Sem esperar por domingo
Se, no domingo, se confirmarem estas previsões baseadas na última sondagem da IPSOS sobre a repartição final de lugares no Parlamento francês após a segunda volta, então, contra a corrente e contra a indiferença, fica desde já aqui dita alguma coisa sobre a iniquidade congénita de um sistema eleitoral que faz com que uma força como o Front de Gauche, que cresceu 2,6 pontos em relação a 2007, se arrisca a ter menos dois ou três deputados do que já tinha, como é que um partido como o PS, com 30% dos votos na 1ª volta, pode vir a ter sózinho entre 50 e 54% dos deputados e como é que os Verdes (aliados do PS), com menos votos na 1ª volta do que o Front de Gauche, pode ter mais deputados, e isto para já não falar se esta exclusão quase sistemática da Frente Nacional (que teve 13% dos votos na 1ª volta) do Parlamento francês resolve alguma coisa, em termos de futuro ou, se pelo contrário, lhe permite manter uma rendosa aura de «pureza» e de partido anti-sistema.