esperar até 2015 !"
«(...) O governo que hoje é confrontado com a nossa Moção de Censura, é um governo
cada vez mais isolado, um governo cada vez mais desacreditado aos olhos dos
portugueses.
Os portugueses afirmam-no todos os dias, enchendo as praças e as ruas deste
país como o fizeram no passado dia 29 a convocatória da CGTP, fazendo
transbordar o Terreiro do Paço, exigindo o fim deste governo, um ponto final
nesta política e do Pacto de Agressão que tudo arruína, como o haviam feito em
15 de Setembro e em muitas outras acções de luta, e, particular nas empresas
contra o aproveitamento pelo capital das alterações ao Código de Trabalho.
O clamor de indignação e protesto que se houve por todo o país é porque sente
e vê que neste governo a injustiça perpassa por todas as suas decisões. Que é a
iniquidade que reina em cada medida tomada. O grito de revolta que atravessa o
país resulta de hoje se saber com cristalina evidência que a preocupação central
e única deste governo é a descobrir e escolher a melhor forma de transferir os
custos da crise para os trabalhadores e para o povo. Não há outras política, não
há preocupação senão esta, a de promover o sistemático empobrecimento dos
trabalhadores e do povo, cortando salários e reformas, nos direitos laborais e
sociais, aumentando impostos sobre o trabalho e sobre o consumo, cortando nos
serviços públicos e aumentando os seus preços, retirando e diminuindo o alcance
das protecção sociais no desemprego, na doença e na velhice.
Um governo que chegou aonde chegou usando o engano, sem disfarce e sem pudor,
na conquista dos eleitores. Na caça ao voto valeu tudo!
Que não havia
aumentos de IVA dizia-o o PSD. Nem de impostos afirmava o CDS. Nem cortes no
13º. Mês! Depressa esqueceram tudo, para fazer o contrário. Dizia o PSD no seu
Programa Eleitoral, “queremos ser diferentes daqueles que nos governam e que não
têm qualquer sentido de respeito pela promessa feita ou pela palavra dada.
Assumimos um compromisso de honra para com Portugal. E não faltaremos, em
circunstância alguma, a esse compromisso”. O resultado é conhecido!
O sentimento de repulsa que se colhe por todo o lado resulta da
impossibilidade de já não haver artificio que possa encobrir a farsa do discurso
da equidade nos sacrifícios. De se saber que o anúncio de medidas de agravamento
fiscal sobre os rendimentos de capital são meras operações de diversão – areia
para os olhos do povo! Que tudo cai e de forma dolorosa sempre sobre os mesmos –
sobre os trabalhadores e sobre as camadas intermédias do povo. Da tomada de
consciência de que o país competitivo de que falam é com o povo na miséria.
O país não pode esperar até 2015! Os que se apressam a proclamar que a rua
não manda, que afirmam que o governo não pode atirar a toalha ao chão porque o
governo está legitimado para governar, mostram a sua indiferença sobre o destino
do país. Os que dizem que são um referência de estabilidade, quando são sim uma
referência da continuidade, não estão a pensar no país, mas tão só neles, na
possibilidade de poder lhes cair de podre no regaço para continuarem a mesma
política de sempre, indiferentes ao sofrimento do povo e à derrocada do
país! (...)» (na íntegra aqui)