16 dezembro 2019

Vale a pena ler

« (...) La predecible respuesta del establishment mediático liberal español ha sido atribuir la victoria del Partido Conservador a un rechazo del programa del Partido Laborista, percibido como excesivamente izquierdoso (el editorial de El País del 14.12.19 lo definió como paleoizquierdista), alentando a las fuerzas progresistas a que aprendan de lo ocurrido y vuelvan al centro (que quiere decir al socioliberalismo).
Los datos, sin embargo, no confirman esta lectura de lo ocurrido. En realidad, las encuestas fiables afirmaban que la gran mayoría de las propuestas del Partido Laborista eran valoradas positivamente por la mayoría de la población. Según la encuesta de YouGOV (compañía altamente reputada en círculos de análisis de opinión), el 64% de la población estaba de acuerdo, por ejemplo, en subir los impuestos sobre la renta a las personas que ganan anualmente más de 80.000 libras (equivalentes a más de 95.000 euros). A su vez, el 56% estaba a favor de la nacionalización de los ferrocarriles y de las compañías de agua de energía y de gas (medida definida como antigualla por el articulista neoliberal de El País Xavier Vidal-Folch); el 54% estaba a favor de que los trabajadores y empleados de una empresa ocuparan un tercio del órgano ejecutivo de una empresa; el 81% apoyaba un aumento del gasto público sanitario de un 4,3%; un 73% apoyaba un crecimiento del salario mínimo a 10 libras esterlinas por hora (unos 12 euros); un 59% estaba a favor de un New Green Deal, y así un largo etcétera. No es creíble, por lo tanto, que el programa del Partido Laborista asustara a la población. Asustó a las clases pudientes, pero no a las clases populares.
¿Cuál, pues, fue la causa? Fue el Brexit, esto es, salir o no de la Unión Europea. »
na íntegra aqui

No «Expresso»

Nem mais

«Para os trabalhadores do Estado, o século XXI tem sido um período de desenvolvimento ao contrário: a cada ano que passa, a sua condição de vida degrada-se um pouco mais».«Segundo a proposta que o Governo apresentou esta semana, 2020 será o 11º ano consecutivo em que os funcionários públicos irão sofrer uma redução real do seu salário. Após uma década de congelamento, a continuação do recuo terá lugar desta feita através de um aumento nominal (0,3%) significativamente inferior à inflação prevista para o próximo ano (1,6%): na prática, os funcionários públicos irão assim sofrer um corte salarial real de mais de 1%. Esta intenção do Governo é especialmente difícil de entender à luz do crescimento previsto do PIB nominal para 2020 (3,5%), que deverá ter correspondência no aumento da receita fiscal, e é difícil de compaginar com a ideia de uma Administração Pública moderna e motivada. Com efeito, só com muita dedicação intrínseca às funções realizadas é que é possível imaginar superar a desmotivação que advém de 11 anos consecutivos a perder rendimento. Considerando a inflação registada desde 2010, serão mais de 11% de perda acumulada de poder de compra real para os funcionários públicos ao longo de uma década em que, apesar de tudo, o PIB real não deixou de registar algum crescimento (principalmente em resultado dos anos mais recentes).»

14 dezembro 2019

Uma falácia para crucificar Corbyn

A sondagem esquecida
pelos batalhões de
comentadores neoliberais

Em Portugal, no Reino Unido e em muitíssimos mais países, na hora da derrota do Labour (em que, a meu ver, pesou sobretudo o embaraço e cansaço do Brexit), logo saltaram batalhões de jornalistas e comentadores neoliberais a crucificarem Corbyn por causa do seu «esquerdismo», por estar ainda «nos anos 70» e por ter defendido um vasto plano de nacionalizações.
Na sua ânsia de ajuste de contas, ignoram todos que, apenas há dois anos, uma sondagem revelava que no Reino Unido 83% apoiava a nacionalização da água, 77% a da electricidade e do gás e 76% os caminhos de ferro.
Não estou a inventar. Está aqui no prestigiado Guardian


ler aqui

tradução:
«Os planos de nacionalização de Jeremy Corbyn são música para os ouvidos do público.Os planos do líder trabalhista para assumir ferrovias, água e energia têm altos níveis de apoio público».

Ainda 3 notas sobre as eleições no Reino Unido

O mapa verdadeiro
e mais qualquer coisa

1. Por dificuldades técnicas, não me é possível reproduzir aqui o mapa da votação que o «Público» hoje exibe citando como fonte a Reuters.Mas sempre venho dizer que esse mapa apresenta um oceano de azul (círculos ganhos pelos Tories) que não corresponde à realidade. O mapa, bem diferente, apresentado por The Guardian é este :
2. Como alguns leitores se lembrarão escrevi isto aqui: «Boris J0hnson obtém 43,6% dos votos mas ganha 56% dos deputados. É o resultado dos círculos uninominais a uma volta.Num círculo nacional com um  método proporcional puro, Boris não  teria a maioria absoluta pois chegaria  apenas aos 284 deputados. Os Conservadores beneficiam de uma  vontade muito vasta de despachar  o Brexit de qualquer maneira, o que toca   uma parte importante do eleitorado  trabalhista, e beneficiam também da  desistência do partido do Brexit em 317 círculos. Conservadores não sobem  grande coisa em % como  se pode ver pelos resultados de 2017. » E, ao republicar isto no Facebook escrevi que «Quase que aposto que amanhã os jornais portugueses não vão falar disto.» Ora o que agora venho dizer é que pelo menos foi isso que aconteceu com as seis páginas que o «Público» de hoje dedicou a estas eleições. Este jornal nem sequer foi capaz de contar aos eleitores que os Conservadores, em percentagem, tiveram a "estrondosa" vitória de subirem 1,2% !!!

3. Talvez alguns leitores perguntem porque me dedico tanto a estes para mim «pormaiores» que a nossa imprensa considera certamente minudências. Pela simples razão de que por detrás do número de deputados pode estar (e neste caso está) o sistema eleitoral enquanto por detrás das percentagens e votos estão cidadãos.

Porque hoje é sábado ( )

Lucas Debargue



A sugestão musical deste sábado regressa
 à música clássíca com o pianista
 Lucas Debargue

tocando sonatas de Domenico Scarlatti .

O novo filme de Ken Loach

Se ainda não viu, corra
a ver antes que saia !

no cinema ideal às 14:00 e 21:35

13 dezembro 2019

Depois de uma década sem aumentos

Tanta generosidade
até faz impressão !


de aumento para a função pública em 2020

Duas boas notícias

Eles merecem e nós
 também merecemos
o seu talento
actor, encenador e director artístico  do Teatro Nacional Dona Maria II é o Prémio Pessoa 2019

Maria João Pires eleita personalidade do ano pela Associação de Imprensa estrangeira.