternativas às que
resultam da vossa política, das vossas opções políticas e ideológicas. Não digam
que não existe a alternativa quando vos confrontamos há anos com propostas
alternativas em todas as áreas e sectores da economia nacional, em todas as
funções do Estado, nas opções estratégicas fundamentais da integração
capitalista europeia.(...)». Texto integral aqui.
Daniel Oliveira como outros
A equidistância baseada
na fuga às realidades
Já
o sabia de ginjeira, e tenho-o escrito, que em certos sectores ou
segmentos de esquerda o que está a dar é uma postura de
equidistância face ao PS por um lado e ao PCP e BE por outro, uma
distribuição equitativa de culpas e responsabilidades por falta de
entendimento à «esquerda» (as aspas são por causa do PS), tudo no
meio de um discurso que é feito metade de apelos piedosos e metade
de fuga às realidades e factos mais esclarecedores.
Um
exemplo desta atitude regressa agora neste parágrafo de um texto de
Daniel Oliveira (sublinhados meus): «Se
querem fazer alguma transposição para a situação nacional, vale a
pena ter isto em conta. Quer a esquerda à esquerda do PS
depender da falta de credibilidade do líder socialista de cada
momento para garantir o seu crescimento? Se sim, a grande aposta
do Bloco e do PCP terá de ser o desgaste do PS, deixando evidentes
as suas fragilidades e contradições. Cavar o fosso e atirar
o PS, em todas as oportunidades, para os braços da direita e da
troika. Ou
quer ser um elemento fundamental de pressão, firme, eficaz e
pragmática, para que a alternativa à esquerda seja o mais ampla
possível? Se sim, a grande aposta do Bloco e do PCP é ganhar
cada vez mais sectores socialistas para esta posição, levando o PS
a inverter o seu posicionamento.»
Para
falar com franqueza, só esta de serem o PCP e o BE a«empurrar
o PS para os braços da direita» já dava vontade de
declarar a conversa acabada pois Daniel Oliveira sabe longamente que,
para tanto, nunca o PS precisou de ser empurrado por terceiros,
caminha para lá sempre pelos seus próprios pés, movido por opções
e orientações que não são de hoje mas de ontem, anteontem e ainda
mais atrás.
Depois
o dilema ou a escolha formulados por Daniel Oliveira são
completamente caricaturais e não passam de um mero jogo de palavras.
Para se perceber isto, aqui deixo o meu testemunho pessoal de que o
meu partido pode e deve, para além do combate sem tréguas à
direita governante, sempre que para tanto há fundamento criticar
severamente a direcção do PS e pôr em evidência as suas
fragilidades e contradições exactamente para ganhar cada vez mais
sectores socialistas para uma alternativa fundada numa real mudança
de política, assim pressionando o PS para inverter o seu
posicionamento, designadamente também pela maior pressão de um
desejável e necessário reforço da influência eleitoral dos
partidos à sua esquerda. Isto, claro, supondo que um partido
querer crescer e pesar mais no curso dos acontecimentos e das
soluções não é crime, antes é um dado legítimo e natural da
vida democrática.
Por
fim, para não estarmos a falar por partidos, para perceber como é
que Daniel Oliveira consegue escrever assim, muito
gostava eu de saber que aspectos decisivos ou estruturais das
orientações do PS, no governo ou na oposição, eu terei
criticado e Daniel Oliveira tenha aplaudido.
Nota
1: Se
a grande bússola do PCP fosse a dos resultados eleitorais,
então bem se poderia dizer que poderia poupar metade dos
seus esforços, iniciativas e combatividade contra os governos de
direita pois, em não poucas épocas, quem tem colhido proveitos
eleitorais da luta de outros tem sido o PS.
Nota
2: De
certo modo, é da mesma família do texto de Daniel Oliveira o artigo
que o respeitável sociólogo Elísio Estanque hoje publica
no Público.
