11 junho 2012

10 de Junho - o outro discurso

Pare, escute e pense


 
Propositadamente separado do post sobre o discurso de Cavaco Silva, aqui fica o muito diferente discurso no 10 de Junho de António Sampaio da Nóvoa, Reitor da Universidade Clássica de Lisboa.

Muito a propósito

Unemployment Blues



Mike Anderson

JJ Cale


Beating down the pavement, 
Looking for a job
I'll do anything except steal and rob
Unemployment is something I can't use
If you can't use me, 
Can you tell me some good news
I'll be pretty simple, 
Hear just what I say
I'll do anything to send these blues away
Unemployment is something I can't use
If you can't help me, 
Can you tell us some good news
You won't have to pay me overtime, 
Overtime and all that
You just tell me what time and where at
Unemployment is something I can't use
If you can't help me, 
Can you tell me some good news
I'll do anything at all, 
Anything at all to be a friend
You know I'm real prompt, 
I'm right on time
Unemployment is something I can't use
If you can't help me, 
Can you tell me some good news

França - por detrás dos números

Quem votou em quem e porquê
Como habitualmente, a IPSOS oferece aqui a sua sondagem à boca das urnas sobre as motivações e outras componentes etárias, sociais e profissionais do  voto na 1ª  volta das legislativas francesas. E, em texto de análise, desenha, com base nela,  perspectivas para a segunda volta. Entretanto, devo avisar que estudos deste tipo são absolutamente desaconselháveis àquelas santas almas que julgam que os fenómenos eleitorais são coisas simples e que se  as coisas não correm melhor para a esquerda mais consequente é apenas porque não puxa suficientemente pela cabeça.



10 junho 2012

1ª volta das legislativas francesas

Mais ou menos como previsto
(ler anterior post aqui)



Os resultados finais:



Os resultados da 1ª volta de 2007




Sol na eira e chuva no nabal ou...

... ser sócio do mal e
entrar  no coro da caramunha




Cavaco Silva, no 10 de Junho

Em boa verdade, estou cansado de escrever sobre o mesmo mas a alternativa é render-me pelo cansaço e pela irritação. Leio e olho esta passagem do discurso presidencial de hoje e só posso sentenciar que, de facto, é preciso muita desfaçatez. É que, quase tão insustentável como os níveis de desemprego é nada disto ter sido dito quando Cavaco Silva abençoava o memorando com a troika estrangeira e fazia de Presidente da Comissão de Honra da troika nacional. Insustentável é, passado um ano, vir-se reconhecer não explicitamente tudo o que outros avisaram a tempo e foram tratados pelo PS, PSD e CDS como radicais irresponsáveis e impenitentes catastrofistas. Insustentável é vir assinalar um novo curso (semântico) no discurso dos mais importantes líderes europeus e não haver memória do mais pequeno sinal de divergência ou conflito público entre o governo português e o directório franco-alemão em qualquer das muitas cimeiras europeias do último ano. Insustentável, por fim e para não gastar mais cera com tão ruins defuntos, é que o celebrado Prof. de economia que é Presidente da República continue a agarrado à ideia de casar a brutal austeridade com o crescimento e o emprego, ou seja que, na capela privada de Belém, continue a rezar para que, 95 anos depois, ocorra um ainda mais esplendoroso milagre de Fátima.

Uma grande artista e democrata


Um adeus a Maria Keil


Com  a morte de Maria Keil desaparece uma talentosa artista que marcou muitas décadas das artes plásticas em Portugal  e uma mulher cuja vida foi sempre marcada por um sólido, profundo e consequente compromisso com os ideais da democracia e do progresso social. Fica a sua obra e a sua grata memória e exemplo.

(informação: o funeral de  Maria Keil realiza-se hoje, segunda-feira, pelas 15 hs, da igreja de São João de Deus (onde decorrerá o velório), em Lisboa, à Praça de Londres, para o Cemitério da Apelação, no concelho de Loures.)
(imagens copiadas de «o cantigueiro»)




ver vídeo de Rita Pimenta aqui.

Neste seu domingo, conheça

The Mosaic Project
(dirigido por Terri Lyne Carrington)





09 junho 2012

Alemanha 1 - Portugal 0

Eu sempre disse que as balizas
deviam ter mais  10 cm. de altura




Democratas de boa cepa, olha, olha

Aplicando o critério ao país,
aí teríamos a tal suspensão da democracia


(no DN online)

Eu já nem pergunto, Deus me livre, por cianeto, mas será que no Porto já não se vende chá de tília ou então fita adesiva ?

Sem problemas

Citando Pacheco Pereira




Por desfastio e enjoo, não abordei aqui as declarações de Passos Coelho de elogio à «paciência» dos portugueses nem a monumental ripada que D. Januário dos Reis Torgal a esse respeito lhe deu. 

Mas não tenho nenhum problema em colmatar essa lacuna, citando parte do que hoje Pacheco Pereira escreve no Público. Com efeito, ele arranca assim (sublinhado meu): « Eu já vejo com muitas reservas esta obsessão dos dias de hoje de atribuir estados de alma a toda a gente para explicar tudo e mais alguma coisa, e por isso sou avesso, por maioria de razão, a embarcar na mesma ideia de que isso se possa fazer ao povos. Isso a propósito da paciência do povo português celebrada pelo primeiro-ministro como virtude ímpar numa Europa turbulenta.Claro que se podem dizer muitas coisas sobre «o povo português»: que está "zangado" com a crise, que está "furioso" com os políticos, que está "deprimido" com o empobrecimento forçado, que está "prostrado" pela inação, que tem uma infinita "paciência". Há, no entanto, várias coisas que ninguém tem a coragem de dizer e o problema dos excessos de psicologia começam aqui. Ninguém tem a coragem de dizer que que o povo português está "contente" com o ajustamento, que fica "feliz" porque passou a ter, como lhe dizem os governantes, que viver com os seus parcos recursos, e não pode viver mais do crédito (um parêntesis para dizer que um dos absurdos da actual situação que parece escapar a muitos é que todo este "ajustamento" se está a fazer "para o país voltar aos mercados", ou seja, para pedir mais dinheiro emprestado...), que está "consciente" de que o futuro do seu país é risonho após o termo desta revolução dos costumes", que "compreende" que tem que sofrer para depois renascer como a Fénix (...)».

Claro que, da minha lavra, eu diria  outras mais coisas. Mas, em voz alheia e politicamente de mim distanciada, estas já chegam.