13 agosto 2017

Finalmente

Apresentando uma factura
a certos anticomunistas
 

"Cem anos. Tantos anos!

"Com a chegada dos dias santos
de Setembro a Novembro, começam
as comemorações. Na Praça Vermelha,
em Moscovo, com pouco lustro
e ainda menos entusiasmo.
Na Praça Kim Il-sung, em Pyonyang,
com aprumo e disciplina.
Na Praça da Revolução, em Habana,
com rum e saudades de Fidel.
Na Quinta da Atalaia, na Festa do Avante!,
com música e bifanas. E pouco mais
."
 
António Barreto no "DN"
Em curiosa coincidência temporal com o Portocarrero do «Observador», António Barreto perpetra hoje no DN o seu 159º julgamento sumário e epitáfio do «comunismo».
Não, não vou discutir um texto que celebra o século das independências coloniais mas se esquece da contribuição da URSS para isso. Não, não vou discutir um texto que, no fundo, equipara nazismo e comunismo mas se esquece de quem deu a maior contribuição militar, e com mais sacrifícios e mortos, para a derrota do primeiro. Não, não vou discutir este bafiento truque de reduzir a luta heróica dos comunistas de todo o mundo, desde logo com as resistências europeias ao fascismo e ao nazismo, à história e percurso da URSS e de outros países de Leste feitos de epopeias e tragédias.

Não,  nada disso. vou sim escrever algo que ando há muito tempo para lembrar por causa deste e de outros Barretos, ou seja, de alguns que foram comunistas e depois ( casos há como o de  Barreto que até começou  por sair pela «esquerda») se tornaram ferozes anticomunistas.

É que ninguém nasce reaccionário ou fascista ou antifascista e democrata. Ora muitos destes Barretos o que nunca contam é como, no Portugal de Salazar, se tornaram democratas.  Excluindo os casos de influência familiar directa, o que bem se pode dizer é que muitos deles, com alta probabilidade, se tornaram democratas porque em determinado momento das suas vidas tomaram contacto com uma qualquer ou várias das expressões da radicação e influência do PCP na sociedade portuguesa, seja uma colectividade, uma associação de estudantes, um cineclube, um suplemento literário, uma campanha eleitoral da oposição democrática, etc., etc.

Se não estivessem toldados pela cegueira e ódio anticomunistas, podiam ao menos agradecer ao PCP e ao famoso «comunismo» o facto de, chegado o 25 de Abril, terem  podido ser, dizer-se ou apresentar-se como democratas.

"P." de padre

Hitler resolveu
o problema nas calmas

 Gonçalo Portcarrero de Almada, para quem não saiba, é uma espécie de João César das Neves de batina e distinguiu-se, entre outras bafientas causas, no combate à despenalização da interrupção voluntária da gravidez. Ah, e estejam descansados que eu não o mando para lado nenhum nem lhe proponho qualquer internamento.

Charlotteville, virginia, USA

All good fellas !

Para o seu domingo, a dinamarquesa

Agnes Obel



12 agosto 2017

Mal «acomparado», ai, ai !

A quem interessar, um
estudo sobre as caricaturas de 

Hitler entre 1923 e 1933(depois, como se sabe, acabaram)





ler aqui

Um triplo DVD de 2016

La Vie est à nous, Le Temps des
cerises, et autres films du
Front populaire (ler aqui)
    • Sortie en librairie le 7 juin 2016 à 29 euros TTC (+ 3,71 de frais de port)
      Paiement par chèque (à l'ordre de Ciné-Archives) de 32,71 euros à l'adresse suivante :
      Ciné-Archives - 2 place du Colonel Fabien - 75019 Paris


      PRÉSENTATION :

      Les seize films de ce coffret DVD témoignent de la diversité de la cinématographie initiée par les milieux communistes dans les années 1930. Fictions, documentaires, actualités se côtoient autour de La Vie est à nous, œuvre collective dirigée par Jean Renoir pour les élections législatives de 1936.

