Sister Sadie
«Marcelo Rebelo de Sousa,
criador de passados»
«É com este feliz título que,no seu blogue, Joana Lopes recupera em boa hora uma polémica de 2008, em que também participei, sobre declarações do então comentador procurando afivelar um passado antifascista. O dossiê completo desta polémica está disponível aqui.
Ai ai,
a separação de funções
Certamente para dar sequência a um antigo editorial em que Manuel Carvalho acusava a comunicação social de levar o Chega «ao colo», o «Público» foi a correr entrevistar Diogo Pacheco de Amorim, vice-presidente do Chega por ser o putativo substituto de André Ventura na AR.
Questionado sobre a sua pertença ao MDLP, o entrevistado declarou com a maior desfaçatez que « mesmo que tivesse acontecido alguma atitude menos correcta dado o período conturbado, eu estava no gabinete político, que não tinha nada a ver com a parte operacional. O gabinete político onde estava o antigo bastonário da Ordem dos Advogados [Pacheco de Amorim refere-se a José Miguel Júdice] e ninguém se lembrou de o chatear com isso».
Tudo visto, ficamos a saber que para pôr bombas e matar pessoas a boa definção de Pacheco de Amorim é «alguma atitude menos correcta» e que no MDLP quem tratava de política não tratava de bombas embora estas fossem a principal expressão da política da organização. De uma coisa não restam dúvidas: omembro do «gabinete político» do MDLP sabian que havia uma «parte operacional» e que a mesma não se ocupava de jardiinagem.
Jornal do incrível !
A direita, nervosa, vai
ao baralho e tira uma
carta mais que gasta
Comecemos por registar que muito contente com a aquisição deve estar o «Público» tantas as vezes que faz chamadas de primeira página para os artigos do seu novo colunista da área do CDS Francisco Mendes da Silva.
Registemos depois que este escreveu hoje que « a verdade é que à direita nenhuma outra pessoa tem hoje a autoridade inequívoca e o apelo transversal que Passos tem. É por isso que foi ouvido e debatido, por admiradores e opositores, como se permanecesse vividamente no activo. Isto não é matéria de opinião ou desejo; é matéria de facto. Goste-se ou não, Pedro Passos Coelho não é uma figura do passado: é, ainda, o líder natural da direita portuguesa.»
Azar dos azares, acontece que mais à frente o articulista logo nos explica que «é preciso um projecto que reinvente este spaço político [da direita] e recupere o eleitorado perdido em 2015».
Como o leitor já terá intuído, as duas citações não jogam bem. Pela simples razão de que o eleitorado perdido em 2015 (pequeno pormenor: foram 700 mil votos) foi perdido com «o líder natural da direita portuguesa» Passos Coelho ao leme de um chaço chamado PAF.
Podem-me dizer que a memória dos povos é curta mas, ainda assim, penso que neste caso o novo D. Sebastião da direita, embora vivo, já teve o seu Alcácer Quibir.