19 outubro 2012

Uma grande perda para a cultura e o inconformismo portugueses

Manuel António Pina
(1943-2012)




O Medo
 Ninguém me roubará algumas coisas,
nem acerca de elas saberei transigir;
um pequeno morto morre eternamente
em qualquer sítio de tudo isto.

É a sua morte que eu vivo eternamente
quem quer que eu seja e ele seja.
As minhas palavras voltam eternamente a essa morte
como, imóvel, ao coração de um fruto.

Serei capaz
de não ter medo de nada,
nem de algumas palavras juntas?


 in "Nenhum Sítio"



2 comentários:

  1. Grande choque!!!!!! Sabia-o doente, mas não tanto.

    Um beijo triste!!!! Outro HOMEM que se perde

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  2. Não tinha percebido os motivos da suspensão da sua coluna na última página do JN.
    É, sem dúvida, uma triste notícia e uma enorme perda para a cultura.

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