16 dezembro 2019

No «Expresso»

Nem mais

«Para os trabalhadores do Estado, o século XXI tem sido um período de desenvolvimento ao contrário: a cada ano que passa, a sua condição de vida degrada-se um pouco mais».«Segundo a proposta que o Governo apresentou esta semana, 2020 será o 11º ano consecutivo em que os funcionários públicos irão sofrer uma redução real do seu salário. Após uma década de congelamento, a continuação do recuo terá lugar desta feita através de um aumento nominal (0,3%) significativamente inferior à inflação prevista para o próximo ano (1,6%): na prática, os funcionários públicos irão assim sofrer um corte salarial real de mais de 1%. Esta intenção do Governo é especialmente difícil de entender à luz do crescimento previsto do PIB nominal para 2020 (3,5%), que deverá ter correspondência no aumento da receita fiscal, e é difícil de compaginar com a ideia de uma Administração Pública moderna e motivada. Com efeito, só com muita dedicação intrínseca às funções realizadas é que é possível imaginar superar a desmotivação que advém de 11 anos consecutivos a perder rendimento. Considerando a inflação registada desde 2010, serão mais de 11% de perda acumulada de poder de compra real para os funcionários públicos ao longo de uma década em que, apesar de tudo, o PIB real não deixou de registar algum crescimento (principalmente em resultado dos anos mais recentes).»

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