08 outubro 2017

A Jeanne Monet faz de cangalheira

Olhe que não, olhe  que não !


Para falar francamente, a minha idade e a minha situação de reformado deviam-me dar o direito de não ter de perder mais tempo do que já longamente perdi na vida com as opiniões de Teresa de Sousa. Entretanto, decido ficar a meio caminho. Ou seja, apenas anoto de passagem duas ou três coisas e depois vou apenas a uma questão que está no título no seu artigo. Assim :

Infelizmente Teresa de Sousa não nos conta quantas vezes já na vida sentenciou que o «o PCP não têm futuro» nem quantas vezes o futuro não lhe deu razão. Também não nos  conta se nas anteriores grandes quebras autárquicas do PCP e das suas coligações também lhe deu para formular tão funesta sentença.


Como ela sentencia agora assim por causa do resultado da CDU nas eleições autárquicas, é por demais evidente que ela não leu, e se lesse não era capaz de entender, o que escrevi aqui nos pontos 2 e 3., ou seja, sobretudo que, não sendo possível prever agora o resultado das legislativas de 2019, já é um abuso e um disparate garantir uma quebra da CDU quando agora em autárquicas teve mas 42 mil votos que em 4 de Outubro de 2015.
É preciso estar a leste de tudo para que, aliás misturando realidades muito diferentes,  Teresa de Sousa possa vir sentenciar em 2017 que os comunistas portugueses «Já perderam a oportunidade de se “reformar”, como aconteceu há décadas na Itália, na Espanha ou França».
Mas o ponto que verdadeiramente me interessa é o que está no subtítulo e no final do artigo segundo os quais o «PCP andou 40 anos a fazer do PS o «inimigo principal »". Com efeito, é esse que me interessa porque é esse que me permite não ser previsível e oferecer uma surpresa aos leitores.


E isto porque Teresa de Sousa nisso tem toda a razão. Se não vejamos;

- após a queda do 1º governo de Mário Soares, houve negociações PS-PCP para viabilizar um novo governo mas o PCP roeu a corda indo formar Governo com o CDS;

- mais tarde em 1983, após a derrota da AD, de novo o PCP considerou o PS o seu «inimigo principal» e foi formar o chamado governo do bloco central com o PSD;

- especial gravidade assumiu também o comportamento do PCP ao recusar os votos comunistas a Mário Soares e a Jorge Sampaio para derrotarem Freitas Amaral em 1986 e Cavaco Silva em 1995;

- também em autárquicas se manifestou o ódio anti-PS do PCP, pois em Dezembro de 1985, sendo já Cavaco Silva líder do PSD, não hesitou em fazer no sul do país 45 coligações com o PSD para destronar outras tantas gestões do PS.


E ponto final parágrafo porque o stock de cera para ruins defuntos está a acabar.





7 comentários:

  1. A Teresinha bem nos explicava como falharam todas, mas mesmo todas as milhares de promessas de mel e maná que nos prometeu com a União Europeia que temos e como ainda assim continuam a pagar-lhe para escrever nos jornais.

    Tanto que os seus dizem defender a meritocracia e não páram de lhe recompensar os anos de erros semanais.

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    1. Mas, prossigo, se Teresa de Sousa falha muito no que toca à Europa, já corre o risco, por razões erradas, de acertar no título.

      O PCP corre bem o risco de definhar até à morte. Num contexto de menor abstenção, de subida do número de eleitores que foram às urnas, o PCP nada lucrou com isso.

      Só os distraídos é que não viram que mais cedo ou mais tarde perderiam Almada. Desde 2001 que o partido perde eleitores.

      E o Seixal cai nas próximas eleições. Em 2013 houve menos 7000 votos. Sete mil votos que foram ganhos pelos partidos todos menos pelo PCP. Nem um deles caiu nas urnas a favor do PCP.

      O PCP precisa de inflectir rapidamente. Falha não por ter razões de queixa do BE (que também as tem do PCP), do PS e da comunicação social. Falha por culpa própria.

