16 dezembro 2019

No «Expresso»

Nem mais

«Para os trabalhadores do Estado, o século XXI tem sido um período de desenvolvimento ao contrário: a cada ano que passa, a sua condição de vida degrada-se um pouco mais».«Segundo a proposta que o Governo apresentou esta semana, 2020 será o 11º ano consecutivo em que os funcionários públicos irão sofrer uma redução real do seu salário. Após uma década de congelamento, a continuação do recuo terá lugar desta feita através de um aumento nominal (0,3%) significativamente inferior à inflação prevista para o próximo ano (1,6%): na prática, os funcionários públicos irão assim sofrer um corte salarial real de mais de 1%. Esta intenção do Governo é especialmente difícil de entender à luz do crescimento previsto do PIB nominal para 2020 (3,5%), que deverá ter correspondência no aumento da receita fiscal, e é difícil de compaginar com a ideia de uma Administração Pública moderna e motivada. Com efeito, só com muita dedicação intrínseca às funções realizadas é que é possível imaginar superar a desmotivação que advém de 11 anos consecutivos a perder rendimento. Considerando a inflação registada desde 2010, serão mais de 11% de perda acumulada de poder de compra real para os funcionários públicos ao longo de uma década em que, apesar de tudo, o PIB real não deixou de registar algum crescimento (principalmente em resultado dos anos mais recentes).»

14 dezembro 2019

Uma falácia para crucificar Corbyn

A sondagem esquecida
pelos batalhões de
comentadores neoliberais

Em Portugal, no Reino Unido e em muitíssimos mais países, na hora da derrota do Labour (em que, a meu ver, pesou sobretudo o embaraço e cansaço do Brexit), logo saltaram batalhões de jornalistas e comentadores neoliberais a crucificarem Corbyn por causa do seu «esquerdismo», por estar ainda «nos anos 70» e por ter defendido um vasto plano de nacionalizações.
Na sua ânsia de ajuste de contas, ignoram todos que, apenas há dois anos, uma sondagem revelava que no Reino Unido 83% apoiava a nacionalização da água, 77% a da electricidade e do gás e 76% os caminhos de ferro.
Não estou a inventar. Está aqui no prestigiado Guardian


ler aqui

tradução:
«Os planos de nacionalização de Jeremy Corbyn são música para os ouvidos do público.Os planos do líder trabalhista para assumir ferrovias, água e energia têm altos níveis de apoio público».

Ainda 3 notas sobre as eleições no Reino Unido

O mapa verdadeiro
e mais qualquer coisa

1. Por dificuldades técnicas, não me é possível reproduzir aqui o mapa da votação que o «Público» hoje exibe citando como fonte a Reuters.Mas sempre venho dizer que esse mapa apresenta um oceano de azul (círculos ganhos pelos Tories) que não corresponde à realidade. O mapa, bem diferente, apresentado por The Guardian é este :
2. Como alguns leitores se lembrarão escrevi isto aqui: «Boris J0hnson obtém 43,6% dos votos mas ganha 56% dos deputados. É o resultado dos círculos uninominais a uma volta.Num círculo nacional com um  método proporcional puro, Boris não  teria a maioria absoluta pois chegaria  apenas aos 284 deputados. Os Conservadores beneficiam de uma  vontade muito vasta de despachar  o Brexit de qualquer maneira, o que toca   uma parte importante do eleitorado  trabalhista, e beneficiam também da  desistência do partido do Brexit em 317 círculos. Conservadores não sobem  grande coisa em % como  se pode ver pelos resultados de 2017. » E, ao republicar isto no Facebook escrevi que «Quase que aposto que amanhã os jornais portugueses não vão falar disto.» Ora o que agora venho dizer é que pelo menos foi isso que aconteceu com as seis páginas que o «Público» de hoje dedicou a estas eleições. Este jornal nem sequer foi capaz de contar aos eleitores que os Conservadores, em percentagem, tiveram a "estrondosa" vitória de subirem 1,2% !!!

3. Talvez alguns leitores perguntem porque me dedico tanto a estes para mim «pormaiores» que a nossa imprensa considera certamente minudências. Pela simples razão de que por detrás do número de deputados pode estar (e neste caso está) o sistema eleitoral enquanto por detrás das percentagens e votos estão cidadãos.

Porque hoje é sábado ( )

Lucas Debargue



A sugestão musical deste sábado regressa
 à música clássíca com o pianista
 Lucas Debargue

tocando sonatas de Domenico Scarlatti .

O novo filme de Ken Loach

Se ainda não viu, corra
a ver antes que saia !

no cinema ideal às 14:00 e 21:35

13 dezembro 2019

Depois de uma década sem aumentos

Tanta generosidade
até faz impressão !


de aumento para a função pública em 2020

Duas boas notícias

Eles merecem e nós
 também merecemos
o seu talento
actor, encenador e director artístico  do Teatro Nacional Dona Maria II é o Prémio Pessoa 2019

Maria João Pires eleita personalidade do ano pela Associação de Imprensa estrangeira.

Derrota trabalhista sem dúvida

Depois de hora e horas
a falarem só de deputados 
eleitos, eu venho divulgar
 os votos e percentagens


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Boris J0hnson obtém 43,% dos
votos
mas ganha 56% dos deputados.
É o resultado dos círculos
uninominais a uma volta.


Num círculo nacional com um
 método proporcional puro, Boris não
 teria a maioria absoluta pois chegaria
 apenas aos 284 deputados.


Os Conservadores beneficiam de uma
 vontade muito vasta de despachar
 o Brexit de qualquer maneira, o que toca
 uma parte importante do eleitorado
 trabalhista, e beneficiam também da
 desistência do partido do Brexit
em 317 círculos.


Conservadores não sobem
 grande coisa em % como
 se pode ver pelos resultados de 2017

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