Em boa verdade, há quase 40 anos que ando para escrever (*) alguma coisa mais articulada e cuidada sobre o que, periodicamente e por diversas vozes, tem sido referido, a meu ver por vezes de forma pouco rigorosa, sobre a interessante e valiosa comunicação «Da necessidade de um plano para a Nação» que o estimado José Medeiros Ferreira apresentou ao 3º Congresso da Oposição Democrática em Abril de 1973.
Julgando ter finalmente encontrado a estrutura de texto e o tom de equilibrio que se me afigura essencial até para não suscitar no autor incompreensões quanto ao meu objectivo, creio poder anunciar que, dentro de não muito tempo, aqui publicarei um desenvolvido post sobre essa matéria acompanhada do serviço público que será a reprodução em fac-simile da parte dessa comunicação referente às Forças Armadas (até porque me parece haver quem fale dela sem nunca a ter lido).
Entretanto, e como mero exemplo de coisas que é preciso esclarecer, reparo que na última Seara Nova (Primavera de 2013, é comprar, leitores), o também estimado António Reis escreve a dado passo de um seu artigo o seguinte (sublinhado meu):«Não podia deixar de referir a importância de outra tese, a de José Medeiros Ferreira, então exilado na Suiça, intitulada «Da necessidade de um plano para a Nação», na qual se preconiza em tom premonitório a imprescindibilidade da intervenção das Forças Armadas no derrube do regime, o que na altura era ainda visto com algum cepticismo nos meios oposicionistas. Não por acaso, a confirmá-lo, a afirmação no ponto 1.2. (regime político) das conclusões de que «o regime actual é um regime de cunho militarista, em que as forças armadas, após violentíssimas purgas, se encontram passivamente identificadas com o poder político» (p.130)». E estava-se a cinco meses do nascimento do movimento dos capitães!...».
Deixando para o texto futuro outras observações que este extracto de António Reis justificará, por ora só quero informar que na comunicação de Medeiros Ferreira, a par sem dúvida de outras nuances, é possível encontrar afirmações como (sublinhados meus) «embora o Exército seja efectivamente um instrumento da política das classes dirigentes, a instituição, esta, enquanto tal, é interclassista e nacional» e que «as Forças Armadas, enquanto instituição nacional, encontram-se assim enquadradas e controladas pelo regime».
E portanto, caro António Reis, também isto foi escrito «a cinco meses do nascimento do movimento dos capitães»!...
(*) Ao intervir na sessão realizada em Aveiro em 4 de Abril deste ano, integrada também no Centenário de Álvaro Cunhal, sobre os 40 anos do 3º C.O.D., já abordei este assunto embora em termos não exaustivos, não estando ainda disponível o texto.
Deixando para o texto futuro outras observações que este extracto de António Reis justificará, por ora só quero informar que na comunicação de Medeiros Ferreira, a par sem dúvida de outras nuances, é possível encontrar afirmações como (sublinhados meus) «embora o Exército seja efectivamente um instrumento da política das classes dirigentes, a instituição, esta, enquanto tal, é interclassista e nacional» e que «as Forças Armadas, enquanto instituição nacional, encontram-se assim enquadradas e controladas pelo regime».
E portanto, caro António Reis, também isto foi escrito «a cinco meses do nascimento do movimento dos capitães»!...
(*) Ao intervir na sessão realizada em Aveiro em 4 de Abril deste ano, integrada também no Centenário de Álvaro Cunhal, sobre os 40 anos do 3º C.O.D., já abordei este assunto embora em termos não exaustivos, não estando ainda disponível o texto.