      Dès le milieu des années 1930, le PCF et la CGT s’emparent du cinéma, média de masse par excellence. L’afflux d’adhésions du printemps 1936 leur apporte des fonds nouveaux, ainsi qu’un vivier de membres professionnels du cinéma. C’est dans ce contexte qu’est créée Ciné-Liberté, coopérative de production et de diffusion de films hors du circuit commercial. Participent à la fabrication des films des cinéastes venus de toute la gauche, et un grand nombre de techniciens membres du PCF et de la CGT.

      L’origine militante de ces films est perceptible dès leurs cartons de générique : anonymes et collectifs, ils renvoient uniquement à l’organe militant qui les produit.
      Les images du Front Populaire ont durablement marqué la mémoire collective. De fait, quatre-vingts ans plus tard, la joie de vivre éclatante des grévistes à l'écran est toujours aussi communicative.

      FICHE TECHNIQUE :


      DVD 1 : "La Vie est à nous" et autres films des années 1935-1936
      "La Vie est à nous", (dir. Jean Renoir, 1936, 62 min.), dans une version restaurée inédite
      "Le Défilé des 500.000 manifestants à la porte de Vincennes le 14 juillet 1935" (réalisation anonyme, 1935, 20 min.)
      "Le 7e congrès du Komintern" (réalisation anonyme, 1935, 28 min.)
      "Grèves d'occupations" (réalisation collective, 1936, 13 min.)
      "Les Chateaux du bonheur" (Albert Mourlan, 1936, extrait de 11 min.)
      "Garches 1936" (réalisation collective, 1936, 10 min.)


      DVD 2 : "Le Temps des cerises" et autres films des années 1937-1938
      "Le Temps des cerises", (Jean-Paul Le Chanois, 1937, 75 min.)
      "Le 9e Grand prix cycliste de l'Humanité" (réalisation collective, 1937, 13 min.)
      "Paris 1937, l'exposition internationale des Arts et des Techniques" (réalisation anonyme, 1937, 21 min.)
      "La Grande espérance", (Jacques Becker, 1937, extraits de 15 min.)
      "Magazine populaire n°1" (réalisation collective, 1938, extraits de 17 min.)
      "Breiz Nevez" (réalisation anonyme, 1938, 11 min.)


      DVD 3 : Les films syndicaux de 1938
      "Sur les routes d'acier" (Boris Peskine, 1938, 39 min.)
      "Les Métallos", (Jacques Lemare, 1938, 38 min.)
      "Les Bâtisseurs", (Jean Epstein, 1938, 49 min.)
      "La Relève", (réalisation anonyme, 1938, 12 min.)


      Sommaire du livre :
      - "1936 : quand le cinéma faisait politique et que la politique faisait cinéma", introduction par Danielle Tartakowsky
      - "« La Vie est à nous » : film d’actualité", par Bernard Eisenschitz
      - "La restauration de « La Vie est à nous »", par les Archives françaises du film du CNC ​
      - "Ciné-Liberté, une coopérative cinématographique entre engagement et émancipation" par Valérie Vignaux​
      - "Jean-Paul Dreyfus (dit Le Chanois), cinéaste du Front populaire", par Pauline Gallinari​
      - "Les enjeux internationaux du Front populaire", par Serge Wolikow ​
      - "Syndicats et caméras, la CGT du Front populaire et ses films", par Tanguy Perron
      - "1936-2016, de Ciné-Liberté à Ciné-Archives", par Ciné-Archives


      Coffret édité avec le soutien du CNC, la Ville de Paris, l’Institut CGT d'Histoire Sociale, la Fondation Gabriel Péri,
      En partenariat avec PolitisMediapart, Transfuge, Positif, DVDClassik et Culturopoing.

      Prix Curiosité 2016 dans la catégorie "DVD/Blu-Ray" remis par le Syndicat Français de la Critique de Cinéma.
      Nommé aux DVD Awards 2017 du festival Il Cinema Ritrovato de la Cineteca di Bologna.
      • Video Player
  • Porque hoje é sábado ( )

    JD McPherson

    A sugestão musical deste sábado vai
    para o cantor, compositor e guitarrista
    norte-americano JD McPherson.


    11 agosto 2017

    País da Nato é outra coisa !

