Um imenso adeus
ao Ruben
ao Ruben
Embora infelizmente esperada mas nem por isso menos dolorosa e brutal, chega a notícia da morte de Ruben de Carvalho. E, neste momento, tenho diante de mim a maior das dificuldades em encontrar as palavras e ideias adequadas a respeito deste amigo e camarada que deixa as nossas vidas, a nossa luta e os nossos sonhos. Porque se trata de um grande amigo e de um marcante camarada desde há cerca de 50 anos, com quem tanto aprendi, com quem travei tantos e tantos momentos de reflexão e discussão, tantas batalhas contra o fascismo, na revolução de Abril e nos complexos e desafiantes tempos posteriores. Recordo de imediato, a propósito de Rúben de Carvalho a sua participação nas lutas estudantis do inicio dos anos 60, o tempo em que ele e eu éramos o aparelho clandestino de imprensa e propaganda da CDE de Lisboa (71-74), o seu qualificado percurso de jornalista ( «O Século»,« Vida Mundia» e «Avante!»), a sua vasta e irrequieta cultura, o seu papel no desenvolvimento do «Avante1» legal. Recordo também o seu papel na fisionomia musical (e não só) da Festa do Avante, o seu especial conhecimento da história dos EUA e do seu movimento operário, a sua qualidade de especialista no fado, a sua dimensão de organizador ou colaborador destacado de projectos especiais como as 25 Canções de Abril, a Lisboa 94, o Festival dos Portos, as Festas de Lisboa e a Telefonia de Lisboa, a sua dimensão de intelectual comunista que, sem os preconceitos que se sabe, teria obtido um ainda em vida um maior reconhecimento público. E, ponto importante lembrar também que Ruben não era um mero globetrotter da cultura pois em tudo havia a marca ou a inspiração dos seus compromissos, cívicos, políticos e ideológicos. Enfim, tudo isto e muito mais seria pouco para honrar com justiça a memória do Ruben que partiu e me (nos) vai fazer falta. Abraço apertado para a Madalena Santos.
E neste momento de tristeza, decido deixar aqui três marcas, entre tantas outras de natureza cultural e política, que o Rúben nos deixou :
- um é o cartaz da CDE de 1973 (que, sob descabeladas ameaças do Governo Civil, não chegou a ser afixado) que Ruben concebeu com Ary dos Santos e José Araújo:
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- outra é, num quadro de trabalho
colectivo, a sua destacada contribuição para a criação da «Carvalhesa»
- e, finalmente, outra, o Manifesto, que ele
inspiradamente redigiu,
do XIII Congresso (Extraordinário)
do PCP e que, 29 anos depois, ainda
inspiradamente redigiu,
do XIII Congresso (Extraordinário)
do PCP e que, 29 anos depois, ainda
conserva uma revigorante actualdade :
e uma história
com o Ruben aqui
( no canto superior esquerdo pesquisando
pelo nome Ruben de Carvalho
pelo nome Ruben de Carvalho
podem encontrar
alguns elementos interessantes)
alguns elementos interessantes)
Adenda em 20.6.2019
Superar o desgosto com o humor
desenho do José Araújo, amigo do
Ruben desde os tempos de «O Século»
clicar para aumentar
Belo texto do que foi o querido camarada Ruben de Carvalho!
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