Morreu
«um dos nossos»
Recebo com assumida tristeza a notícia da morte de Jorge Sampaio, destacado protagonista da Crise Académica de 1962, advogado de presos políticos, corajoso resistente antifascista, secretário de Estado em governos provisórios, secretário-geral do PS, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, digno Presidente da República em dois mandatos, em tudo se mostrando um cidadão empenhado na defesa de valores humanistas e democráticos. E, como comunista, sem prejuizo de desencontros, sinto-me no direito de lembrar o seu empenho no diálogo das forças democráticas e que foi consciente aliado dos comunistas na crise académica de 1962, na intervenção democrática na farsa eleitoral de 1969, na coligação «Por Lisboa». E que foi com a sua chegada a secretário-geral do PS que este partido restabeleceu relações formais com o PCP. No dia de hoje, numerosos democratas de diversos quadrantes sentirão que «morreu um dos nossos». E essa é uma das muitas homenagens que Jorge Sampaio merece.
Segundo o Miguel Casanova o Vítor está a dar mais importância ao Jorge Sampaio como sendo "um dos nossos" do que ao camarada Carlos Costa "Na morte de", o que tem a dizer sobre isso?
ResponderEliminarCarlos Costa seria o primeiro a indicar o dedo a esta tentativa mesquinha de chicana política.
EliminarPerguntas deste teor fazem lembrar perguntas noutros tempos.
E destes tempos, férteis em provocações baratas
Tolice, apenas...
EliminarUm belíssimo texto
ResponderEliminarNa verdade, onde está a imagem ou lembrança a Carlos Costa - o último sobrevivente da fuga de Peniche?
ResponderEliminarSerá que vamos compadecer mais sobre alguém que quando ganhou a presidência, a primeira coisa que fez foi ligar à mãe e exclamar «We did it!»; e que legitimou o governo de Pedro Santana Lopes?
Obrigada Camarada Vitor,,,,sempre juntos!!!!
ResponderEliminarBonita lembranca do Jorge,De facto foi sempre solidario,,,nos momentos complexos, Aliada a amizade de ha anos,,,Obrigada Vitor
ResponderEliminarApesar de tudo aquilo que Jorge Sampaio fez antes e depois de Abril de 74 (e que aqui foi recordado), a sua postura na vida política, depois do segundo mandato presidencial foi uma manifesta desilusão, desde a legitimação do governo de Santana Lopes a um total silêncio durante os tempos de austeridade, do governo de Passos Coelho/Paulo Portas.
ResponderEliminarQuando uma comunicação social rançosa e reacionária e principal responsável pelo descalabro da sociedade, classifica Jorge Sampaio como «Homem Bom», a pergunta que se faz é esta: Um dos nossos ou «deles»?
Vítor, lindo texto. Obrigado
ResponderEliminarDos meus não é, de certeza, mas dos de V.D. acredito bem que seja.
ResponderEliminarV.D., que participou ativamente na organização dos Congressos de Aveiro da Oposição Democrática, sabe muito melhor do que eu que J. Sampaio, junto com Mário Soares, rompeu com a CDE e foi fazer a CEUD ao lado em concorrência com a CDE, apoiada pelos comunistas e gente séria. Será que, nesse tempo, já era dos dele? Boa pergunta.