      Não é por culpa das políticas que propõe que o PCP falha. O PCP falha muito mais por culpa das soluções que não apresenta para problemas cuja existência é incapaz de reconhecer e para os quais tem falhado a identificação dialética.

      O secretariado do partido tem uma média de idades de 56 anos. Cinco membros têm mais de 60 anos e o mais novo tem 40. A Comissão Política do CC tem uma média de idades de 51 anos. Os mais novos vão nos 37 anos. Têm um quadro mental que pode distorcer muitas das abordagens a novos problemas que bem sabemos têm as causas de sempre. E a comunicação interna é um desastre. E não apenas no que toca aos gabinetes de informação. Basta ler o grosso dos textos de Jorge Cordeiro, por muita razão que tenha (e tem) no que escreve no DN. Eu desisto ao fim de dois parágrafos. E não é pela densidade ou pela dificuldade dos temas e da leitura. É por saber que ao fim de mais uns três parágrafos ainda não terei percebido qual é o foco, tantos são os apartes e desvios. E se eu, que já estou convencido, desisto, imaginem outros eleitores.

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  2. após a queda do 1º governo de Mário Soares, houve negociações PS-PCP para viabilizar um novo governo mas o PCP roeu a corda indo formar Governo com o CDS?

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    1. Todo esse ponto é ironia ou sarcasmo. É tudo ao contrário do que está escrito.

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  3. O PSD, a par do PS, tem lugar no futuro que Teresa de Sousa sempre desejou e continua hoje a desejar; o PCP, sem margem para dúvidas, não tem lugar nesse futuro. E, como todos os optimistas, Teresa de Sousa "adivinha" um futuro em conformidade com os seus desejos: para ela, o futuro ainda é o que era antes das crises dos últimos anos, no decurso dos quais "grandes partidos habituados a governar desapareceram, ou quase, enquanto emergiam forças políticas populistas e nacionalistas".

    Adivinhando o passado e o presente do PS, Teresa de Sousa não se engana: fala de "um Partido Socialista que é genuinamente social-democrata desde a origem, com Soares, com Guterres ou, o que é ainda mais relevante, com António Costa". Sim, porque "O PS não saiu do sítio. Continuou a ser o mesmo partido de centro-esquerda que sempre foi, desde a sua fundação, forjada na luta contra os comunistas e na defesa de uma democracia pluralista e europeia", sempre, sempre "pelos mercados, pela livre concorrência, pela Europa, pela relação transatlântica".

    O Bloco, registe-se, também tem lugar no futuro que Teresa de Sousa deseja (e, por isso, "adivinha"): "Para o Bloco, não há problema. É um partido de elites citadinas, herdeiras do radicalismo esquerdista dos anos do PREC. O seu destino é o PS, como já aconteceu noutros períodos da história dos socialistas". Talvez Teresa de Sousa acerte no destino do Bloco, se o futuro for como ela deseja.

    Numa das suas canções, Sérgio Godinho canta o seguinte:

    "Adivinhar o futuro
    É muito duro, é muito duro,
    Sai sempre o cálculo furado.
    Adivinhar o passado
    É mais seguro, é mais seguro
    (Se bem que às vezes também sai errado)."


    Quando escreve que os comunistas portugueses "perderam 40 anos a fazer do PS "o inimigo principal"", Teresa de Sousa erra clamorosamente na adivinhação do passado do PCP, e, em particular, do passado das relações entre o PCP e o PS. Quando se pretende adivinhar o futuro com base numa adivinhação clamorosamente errada do passado, não tenho grandes dúvidas: o cálculo sai sempre furado.


    A. Correia


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  4. Teresa de Sousa não tem futuro.
    A fotografia que ela publica junto à sua coluna de opinião é bem própria de alguém que perdeu a alegria de viver ou até mesmo a alma.
    Eu até posso aconselhar Teresa de Sousa a estampar esta fotografia no seu túmulo. Ficará a condizer.

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  5. e eu direi k ja kando nos anos 80 tive k trabalhar na assembleia tirando a sua juventude fisica, ja a sra tinha esta cara e espirito a condizer.

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