    Com a emenda teria sido
    manchete nos jornais e
    primeiro tema de telejornais


     JN de ontem

    Um livro estrangeiro por semana ( )



    Editions La Decouverte, 1008 pg. , 28 E
    Apresentação : «1685, année terrible, est à la fois marquée par l’adoption du Code Noir, qui établit les fondements juridiques de l’esclavage « à la française », et par la révocation de l’édit de Nantes, qui donne le signal d’une répression féroce contre les protestants. Prendre cette date pour point de départ d’une histoire de la France moderne et contemporaine, c’est vouloir décentrer le regard, choisir de s’intéresser aux vies de femmes et d’hommes « sans nom », aux minorités et aux subalternes, et pas seulement aux puissants et aux vainqueurs.
    C’est cette histoire de la France « d’en bas », celle des classes populaires et des opprimé.e.s de tous ordres, que retrace ce livre, l’histoire des multiples vécus d’hommes et de femmes, celle de leurs accommodements au quotidien et, parfois, ouvertes ou cachées, de leurs résistances à l’ordre établi et aux pouvoirs dominants, l’histoire de leurs luttes et de leurs rêves.
    Pas plus que l’histoire de France ne remonte à « nos ancêtres les Gaulois », elle ne saurait se réduire à l’« Hexagone ». Les colonisés – des Antilles, de la Guyane et de La Réunion en passant par l’Afrique, la Nouvelle-Calédonie ou l’Indochine – prennent ici toute leur place dans le récit, de même que les migrant.e.s qui, accueilli.e.s « à bras fermés », ont façonné ce pays».

    Michelle Zancarini-Fournel, professeure émérite à l’université Claude Bernard-Lyon-I, spécialiste en histoire contemporaine, a consacré ses recherches à l'histoire des milieux populaires. Elle est notamment l'auteure de L’Histoire des femmes en France XIXe-XXe siècle (PUR, 2005) et a codirigé, avec Philippe Artières, 68, une histoire collective (1962-1981) (La Découverte, 2008).


    uma interessante entrevista
    com a autora aqui

    10 agosto 2017

    Custará assim tanto ?

    Carta amável a
    alguns opinadores

    Igualzinho a tantos outros (e é por isso que, apesar da foto, este post não é ad hominem) mas copiando objectivamente o "segundo" discurso do PSD e CDS (o primeiro era aquele em que os sovietes tinham assaltado o Ministério da Educação ), o jornalista Manuel Carvalho, em artigo de opinião, escreveu ontem isto no «Público»: «pode ser que as negociações sobre o Orçamento de 2018 façam estalar o verniz no seio da coligação informal, talvez o Bloco e o PCP deixem de ser muletas de um executivo que persiste na obsessão do défice, aplicando ao estado fortes doses de austeridade».
    Face a esta afirmação, há algumas modestas anotações que se impõem:
    Por mim, não sabia que Manuel Carvalho era contra a «obsessão do défice» e o corte nas despesas públicas , o que o torna singularmente próximo das posições do PCP.

    Sem me dar agora ao trabalho de discutir e contestar expressões como «muletas», o que interessa pensar e perguntar é o que é que Manuel Carvalho estaria a escrever nos dias de hoje se, após o 4 de Outubro de 2015,   o PCP e o BE tivessem mandado passear a hipótese de um acordo como hoje existe  e, portanto, tivessem permitido a formação de um executivo minoritário de Passos Coelho ou a formação de um novo governo de «bloco central». Eu bem sei que isto é um exercício de história contra-factual mas creio ser legítimo pressentir que Manuel Carvalho, desde Novembro de 2015 até hoje, já muitas vezes, a propósito do PCP e do BE, teria então falado de «cegueira», «sectarismo», «aliança objectiva com a direita», «política de quanto pior, melhor», «acantonamento em atitudes  de mero protesto», etc., etc.

    É claro que há uma alternativa ao que atrás se pressente : seria Manuel Carvalho ficar caladinho que nem um rato, contentíssimo pela vida facilitada ao PSD e à política de direita, mas isso é uma identificação política que não desejo fazer.

    Tudo  visto, só me resta recomendar amigavelmente a alguns jornalistas do quadro que também escrevem artigos de opinião que não lhes ficava mal um esforço de coerência que acompanhasse as suas viagens à espuma dos dias e que, ao escreverem, se lembrem sempre que ainda há quem tenha memória neste país e que o Google está aí à distância de um clic.