09 outubro 2012

Estranhos critérios ou...

... as outras formas
de mau perder



na 1ª página do Público
Título do editorial do Público

Entendamo-nos para não haver equívocos: a mim não me repugnaria especialmente que, antes destas eleições  na Venezuela ou há quatro ou mais anos alguém considerasse que a Venezuela   estivesse «dividida ao meio», se o fundamento para essa afirmação fosse a existência de dois grandes blocos sociais (com as respectivas expressões políticas) em estado de viva confrontação e crispação. Isso seria uma coisa  e outra, a meu ver, absolutamente artificial e não inocente, é vir dizê-lo por causa e a partir dos resultados eleitorais de passado domingo.

Acaso chegam os mais seis pontos que Capriles teve em relação ao candidato da oposição  em 2008 para justificar a afirmação ? Se o critério é o número de  votos, alguma vez o Público escreveu depois da vitória de Cavaco Silva, ou de Obama (para não falar de um Bush eleito com menos votos que Al Gore) ou Hollande e por aí fora que tínhamos sucessivamente um Portugal, uns EUA ou uma França divididos ao meio ?

E, por fim, só quero acrescentar que também gostei muito desta referência do Público ao «populismo» de Chavez. O Público tinha lá uma enviada especial mas não viu nenhum «populismo» no facto de os herdeiros maquilhados da antiga oligarquia venezuelana (a propósito, já lá havia petróleo quando ela governava, ou não ?) e o seu representante aggiornatto Capriles significativamente terem sido obrigados a fazer uma campanha toda  assente nos temas  mais populares da habitação, do emprego, da água, da luz, da educação, das injustiças sociais. etc., etc.

4 comentários:

  1. NÃO, NÃO É UMA QUESTÃO DE MAU PERDER. A direita e um certo grupo de gente a ela encostada mesmo com estilo de esquerda a que adiciona democrática, gosta muito de olhar do alto da sua sobranceria pequeno-burguesa. Se ganham, são presidentes, ministros de toda uma nação. Quando as vitórias caem para o outro lado. Os vencedores governarão metade de uma nação. Atrever-me-ia a considerar um certo pensamento golpista permanente. Basta que lhes surja a oportunidade.

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  2. Como não podem alegar que as eleições foram fraudulentas...

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  3. Não massacrem o "Público". Ultimamente os seus candidatos não ganham uma : de Angola ( dos Rafael Marques e Agualusa e quejandos), à Venezuela (dos Caprilles e outros senhoritos ).
    Basta ler os títulos para saber a escrita. Nem disfarçam.

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  4. Mas repare que ao contrário do que se passa no norte ocidental, de facto ali há uma divisão.

    Na Europa e Estados Unidos, o mais votado, mesmo com metade dos votos, não divide o país. Ee Portugal, PS leva 35 por cento, PSD outros 35. Para o CDS-PP vão mais dez por cento dos votos. Restam 20 por cento para quem pensa de outra maneira.

    Na Venezuela é mesmo 55 para um lado e 45 para outro. E a coisa é imiscível. Valha que ganhou quem ganhou. Longa vida ao coronel Chávez.

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