Aí, escreve a dado passo (sublinhado meu): «
A recusa da austeridade como solução para a crise (rejeição
do memorando da troika e
das políticas do actual governo); a renegociação das condições
de resgate e a necessidade de mais equidade na distribuição dos
sacríficios ; a a prioridade ao crescimento e emprego - são
exigências que parecem gerar um
amplo consenso entre as esquerdas,
e até para além delas. Mas então porque é tão díficil
constituir uma base de aproximação entre os atuais partidos de
esquerda ?». Sobre
isto, basta-me registar que Elísio Estanque não se lembrou ou não
quis propositadamente, a seguir a«rejeição
do memorando da troika»,
escrever entre travessões «firmemente
recusada pelo PS». Calculo
que não desse jeito para a teoria do «amplo
consenso entre as esquerdas».
17 outubro 2012
Ainda mais quando não há vergonha
O papel aguenta tudo
Por mais que haja a consciência da naturalidade da falibilidade de certas previsões económicas, nomeadamente quanto à quebra ou crescimento do PIB, e por mais que se possa admitir que não se chegará ao limiar da queda de 5% referida pelo FMI, uma coisa, quanto a mim, se mete pelos olhos a dentro: a saber, que é do puro domínio do «papel aguenta tudo» que o tão «competente» Vítor Gaspar e o governo tenham a desfaçatez (não tenhamos medo das palavras, a pura desonestidade) de anunciar para 2013 uma quebra do Produto de 1% quando a quebra à beira de se confirmar para 2012 é pelo menos de 2%. Dizer ou prever a diminuição em 2013 da quebra do PIB para 1% na mesma altura em que se propõe e prepara o mais violento pacote de medidas de pavorosos efeitos recessivos seria um conto de fadas se não fosse um ex-libris de gozo com os portugueses.
Entrevista ao "Le Monde"
Um artista chamado
François Hollande
François Hollande
V. Exa. desculpará,
mas por cá o pior está para vir.
mas por cá o pior está para vir.
E deve ser por pensar assim que o PS de Hollande aprovou o chamado Tratado Orçamental que, como toda a gente sabe, é todo ele dedicado, não à rígida contenção orçamental, mas à urgência do crescimento económico. Sinceramente, já não há paciência para estas filigranas de palavras.
La chronique que Bernard Guetta a écrite récemment pour Libération mériterait d'être distribuée sous forme de tract. Notre confrère y pourfend l'attitude des écolos qui, dans leur majorité, se sont prononcés contre le pacte de stabilité Sarkozy-Merkel en utilisant cet argument a priori imparable : ce type de pacte n'est jamais respecté ! Et celui-là ne le sera pas davantage, d'autant qu'il n'est pas... respectable. Donc, se prononcer contre lui est condamnable. Ah bon ? Mais alors votons pour une loi qui abolirait la pauvreté et pour une autre qui déclarerait le crime hors la loi. La faute des écolos ? Ils étaient contre ce pacte avant l'élection présidentielle, comme les socialistes d'ailleurs ; après la victoire d'Hollande, il s'agit toujours du même pacte et ils y sont toujours opposés, alors que les socialistes, eux, y sont devenus favorables. Or, selon Guetta, les socialistes ne sont pas incohérents ; ce sont les écolos qui sont idiots.
Extraordinaire paradoxe : tant que les écologistes débitent de sympathiques insanités ou se livrent à d'ahurissantes magouilles politiciennes, ils sont acclamés par les médias bien-pensants. Pour une fois qu'ils se comportent de façon logique, c'est haro sur le baudet !
En vérité, le pacte Sarkozy-Merkel est l'un des pires traités auxquels nous ayons été confrontés au cours de l'histoire récente. Quinze députés UMP sarkozystes ont d'ailleurs proclamé qu'en matière de démission démocratique et nationale, il pouvait être comparé à l'armistice de 1940. Ils n'ont donc pas hésité à assimiler Nicolas Sarkozy au maréchal Pétain. C'est évidemment absurde.
Que peut-on, en revanche, dire et constater ?
1- Ce pacte est antidémocratique puisqu'il retire aux électeurs et aux parlements le droit, jusqu'ici sacré, de fixer la politique financière et budgétaire de leurs pays respectifs. Deux nations dominantes, et en vérité une seule, car Nicolas Sarkozy n'a fait que se soumettre aux desiderata d'Angela Merkel, ont planifié ce que devrait être dans l'avenir le développement économique des pays membres de l'Union, comme l'Union soviétique le faisait du temps où, au sein du Comecon, les pays satellites devaient se plier à ses directives.
