«No meio do bulício da entrada, com militares a passar apressados, a segurança nos portões e gente por todo o lado, chegou uma senhora de bata branca, um lenço branco na cabeça, uma mãe russa com ar cansado, indiferente a tudo, vinda de umas cozinhas algures no gigantesco edifício, empurrando um carrinho com sopa quente, com as canecas a fumegar. Dirigia-se lentamente aos gabinetes do interior. Era invisível, ninguém falava com ela.
Num daqueles momentos difíceis de explicar, os homens sentados à espera, nós, parámos de falar e houve um súbito silêncio. O nosso americano, talvez o mais expansivo de todo o grupo, quebrou-o, dizendo mais ou menos isto: “Nós pensávamos que estávamos a lidar com uma grande potência e esmagámo-los”. Não havia uma ponta de arrogância na frase, havia uma estranha pena. O “esmagámos” não era para os militares, com fardas cheias de condecorações, era para a senhora do carrinho.
Mas, de um modo geral, a vida era difícil, num grau de exaustão quotidiana que era o dia-a-dia do russo comum, e em breve ir-se-ia tornar ainda mais difícil quando as experiências liberais, trazidas pelos economistas de Chicago que tomaram conta das Finanças, distribuíram a riqueza da URSS em vouchers que não valiam nada, e foram comprados em massa pelos novos oligarcas em formação. Estes ficaram com os bens nacionais, numa distribuição em que a família de Ieltsin teve um papel relevante, e os que se portavam bem politicamente estão hoje com Putin. Os outros estão na cadeia. Seguiram-se as violentas expulsões de casas apetecíveis no mercado, e a ostentação mais chocante. (...)
Cada vez mais me convenço que José Pacheco Pereira também recebe o seu salário da CIA, como outros que andam por aí na comunicação social suja e rançosa que nos domina.
ResponderEliminarNa verdade, não encontro nos textos de José Pacheco Pereira qualquer indício ou registo de crimes contra a humanidade por parte dos Estados Unidos da América. Nem ingerência ou danos colaterais. É sempre esta história suja que abrange a ex-URSS ou o atual partido comunista português.
O problema de Pacheco Pereira é ser dúbio e tanto o Pentágono, como a CIA adoram gente dúbia. Para essa gente que está no centro de poder em Washington, a contrarrevolução em Portugal ainda não acabou. Só irá acabar quando se extinguir o PCP.