23 março 2012

A escolha de fotos para 1ª página

Estética ou ideologia ?


Por causa da imagem acima, é hora de falar claro: a mim, pessoalmente, não fosse saber de há muito que preconceitos e caricaturas ensopam certas meninges, não me incomodaria nada que a este trabalhador (provavelmente mais novo do que eu) fosse dado o centro do topo do Público de hoje. Sim, eu olho para esta imagem e o que vejo  é um rosto marcado por uma vida dura de trabalho e só sinto orgulho por todos os que, mais carregados de anos, continuam a honrar compromissos de vida e de luta que só os engrandecem e enriquecem a história da democracia portuguesa.
Mas eu sei, de longa experiência, que não são estas impressões ou estes sentimentos que, em geral, comandam, na imprensa a escolha destas fotos. E sei tanto ou tão pouco que, por causa destas e doutras, cheguei a escrever várias vezes a piada de que todos mas todos envelhecemos excepto nas redacções dos jornais.
E deve ser por isso que nunca lhes passaria pela cabeça ter feito um topo de página como, de forma mal amanhada, se segue aí em baixo.


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Não há pachorra !

Um dislate opinativo comentado
por uma minha ficção opinativa




O Público de hoje, para além de vários exercício de tiro ao alvo em Arménio Carlos, publica um breve texto de opinião sobre a greve geral da autoria de Nuno Ribeiro (por sinal, correspondente do jornal em Espanha e mais dado a escrever sobre o futebol espanhol) no qual consta a seguinte e inesquecível passagem (sublinhados meus): «(...) O secretário-geral da CGTP sentiu a necessidade de explicar as razões da greve geral. Lembrou os motivos, contextualizou o momento e negou outra alternativa que não fosse a forma suprema de luta. Não deixa de ser curioso que Arménio Carlos se sentisse obrigado a este exercício. Não por pedagogia mas, visto o que ontem se viu, por justificação. A urgência da greve geral , disse, é a iminente aprovação  do pacote de leis laborais  aprovado pelos parceiros sociais, à excepção da CGTP. Donde se conclui que o o ocorrido ontem seria de suficiente magnitude para mudar o sentido de voto da maioria. Arménio Carlos terá agora de explicar os motivos da aprovação, na próxima semana das novas medidas legislativas (...)»

Ora, este texto faz-me lembrar um texto de opinião que, há cerca de um mês, como convidado, escrevi para o Diário de Notícias, a propósito dos problemas laborais no Público. Só uma passagem:

«(...) Como é sabido e se encontra noticiado nesta edição, apesar da greve decidida pela Comissão de Trabalhadores do Público contra as reduções salariais e de efectivos e coberta por pré-aviso do Sindicato dos Jornalistas, aquele jornal esteve ontem presente nas bancas embora com um padrão de conteúdo e qualidade bastante inferior ao habitual. Não deixa de ser curioso que Nuno Ribeiro, porta-voz da CT daquele jornal tenha sentido a necessidade de explicar as razões da greve, sublinhando sobretudo que se estava a oito dias da entrada em vigor das gravosas alterações decididas pela administração do jornal dependente da SONAE. Donde se conclui que o recurso àquela forma suprema de luta tinha em vista obrigar a administração a revogar as suas decisões. Nuno Ribeiro terá agora de explicar os motivos da entrada em vigor daquilo que os trabalhadores do Público sempre consideraram uma intolerável agressão aos seus direitos e, bem assim, explicar a diferença entre o passo e a perna.(...)».

Não deveria ser necessário dizê-lo
mas este texto é mesmo,
 e por várias razões, uma ficção.


22 março 2012

No final desta grande jornada, só para lembrar que...

... a nossa luta vem de longe


Kristen Lems

   
 The Living Wage por Kristin Lems






Si, si puede por Linda Allen 
a ouvir aqui

PS e revisão da legislação laboral

Nojentos, perdoem mas
é o termo, 
até na escolha do dia



Os jornalistas e o lado errado
ou como evitar fotos destas




Acabo de ouvir na SIC Notícias uma referência a um comunicado da PSP (no sítio da PSP, parece que os comunicados de imprensa pararam em 30.12.2011) sobre as agressões a dois jornalistas) que é de deixar uma pessoa de cara à banda. Segundo a SIC, o comunicado refere não apenas que nestas situações, os jornalistas devem estar visivelmente identificados (o que não se discute) mas também que se devem colocar do lado da barreira policial.
Escusado será dizer que, com semelhante doutrina, os fotojornalistas poderão fotografar manifestantes mas não polícias em acção porque agora parece desenhar-se o grande conceito estratégico policial de «vai tudo raso». Muito conveniente, reconheçamos.
 E agora já não se ralam
com a imagem externa de Portugal ?



a legenda refere-se à agressão a Patricia Melo, fotojornalista da AFP.

Unidos e solidários








Maré Alta por Sérgio Godinho


United We Stand por Smokey Dymny

There's problems in the country, the economy's not for all
We're blaming the politicians, but it ain't them at all.
We've got to get together, we can do it all,
For united we stand; divided we fall.
For united we stand; divided we fall.

They've been raising our taxes for mor'n a hundred years,
Workers and children dyin'- parents shedding tears.
We can stop their bloody rip offs, well, we can do it all,
For united we stand; divided we fall.
For united we stand; divided we fall.

There's problems with our forests, our garbage and the air,
Corporations say they're green now, politicians that they care
But only you & I can set them straight, we can do it all.....
For united we stand; divided we fall.
For united we stand; divided we fall.

We've got too much unemployment, folks livin' on the streets,
Families at the food banks; they can't afford to eat.
We need income redistribution, we can do it all, For....
For united we stand; divided we fall.
For united we stand; divided we fall.
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(...)