2- Le pacte est inconséquent puisqu'il rigidifie des orientations dont l'objectif est en soi juste et vertueux, mais sans tenir compte des aléas qui pourraient ponctuellement en rendre l'application désastreuse. C'est ainsi que, si ce pacte avait existé en 2007 et s'il avait été appliqué en 2008 (mais l'aurait-il été ? Sans doute pas !), les économies des principaux pays européens auraient connu un effondrement cataclysmique.
3- Ce pacte est inadéquat à la logique de la construction européenne puisqu'il impose une discipline propre à un Etat démocratique et fédéral, alors que l'Europe, à cause du traité constitutionnel qui a été adopté (bien que refusé par les Français...), a tourné le dos à la logique fédéraliste et ne s'est pas dotée d'institutions démocratiques.
4- Ce pacte est dogmatique dans la mesure où il grave dans le marbre le type de politique qui, appliquée à mauvais escient, à contretemps ou de façon brutale, est en train de provoquer la catastrophe humaine, sociale et productive que connaissent la Grèce, l'Espagne ou le Portugal.
Nous sommes en train de revivre le décalage du référendum constitutionnel européen : la quasi-totalité des médias — patrons de presse, éditorialistes, chroniqueurs, rédacteurs en chef — soutiennent ce pacte, alors qu'une forte majorité de citoyens le repousseraient en cas de référendum.
En réalité, ce pacte est franco-allemand. Il a reçu la signature des plus hauts responsables de ces deux pays qui ont, du coup, entraîné les autres pays de la zone euro dans leur sillage. Le défaut de l'un des signataires aurait donc des conséquences déstabilisatrices considérables. Car ce pacte est devenu aux yeux des marchés financiers une véritable boussole. Une ligne de clivage. Si la France décidait de ne plus le cautionner ou de le désavouer, la sanction serait sans aucun doute immédiate. Les marchés soupçonneraient, hélas, Paris de choisir la fuite en avant au prix d'un creusement des déficits et d'un gonflement de sa dette. Les taux d'intérêt remonteraient aussitôt à 5 % et plus, ce qui serait un désastre pour la France.
Voilà comment, par la faute de Nicolas Sarkozy qui, pour des raisons inavouables, a signé un pacte diabolique, et par la faute de François Hollande qui n'a pas pu, ou pas su, le renégocier, la France s'est retrouvée quasiment condamnée à approuver un texte désastreux. Et donc à se coucher une fois de plus devant les marchés financiers.
Toujours est-il que l'essentiel reste à faire : bâtir une Europe avec les peuples, et non contre eux. Une Europe qui donne envie d'aimer l'Europe, avec une véritable harmonisation sociale et fiscale et une solidarité digne de ce nom entre les Etats membres.
En attendant, puisse notre ami Bernard Guetta avoir raison ! Puisse ce pacte ne jamais être appliqué !
A este respeito, é ler o seguinte:
La chronique que Bernard Guetta a écrite récemment pour Libération mériterait d'être distribuée sous forme de tract. Notre confrère y pourfend l'attitude des écolos qui, dans leur majorité, se sont prononcés contre le pacte de stabilité Sarkozy-Merkel en utilisant cet argument a priori imparable : ce type de pacte n'est jamais respecté ! Et celui-là ne le sera pas davantage, d'autant qu'il n'est pas... respectable. Donc, se prononcer contre lui est condamnable. Ah bon ? Mais alors votons pour une loi qui abolirait la pauvreté et pour une autre qui déclarerait le crime hors la loi. La faute des écolos ? Ils étaient contre ce pacte avant l'élection présidentielle, comme les socialistes d'ailleurs ; après la victoire d'Hollande, il s'agit toujours du même pacte et ils y sont toujours opposés, alors que les socialistes, eux, y sont devenus favorables. Or, selon Guetta, les socialistes ne sont pas incohérents ; ce sont les écolos qui sont idiots.
