"Está tudo bem com o BES" Publicado por Ivo Rafael Silva em 31 Julho 2014
Tal como Pedro Passos Coelho, Cavaco Silva e Carlos Costa nos tinham diligentemente “informado” há poucos dias, parece que está mesmo “tudo bem” com o BES. Finalmente, alguma estabilidade. Finalmente, os mercados, livres que estão da agitação e perigo de “eleições” e “crise política”, podem estar tranquilos e banhar-se na solidez, correcção, licitude e transparência das contas de um dos maiores bancos nacionais.
Não há ‘mesmo’ razões para alarme. Os problemas são ‘mesmo’ no GES que, aliás, não tem nada a ver com o BES e nada do que se passou no BES foi senão um mero ‘lapso’ sem grande importância. Ao estilo cherne em declarações pós-almoço, “que se calem” aqueles que dizem que isto pode ser um novo BPN. Nada disso. Até porque no BPN, apesar do esforço dos seus valorosos gestores, nunca houve competência suficiente para chegar à “pipa de massa” de mais de 3500 milhões de prejuízo num único semestre. Afinal de contas, por comparação com os gestores do BES, os do BPN não passam de uns tristes amadores.
Mas eu diria que há, ainda assim, um ténue ponto de contacto, uma ligaçãozinha de nada, uma conexão sem importância entre o BPN e o BES. Quer num, quer noutro – procurará garantir o governo – hão-de pagar os do costume. E quanto vai custar isso ao bolso dos portugueses? Quantos mais cortes? Quantos mais serviços públicos vão fechar? Quantos mais desempregados? Quantos mais emigrados? Quantos mais precários? Quantos mais pobres serão necessários, parafraseando Garrett, para se garantir a criação de mais um rico?
Olhando para a montanha de números do prejuízo do BES, sabendo da exponencial e insultuosa acumulação de riqueza dos seus donos, sabendo da total cobertura, protecção e das relações de promiscuidade de governos e, por arrasto, instituições do Estado para com esta imensa gatunagem, não há como não perguntar: quem foi, afinal, que andou a viver “acima das suas possibilidades”? E com o “dinheiro” de quem?
Realmente não dá para perceber mas as contas, para eles, batem certo
ResponderEliminarUm beijo.
E então somos nós todos os devedores, e tal como a malta do governo diz, como somos pessoas de também vamos pagando as dívidas.
ResponderEliminarCOM A DEVIDA VÉNIA:
ResponderEliminar"Está tudo bem com o BES"
Publicado por Ivo Rafael Silva em 31 Julho 2014
Tal como Pedro Passos Coelho, Cavaco Silva e Carlos Costa nos tinham diligentemente “informado” há poucos dias, parece que está mesmo “tudo bem” com o BES. Finalmente, alguma estabilidade. Finalmente, os mercados, livres que estão da agitação e perigo de “eleições” e “crise política”, podem estar tranquilos e banhar-se na solidez, correcção, licitude e transparência das contas de um dos maiores bancos nacionais.
Não há ‘mesmo’ razões para alarme. Os problemas são ‘mesmo’ no GES que, aliás, não tem nada a ver com o BES e nada do que se passou no BES foi senão um mero ‘lapso’ sem grande importância. Ao estilo cherne em declarações pós-almoço, “que se calem” aqueles que dizem que isto pode ser um novo BPN. Nada disso. Até porque no BPN, apesar do esforço dos seus valorosos gestores, nunca houve competência suficiente para chegar à “pipa de massa” de mais de 3500 milhões de prejuízo num único semestre. Afinal de contas, por comparação com os gestores do BES, os do BPN não passam de uns tristes amadores.
Mas eu diria que há, ainda assim, um ténue ponto de contacto, uma ligaçãozinha de nada, uma conexão sem importância entre o BPN e o BES. Quer num, quer noutro – procurará garantir o governo – hão-de pagar os do costume. E quanto vai custar isso ao bolso dos portugueses? Quantos mais cortes? Quantos mais serviços públicos vão fechar? Quantos mais desempregados? Quantos mais emigrados? Quantos mais precários? Quantos mais pobres serão necessários, parafraseando Garrett, para se garantir a criação de mais um rico?
Olhando para a montanha de números do prejuízo do BES, sabendo da exponencial e insultuosa acumulação de riqueza dos seus donos, sabendo da total cobertura, protecção e das relações de promiscuidade de governos e, por arrasto, instituições do Estado para com esta imensa gatunagem, não há como não perguntar: quem foi, afinal, que andou a viver “acima das suas possibilidades”? E com o “dinheiro” de quem?