No seu blogue, atenta, Joana Lopes anota que «Desde que foram conhecidas, no Domingo à noite, as primeiras previsões
quanto aos resultados do PCP nas eleições autárquicas, um batalhão de
comentadores, encartados ou nem por isso, num vasto leque de gente que
não votou nem nunca votaria naquele partido, e que se espalha desde a
direita à esquerda mole, apressou-se a saudar a vitória em questão, sublinhando
não só, nem tanto, o bom trabalho a nível autárquico, mas sobretudo o
contributo positivo para controlar o protesto e para o manter «dentro do
sistema». (Portugal não é a Grécia, Portugal não é a Grécia e o
comunistas vão ajudar-nos a que continue a não ser!)». E acerta quando, logo a seguir, escreve «Estou certa de que
na Soeiro Pereira Gomes ou no Hotel Vitória ninguém terá feito mais do
que encolher os ombros, desprezando o elogio, reaccionário a todos os
títulos.» Nem mais, digo eu.
Ora, a respeito, desta caricatura sobre o PCP como partido só de protesto, eu só quero lembrar, um pouco ao acaso e porque nem sempre houve Net e não estou no sítio onde estão os documentos todos, três extractos que mostram como o PCP sempre rejeitou esta deturpadora visão exterior sobre si próprio. Assim por exemplo:
Carlos Carvalhas na
abertura do XVI Congresso (1996)
abertura do XVI Congresso (1996)
«Desmentindo as deturpações
e caricaturas lançadas pelos que tudo fazem para nos apresentar
como um partido «do contra», que «só sabe
dizer mal» e que está interessado numa política
de «terra queimada», a verdade é que uma das
mais essenciais características do PCP é, aos mais
variados níveis de intervenção, o seu profundo
empenho construtivo na solução dos problemas do
povo e do país, a generosidade sem limites e os esforços
abnegados que aplica na defesa dos interesses populares, o seu
rico património de reflexão sobre as grandes questões
da sociedade portuguesa, a constante contribuição
dos seus militantes para o fortalecimento das organizações
sociais, a importante obra que desde há 20 anos realiza
no Poder Local democrático, a sua qualificada e construtiva
intervenção no Parlamento Europeu e na Assembleia
da República, bastando a este respeito lembrar que, em
sucessivas legislaturas, é quase sempre o PCP, com um diminuto
número de deputados, quem apresenta maior número
de iniciativas legislativas procurando dar resposta a legítimos
anseios e sentidas reclamações dos portugueses.»
Extracto do Programa
Eleitoral de 1999
Eleitoral de 1999
Extracto do Programa
Eleitoral de 2009
A isto chama-se "responder à letra"
ResponderEliminarCarlos Carvalhas, que saudades! Tentou unir o PCP, mas uma facção não deixou e depois deu-se a debandada de tanta gente que deu tudo ao Partido!
ResponderEliminare nem devia ser preciso lembrar que, nestas eleições, uma significativa parte dos votos do pcp foi usada, precisamente, para confiar ao partido um mandato governativo e executivo em 34 cidades - o que só por si deveria fazer cair por terra a tese do voto de protesto.
ResponderEliminarJá são muitas as eleições que nos boletins de voto o PCP integra coligações: FEPU, APU e CDU. Nestas concorreu a CDU composta pelo PCP e pelo PEV. Se todos interiozassemos isto não se perderiam votos. Muitos jornalistas, comentadores quando se querem ou têm de referir ao PCP dizem CDU e quando se querem ou têm de referir à CDU dizem PCP e nestas andanças nem escapam alguns editores de imagem. Neste domingo na mesa de voto em que fui delegada na contagem dos votos também inisistiam nesta "baralhação" propositada. E lá estava eu a desfazer-lhes os "enganos" propositados.
ResponderEliminar