Não há dúvida, o Presidente
anda muito inspirado
Pluralismo made in Ucrânia
Lembrando a grande
tragédia na Indonésia em 1965
«Magdalena Kastinah era uma rapariga como tantas outras. Filha de camponeses, era muçulmana como a maior parte dos habitantes da ilha de Java, na Indonésia; gostava de ouvir música como qualquer adolescente. Mas, quando tinha apenas 15 anos, a mãe morreu e teve de começar a trabalhar. Um ano mais tarde, incapaz de juntar dinheiro na aldeia onde vivia, mudou-se para a capital, Jacarta. Dizia-se que era mais fácil encontrar emprego lá. E era.
Passado pouco tempo, Kastinah começou a trabalhar numa fábrica de camisolas. As condições eram boas, graças em grande parte à SOBSI, a maior rede sindical do país, afiliada ao Partido Comunista Indonésio (PKI). Apesar de nunca se ter interessado por política, juntou-se ao sindicato. “Eles apoiavam-nos, protegiam-nos e a sua estratégia funcionava”, disse. “Funcionava mesmo. Era o que sabíamos.” Kastinah não imaginava que, anos mais tarde, em Outubro de 1965, o facto de pertencer a um sindicato a poria atrás das grades. Nem que os polícias, supostamente encarregados de protegê-la, a fossem violar apenas por ser sindicalizada e, na cabeça deles, uma bruxa comunista. Muito menos que ainda hoje, com mais de 70 anos, fosse uma pária, sem família, nem uma rede de apoio.» ( no «Público» sobre a repressão contra os comunistas na Indonésia em 1965)~
Extracto da entrevista a Vincent Bevins autor de «O método de Jacarta»
Um socialista
da mais fina cepa
«Mas há uma outra e relevante razão para que os socialistas franceses votem Macron e no seu partido – impedir a chegada de um governo de extrema-direita a seguir ao descalabro de um governo do frentismo. Ou seja, impedir o nascimento da Sexta República, que se anteciparia isolacionista, provinciana, xenófoba. Com Jean-Luc Mélenchon no exercício da função de primeiro-ministro quem ganha, num prazo curto, é Marine Le Pen. Basta isto para um socialista não ter dúvidas sobre o seu voto.» (o deputado do PS Ascenso Simões no «Expresso»)
Uma sondagem europeia
divulgada pelo «Público»
«A maioria dos europeus está de acordo em relação à responsabilidade da invasão da Ucrânia e também sobre quem tem a maior possibilidade de acabar o conflito – a Rússia. Mas onde se dividem é sobre o fim do conflito, segundo uma sondagem do European Council on Foreign Relations (ECFR), com dois campos a emergir: um quer a paz o mais rapidamente possível, mesmo com cedências territoriais da Ucrânia (o estudo chama-lhe o campo da paz) e outro quer que seja privilegiada a justiça, ou seja, que seja restaurada a integridade territorial da Ucrânia e que a Rússia seja punida pela invasão (o estudo chama-lhe o campo da justiça) – e finalmente, entre ambos, há um grupo que oscila entre posições do campo da justiça, não querendo permitir que a Rússia obtenha ganhos com a invasão de um país soberano, do campo da paz, enunciando medos de escalada, incluindo nuclear (este é o grupo dos oscilantes).
Em geral, os europeus nos dez países da sondagem do ECFR estão divididos, com 35% no campo da paz e 20% no da justiça, com 20% a oscilar entre os dois.»
Portugal tem 31% de inquiridos no campo da paz, 21% no da justiça, e 30% de oscilantes entre os dois.»
Coligação de esquerda
com um bom resultado