17 janeiro 2015

Porque hoje é sábado (514)

Courtney Barnett

Por sugestão colhida no último Ipsilon,
a proposta musical deste sábado vai
para a cantora australiana Courtney Barnett.

Acontece muitas vezes

Quando os blogues são mais
rápidos que a imprensa nacional



O Público dedica hoje duas interessantes páginas a este tema onde se pode ler designadamente isto:


A realidade é real?

No próprio dia da “manifestação republicana”, as imagens do grupo de líderes políticos que acompanharam o Presidente François Hollande começaram a dar polémica. Sobretudo, quando o jornal Le Monde divulgou uma fotografia (sem autoria atribuída e captada de um ponto elevado), pouco antes do início da marcha, onde o triângulo de políticos e seguranças se mostra separado do resto dos manifestantes.
Apesar de muitos comentários admitirem que essa separação se impunha por razões de segurança, outros criticaram a falta de coragem dos políticos de estarem lado a lado com as centenas de milhares de pessoas que encheram as ruas à volta da Praça da República. Mas o grosso das críticas dirigiu-se aos autores das imagens e à forma como foram captadas e divulgadas. Choveram acusações de “manipulação”, “mentira”, “maquilhagem da realidade”, “hipocrisia” e, para além de “enganados”, houve quem se sentisse “ofendido”. É que a esmagadora maioria das imagens (fotográficas e videográficas) que correram mundo imediatamente a seguir ao início da manifestação (e as que vieram estampadas nos jornais do dia a seguir) davam a entender que era este grupo de cerca de 50 líderes políticos que encabeçava a gigantesca marcha de Paris. Na verdade, aqueles que se juntaram a Hollande na capital francesa marcharam numa rua inacessível ao resto dos manifestantes e nunca se cruzaram directamente com eles (segundo o Le Monde estiveram na Place Léon Blum, que fica a quase dois quilómetros da Praça da República).

E, pronto,agora é só tempo de lembrar que alguns blogues, como primeiro o «manifesto 74» e depois esta modesta chafarica já haviam tratado do assunto

No passado dia 13

Homenagem
a Charlie Haden




para ler aqui

16 janeiro 2015

O assunto é sério mas...

Sequência em três actos



notícia no i de ontem

Ora bem

Uma velha piada agora
em formato União Europeia



«Naturalmente não quero influenciar as eleições gregas, mas não posso deixar de dizer que as ideias avançadas por alguns partidos relativamente aos programas [de ajuda financeira] em curso são simplesmente inaceitáveis", declarou Stubb ao Financial Times. "Continuaremos a ser duros. E quero ser muito claro que a nossa resposta a qualquer pedido de perdão da dívida será um rotundo não", garantiu Alex Stubb, sem se referir directamente às propostas para a reestruturação da dívida pública defendidas pelo Syriza.»
A velha piada costumava rezar assim:



14 janeiro 2015

Imperdoável !

O «indignado» Labrincha esqueceu-se do Terramoto de 1755, do afundamento do
Titanic e do golpe de 28 de Maio de 1926



No «cinco dias», João Labrincha (ver um antecedente aqui), pelo meio de ajuste de contas com Joana Amaral Dias e Nuno Ramos de Almeida a respeito de projectos políticos em que andaram ou andam associados, resolveu meter-se com o PCP em termos que mais do que comentário sério merecem divulgação acompanhada de um solene desprezo perante tanta dose de infâmia.  Afirma designadamente o conhecido «indignado»:
Face a isto, eu poderia interrogar-me sobre esse mágico poder de o PCP «asfixiar» tudo e estranhar que os outros deixem (mas deve ser a falta que lhes fazem os «carregadores de pianos»!). Poderia invocar que este post de Labrincha é tão desonesto que o link que faz para a aliança do PCP com o PS é para para um curto (e altamente deturpador das afirmações de Álvaro Cunhal) resumo noticioso de um debate com Mário Soares realizado em 1997 salvo erro no Instituto de Defesa Nacional de que sou testemunha presencial. Poderia também informar que o link que Labrincha faz para Eanes diz respeito essencialmente ao apoio do PCP nas presidenciais de 80 em que Eanes era hostilizado pelo PSD e CDS e por Mário Soares e poderia mesmo perguntar ao «indignado» de serviço se lhe conviria mais a eleição de Soares Carneiro. Podia fazer isto e muito mais mas Labrincha não merece mais do que o seguinte comentário rasteiro e personalizado: «porra, se o PCP também pertence à casta eu, que fui dele funcionário 29 anos e dirigente durante 26 anos, exigo a revisão imediata do valor da minha reforma !».

Francisco Assis ou...

... como a inteligência não resolve tudo


(...)

Ou por ressaca das festividades de fim de ano ou por causa dos estilhaços de Charlie, deixei injustamente passar em claro este artigo de Francisco Assis no Público de passado dia 8 que considero um exemplo soberbo do que se diz no título deste post.
Atenção, aviso e juro que as citações acima transcritas não têm nenhuma dose de manipulação minha. Na verdade, foi Francisco Assis que expressamente escolheu o caso do aumento do salário mínimo na Alemanha para fazer a demonstração das alegadas vantagens que a sua cabeça vê nas «grandes coligações ao centro».
Ora, sobre este caso, importará anotar três coisas bastante simples mas que terão escapado à notória e reconhecida inteligência de Francisco Assis:

A primeira é que ele não se deve ter dado conta do reflexo nacional que é escolher um exemplo de uma «grande coligação ao centro» em que a CDU de Merkel ocupa a posição dominante e o SPD a posição menor para não dizer «subalterna».

A segunda é que Francisco Assis escolheu o aumento do salário mínimo como principal exemplo das vantagens das coligações «ao centro» por que suspira e esqueceu-se de nos contar alguma coisa sobre os sapos que gostosamente o SPD terá em contrapartida engolido sobretudo em matéria de política europeia com graves reflexos, como é sabido, nos países da periferia, como é o caso de Portugal.

A terceira é que, em projecção para Portugal, dificilmente poderia haver exemplo mais disparatado do que este do aumento do salário mínimo porque, para ele, um PS hipoteticamente governo nem precisará de coligações.