21 janeiro 2020

Espantoso !

Rui Tavares a achar que
 Marcelo devia ter imitado
 Cavaco em 2015

Rui Tavares em entrevista ao «DN»

Sobre esta afirmação apenas quatro  pazadas de terra :
1. Ao pretender que Marcelo Rebelo de Sousa adoptasse a exigência (acordo escrito) de Cavaco Silva em 2015, Rui Tavares  alinha lamentavelmente numa concepção mais do que discutível dos poderes constitucionais do PR.
2. Rui Tavares não tem, nesta entrevista, a generosidade de nos explicar o que, no contexto dos resultados eleitorais verificados,  faria depois Marcelo se os partidos lhe dissessem que  não queriam ou não era possível um acordo escrito.
3. Rui Tavares não percebe a diferença abismal que existe entre um cidadão qualquer ter desejado que houvesse um acordo escrito e ser o  PR o exigi-lo.
4. Forçoso é concluir pois que, ao menos por uma vez, o Presidente da República teve muito mais bom senso e sentido das realidades do que Rui Tavares.

Uma revelação muito importante



- Ministro Pedro Nuno Santos, em
 entrevista ao «Expresso» de 18.1.2020

«Público» de 9.1.2019

20 janeiro 2020

Post para idosos

Se aceitar, é já a fazendeira
 que aceita, não a personagem de «Malú Mulher» de 1979



ler aqui

19 janeiro 2020

Artigo no último «Expresso»

Miguel Sousa Tavares
 à beira de se filiar no
 Iniciativa Liberal ?


«E o que eu sinto é que partidos e partidecos que não ganharam as eleições — e em alguns casos até, claramente, as perderam e recuaram eleitoralmente — chantageiam o partido que as ganhou, tirando vantagem da ausência de maioria absoluta deste para governar apenas com o seu programa, e actuam como se eles também tivessem recebido um mandato dos portugueses para nos co-governarem nos próximos quatro anos. E com que chantageiam eles? Com o meu dinheiro. Com o dinheiro que me custa muito a ganhar, fruto do meu trabalho e da enormidade do que dele dou ao Estado em troca do nada que lhe peço.»

- conclusão : Miguel Sousa Tavares não vive em sociedade, é um conhecido eremita que não pede nada ao Estado.Nem polícia que garanta a sua segurança, nem escola pública para os seus netos, nem SNS para si ou seus familiares.

«É a classe média que produz os cientistas, os economistas, os arquitectos, os músicos, os escritores, os filósofos, os empresários visionários, os matemáticos, que acrescentam valor, inovação, riqueza às nações. Numa palavra, aquilo a que chamamos elites. Mas sucede que toda esta gente só existe e só funciona num quadro de absoluta liberdade individual e económica — sem depender do Estado e, se necessário, contra o Estado»



- conclusão  : se só a classe média traz riqueza ao país, eu proponho que, por ponte aérea, se mandem todos os trabalhadores de férias para Punta Cana.

«Voltando então ao nosso banquete do Estado e à parte da pornografia, ela consiste simplesmente no infindável e despudorado rol de exigências de mais e mais despesas públicas, mais e mais impostos sobre tudo o que mexe (..), apresentadas, tipo concurso de ideias, por todos os partidos à esquerda do PS. Que, uma vez garantidas, eles irão afixar em cartazes de rua como conquistas suas — com o dinheiro nosso. E assim, abstendo-se na generalidade, estes partidos dedicam-se depois, na especialidade, a acrescentar, grão a grão, mais umas centenas de milhares ou milhões de despesa pública, para cujo pagamento só prevêem, quando prevêem, dois tipos de cobertura: ou mais défice ou  mais impostos.»


- conclusão 1 : em próximo artigo, MST vai propor uma revisão constitucional que passe a determinar que partidos que não ganhem eleições não podem fazer propostas de alteração ao Orçamento;


- conclusão 2: MST tinha uma imensa vontade mas faltou-lhe espaço para falar nos 850 milhões de euros que estão inscritos no OE para 2020 destinados ao Novo Banco.

- conclusão 3 : MST teve azar pois, no mesmo «Expresso» em que ele despeja a sua indignação com a quantidade de propostas de alteração na especialidade ao OE, Pedro Adão e Silva explica que elas foram 1.200 no governo minoritário de Sócrates, 600 nos governos pafiosos e 510 no ano passado.

16 janeiro 2020

"Ou há moralidade ou comem todos "


Lendo só o título desta crónica de João Miguel Tavares no «Público» de hoje, muitos leitores certamente se interrogarão sobre a que propósito vem este assunto agora. Mas a crónica explica ela mesmo que, em vésperas das autárquicas de 2017, a rapaziada do «Governo Sombra» resolveu fazer um programa em que abordou, sem quaisquer restrições, a  actualidade política e eleitoral; que, na sequência, a CNE enviou ao Ministério Público um auto de denúncia «por incumprimento do dia de reflexão»; e, agora JMT vem ufanar-se de o M.P  ter proferido um despacho de arquivamento.

