04 junho 2012

A descoberta de uma revelação ou vice-versa

Philippe Uminski




La Vie Continue
no álbum Mon Premier Amour

O que não foi dito ...

... sobre o referendo na Irlanda




Como era de esperar, os variados adeptos do actual curso europeu, festejaram a aliás esperada vitória do «sim» no referendo na Irlanda sobre o Tratado Orçamental. A comunicação social destacou naturalmente os os 60,3% para o «sim» e os 39,7% para o «não» mas já ficou mais obscurecido que a abstenção rondou os 50%. Entretanto, sem negar a legitimidade do resultado, a verdade é que, em nenhum órgão de informação, vi que se perdessem dois segundos a reparar que os partidos (Fine Gael, Fianna Fail e Labour Party) apoiantes do sim somaram muito mais de 73% nas legislativas de 2011 e que os os partidos ou forças (Sinn Fein, United Left Aliance)  que fizeram campanha pelo «não» nessas eleições se tinham ficado pelos 12%

É claro que para as forças e interesses que comandam o processo de integração europeia, assustados com andam, só conta que ganharam e pronto. Mas, se quisessem ser lúcidos e olhar mais para diante, deveriam aprender que os 40% de «nãos» na Irlanda (e nas condições descritas no cartoon acima) dizem mais do que parece.


03 junho 2012

Para o seu domingo, a cantora grega

Sophia Bilides




I Predict



ouvir excertos de 3o' em grego aqui
(clicando na barra da esquerda
 em 
Greek Legacy CD )

De cada vez que o lerem ou ouvirem...

.... lembrem-se disto !

Manchete do CM de hoje

No Jornal de Negócios 


Embora mais tarde tenha voltado ao tema, o que é certo é que já em 23.5.1996, ou seja há 16 anos, escrevi o que abaixo se segue numa crónica publicada no Avante! com o título «Quanto e quem»:


«(...) Mas bem pior que estes truques, é a onda de mal disfarçada arrogância, hostilidade e desprezo face ao mundo do trabalho e de intenso proselitismo da ofensa aos direitos dos trabalhadores e em geral dos direitos sociais ( é ver a campanha alarmista e insidiosa sobre a segurança social) que se vai exprimindo em muitos meios de comunicação social, em significativa contemporaneidade com a existência de um Governo do PS.

É verdade que não gostaríamos de adiantar explicações lineares ou esquemáticas para estas atitudes, até porque  bem sabemos que há neste país milhares de cidadãos que, vivendo e ganhando bem, são solidários com causas sociais e projectos políticos progressistas  de cujo êxito até sabem não poderem esperar qualquer beneficio ou vantagem material.

Mas no ponto a que as coisas estão a chegar, não faltará muito para que, em relação a  casos mais extremos de arrogância contra os trabalhadores e de impiedosa insensibilidade perante os problemas, os dramas e as dificuldades de quem vive do seu trabalho, apareça alguém a desafiar certos protagonistas a passarem a juntar sempre às suas opiniões e ideias duas simples informações concretas : quanto ganham e quem lhes paga.»

Lê-se e não se acredita !

As "grandes" poupanças com
menos um mês de vida para
um doente de cancro



Segundo o Público de ontem, o secretário de Estado da Saúde, Leal da Costa, numa recente entrevista à Renascença, no contexto de uma sua referência a que «não vamos , com certeza, estar em condições de continuar a pagar actos médicos ou cirúrgicos de eficácia duvidosa», terá dado como «exemplo extremo» as terapias que prolongam por pouco tempo a vida de alguns doentes de cancro. A notícia revela que o bastonário da Ordem dos Médicos  qualificou a afirmação de Leal da Costa de «gravíssima», «estigmatizante da medicina praticada em Portugal , desprestigiante para os médicos portugueses e seguramente alarmante para os doentes».
Não andasse a selvajaria à solta e se fossemos  um país decente, e este secretário de Estado já era, embora, em boa verdade, não se trate de um dislate pessoal mas do ensopamento na desumana  filosofia geral deste governo.

02 junho 2012

Fixem bem...

... para mais tarde recordar !



A AR debateu ontem o projecto de resolução sobre a necessidade urgente de renegociação da dívida que o Grupo Parlamentar do PCP tinha anunciado nas suas últimas Jornadas Parlamentares. A intervenção inicial de Homório Novo está aqui e a final de Bernardino Soares está aí em baixo. Segundo se pode ler na notícia do Público, as bancadas da maioria voltaram a cometer a suprema desonestidade política que é identificar «renegociar» com «não pagar». PDS, CDS e PS votaram contra. Pela certa, tarde e a más horas, ainda um dia virão a dizer que a renegociação é uma boa medida porque é a sua e é  mandada pelo FMI, BCE e Comissão Europeia.


Foram avisados, não foram ?

Então, qual é a admiração ?


 Título na pág. 2 do Público de hoje


Vítor Gaspar, segundo ilustração de
 David Foldvari que  obviamente
nunca ouviu falar de Vítor Gaspar.



Porque hoje é sábado (275)


Garland Jeffreys


A sugestão musical de hoje destaca
o cantor norte-americano Garland Jeffreys
que, 14 anos depois, regressa com um
novo álbum -
The King of in Between.
Rock On




01 junho 2012

Desabafo no Facebook

Uma aduela a menos ?


Tendo já sublinhado que a questão de fundo é outra, agora já me posso dar ao luxo de reparar que hoje, sem possibilidade de confirmacão minha (porque não sou «amigo» dele), o CM noticia que Jorge Silva Carvalho escreveu no seu Facebook que  "Vou iniciar, finalmente, um período de nojo. Alias é mais por causa do "nojo", acrescentando que chegou "a silly season ontem no local mais insuspeito da democracia portuguesa". E, segundo o jornal termina elegantemente com um "F_ _ _ You".

A ser verdade o que conta o CM, parece claro que o Facebook dá para tudo e que cada um diz o que lhe apetece. Mas não posso deixar de pensar que, ponderando as responsabilidades públicas que já teve, a situação de arguido em que se encontra e a vantagem que teria em proteger a sua imagem, com desabafos destes Silva Carvalho parece mostrar ter uma aduela a menos, se coisa pior não for.

Triste é que é rara a história em que não sobre para o PS. Ainda vamos ver mais vezes Passos Coelho a lembrar que não foi o seu governo mas o anterior que contratou Silva Carvalho.

Faria hoje 86 anos

Marilyn


Sim faria, mas se, de verdade, os tivesse
 feito em vez de morrer aos 36 anos,
 não haveria este post.
No set de «The Misfits»