... o universal direito à repetição
Na sua crónica de hoje no Público, Rui Tavares escreve (atenção à parte por mim sublinhada):«Analisemos esta curiosa expressão, o «arco governativo» ou «arco da governação», que só o génio político-jornalístico de Paulo Portas poderia ter inventado. Num regime parlamentarista, ela não deveria fazer sentido, pois o «arco da governação» é composto por todos os partidos com representação na Assembleia da República. Mas, na invenção de Paulo Portas, que se aproveitou da consabida incapacidade de uma parte da esquerda para se posicionar como parte da solução governativa, o «arco governativo» designa os partidos que Paulo Portas entende que deveriam governar o país.Ou seja, os dois grandes, e o partido de Paulo Portas».
Como já tenho escrito, não me admiraria que Rui Tavares considere mais este meu post como fruto de uma qualquer embirração ou «perseguição» de natureza pessoal que de há muito eu lhe moveria (e que não existe). Mas, se não fosse o caso de eu me recusar absolutamente a imitá-lo, então eu poderia dizer que, quando escreve coisas como a sublinhada acima, Rui Tavares está mais uma vez a embirrar com o PCP e a «perseguir» o PCP.
Tudo visto, apenas duas observações:
1.Como seria uma massacre gráfico e uma canseira para os leitores trazer para aqui caterfas de citações ou de links sobre as posições do PCP a respeito deste tema, prefiro dar o testemunho pessoal de que, tendo sido membro das comissões eleitorais do PCP para todas as legislativas (10) entre 1976 e 2002 (para as três seguintes, é consultar a Net), posso jurar que sempre o PCP afirmou a sua aptidão e disponibilidade para integrar soluções governativas que dessem garantias de uma nova política ( o «correr por fora» foi uma antiga fórmula de um partido do qual R.T. já esteve próximo) e que, coisa muito diferente do que escreve Rui Tavares, o que sempre também afirmou foi a sua indisponibilidade para ser cúmplice ou apoiante das políticas que, bem à vista dos portugueses e do seu eleitorado, sempre combateu.
2.Por duas ou três vezes, designadamente em 3 de Junho e 1 de Julho deste ano, no intuito de fazer avançar este debate para terrenos mais esclarecedores, lancei o desafio que repito a seguir e que até hoje, por alguma razão, nunca teve a mais pequena resposta.