E, por esta crónica, ficámos então a saber que o MP considerou (a meu ver erradamente)  :
A. que o «entendimento lato que a CNE fez de «propaganda eleitoral» não tem sustentação legal ;
B. que «somente a propaganda eleitoral, em sentido estrito, para promoção  propriamente dita e efectiva  candidaturasdeve ser proibida em dia de reflexão"
C. que essa proibição não deve abranger " todo e qualquer acto positivo ou negativo relacionado com as eleições» na medida em que tal «proibição comprime de forma desproporcional o direito fundamental à liberdade de expressão e informação» 

Naturalmente que um tal despacho de arquivamento tinha de levar ao êxtase um comentador como J.M.T que, na questão do «dia de reflexão», só vê «a obrigação de autocensura  dos jornais e telejornais ». Ou seja, para JMT e quase todos os outros que fazem campanha pelo fim do «dia de reflexão» porque  estão dominados por um lamentável espírito de casta e pendor corporativo, só existem os direitos ilimitados de jornalistas e comentadores num dia em que já os partidos continuaram obrigados a manter a rolha na boca.
Teríamos assim uma situação em que, com os partidos silenciados, um qualquer comentador ou jornalista , num qualquer «Governo Sombra» poderia lançar impunemente uma qualquer infâmia sobre um partido ou sacar do bolso uma qualquer «sondagem de última hora» sem que os visados e lesados pudesse ter qualquer reacção.
 Tudo visto e ponderado, volto à vaca fria : querem acabar com o «dia de reflexão» ?. Pois acabe-se com ele ! Mas terão de gramar que, das 0 às 24 horas de sábado, haja caravanas de propaganda, arruadas, comícios, difusão de comunicados e esclarecimentos. por parte das forças concorrentes às eleições. É que, se há moralidade, comem todos !

Uma má notícia

É triste mas 48% dos americanos
 acha que Trump andou bem face ao Irão e
43% acham que andou mal





claro = decisão errada mandar matar Soleimani
escuro =  decisão certa

aqui

14 janeiro 2020

Uma «novidade» com 43 anos !

Convém não
avacalhar o debate !
O desenvolvimento natural de um título  assim encontra-se designadamente na seguinte passagem do editorial do «Público» de hoje : « O prodígio do “melhor orçamento” da era de António Costa consegue criar essa ilusão tentando transformar um almoço frugal de um país pobre numa boda de milionários. Basta ver a interminável lista de propostas que os partidos à esquerda do PS levam à negociação na especialidade para percebermos que a lei destinada a enquadrar as prioridades políticas do país no próximo ano se transformou num milagre das rosas com toques de novo-rico. Exigir aumentos, apoios, subvenções, isenções, incentivos ou reduções de taxas e impostos em favor de alguns é um dever da esquerda responsável; querer tudo isso e ainda mais apenas para fazer prova de vida é ridículo. Por ser impossível de concretizar. E por ser feito na suposição de que não percebemos essa impossibilidade.»

Sobre isto, apetece-me tecer três comentários principais:

O primeiro é que Manuel Carvalho, em matéria de alterações na especialidade ao OE, parecer ter descoberto agora uma gloriosa novidade quando, mais coisa menos coisa, isso já aconteceu em 43 Orçamentos anteriores ( se a comunicação social em tempos mais remotos não ligava nenhuma aos OE é coisa de que não tenho culpa).

O segundo é que, quanto ao «querer tudo isso e muito mais», justifica-se explicar a M.C. que um partido pode calcular que  propostas suas são mais difíceis de aceitar pelo governo mas, em rigor, não pode prever de forma absoluta e certeira que propostas suas serão aceites, coisa que, como é bom de ver, só se pode apurar no final do processo. A isto acresce que, ainda assim, uma coisa é apresentar 33 propostas (como faz o PCP) e outra é apresentar 140 (como faz o PAN).

O terceiro comentário, e talvez seja o mais importante, é para esclarecer piedosamente M.C. de que a sua acusação generalizadora de que os partidos «querem dar mais a todos» e que fazem propostas que são «uma impossibilidade» não se aplica aqueles partidos como o PCP que têm propostas de natureza fiscal destinadas precisamente a obter receitas para as novas despesas que propõem.

Em resumo:  não é sério nem rigoroso ridicularizar o que afinal é simplesmente a natural afirmação política de propostas (independentemente do desfecho que venham a ter) ou, como faz M.C:, baptizar  essas propostas de «arraial minhoto em que há foguetes para todos os gostos» quando o que há é apenas o resultado natural das orientações ideológicas de cada partido e das suas identidades.

P.S : No seu editorial, Manuel Carvalho, seguindo um velhíssimo argumento dos neo-liberais, inclui no seu «dar tudo a todos» a isenção para «os ricos de taxas no SNS ou de propinas nas Universidades». Ora, desta forma, o que M.C. vem mostrar é sua hostilidade ao princípio da universalidade que tem como corolário necessário a ideia de que os privilégios relativos se devem combater em sede de impostos. Esta teoria de M.C. e tantos outros deveria então conduzir a que os ricos fossem proibidos de comprar o passe social e obrigados a pagar pelos estudos que os seus filhos fazem no ensino básico e secundário públicos.