Extraordinaire paradoxe : tant que les écologistes débitent de sympathiques insanités ou se livrent à d'ahurissantes magouilles politiciennes, ils sont acclamés par les médias bien-pensants. Pour une fois qu'ils se comportent de façon logique, c'est haro sur le baudet !
En vérité, le pacte Sarkozy-Merkel est l'un des pires traités auxquels nous ayons été confrontés au cours de l'histoire récente. Quinze députés UMP sarkozystes ont d'ailleurs proclamé qu'en matière de démission démocratique et nationale, il pouvait être comparé à l'armistice de 1940. Ils n'ont donc pas hésité à assimiler Nicolas Sarkozy au maréchal Pétain. C'est évidemment absurde.
Que peut-on, en revanche, dire et constater ?
1- Ce pacte est antidémocratique puisqu'il retire aux électeurs et aux parlements le droit, jusqu'ici sacré, de fixer la politique financière et budgétaire de leurs pays respectifs. Deux nations dominantes, et en vérité une seule, car Nicolas Sarkozy n'a fait que se soumettre aux desiderata d'Angela Merkel, ont planifié ce que devrait être dans l'avenir le développement économique des pays membres de l'Union, comme l'Union soviétique le faisait du temps où, au sein du Comecon, les pays satellites devaient se plier à ses directives.
2- Le pacte est inconséquent puisqu'il rigidifie des orientations dont l'objectif est en soi juste et vertueux, mais sans tenir compte des aléas qui pourraient ponctuellement en rendre l'application désastreuse. C'est ainsi que, si ce pacte avait existé en 2007 et s'il avait été appliqué en 2008 (mais l'aurait-il été ? Sans doute pas !), les économies des principaux pays européens auraient connu un effondrement cataclysmique.
3- Ce pacte est inadéquat à la logique de la construction européenne puisqu'il impose une discipline propre à un Etat démocratique et fédéral, alors que l'Europe, à cause du traité constitutionnel qui a été adopté (bien que refusé par les Français...), a tourné le dos à la logique fédéraliste et ne s'est pas dotée d'institutions démocratiques.
4- Ce pacte est dogmatique dans la mesure où il grave dans le marbre le type de politique qui, appliquée à mauvais escient, à contretemps ou de façon brutale, est en train de provoquer la catastrophe humaine, sociale et productive que connaissent la Grèce, l'Espagne ou le Portugal.
Nous sommes en train de revivre le décalage du référendum constitutionnel européen : la quasi-totalité des médias — patrons de presse, éditorialistes, chroniqueurs, rédacteurs en chef — soutiennent ce pacte, alors qu'une forte majorité de citoyens le repousseraient en cas de référendum.
En réalité, ce pacte est franco-allemand. Il a reçu la signature des plus hauts responsables de ces deux pays qui ont, du coup, entraîné les autres pays de la zone euro dans leur sillage. Le défaut de l'un des signataires aurait donc des conséquences déstabilisatrices considérables. Car ce pacte est devenu aux yeux des marchés financiers une véritable boussole. Une ligne de clivage. Si la France décidait de ne plus le cautionner ou de le désavouer, la sanction serait sans aucun doute immédiate. Les marchés soupçonneraient, hélas, Paris de choisir la fuite en avant au prix d'un creusement des déficits et d'un gonflement de sa dette. Les taux d'intérêt remonteraient aussitôt à 5 % et plus, ce qui serait un désastre pour la France.
Voilà comment, par la faute de Nicolas Sarkozy qui, pour des raisons inavouables, a signé un pacte diabolique, et par la faute de François Hollande qui n'a pas pu, ou pas su, le renégocier, la France s'est retrouvée quasiment condamnée à approuver un texte désastreux. Et donc à se coucher une fois de plus devant les marchés financiers.
Toujours est-il que l'essentiel reste à faire : bâtir une Europe avec les peuples, et non contre eux. Une Europe qui donne envie d'aimer l'Europe, avec une véritable harmonisation sociale et fiscale et une solidarité digne de ce nom entre les Etats membres.
En attendant, puisse notre ami Bernard Guetta avoir raison ! Puisse ce pacte ne jamais être appliqué !
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