Nunca se retratará
bem quanto lhe devemos
Completam-se hoje cem anos sobre o nascimento de Jorge Amado e não me passa pela cabeça estreitar, esquecer ou desvalorizar as dimensões artística e humana globais da sua obra e da sua intervenção e muito menos regressar a um hoje em dia obsoleto confronto entre forma e conteúdo. Mas julgo-me no direito de, com esta ressalva, lembrar que o curso das ideias, da acção dos homens e da vida da humanidade beneficia de muitos afluentes e que o ciclo das obras iniciais deste grande escritor brasileiro pode não ser o mais marcante em termos de qualidade artística mas, em todo o mundo, ajudou a trazer milhões de homens e mulheres para a causa da liberdade e da emancipação social. E, neste dia, só tenho pena de, por desarrumação de papéis, não encontrar o discurso de Jorge Amado na recepção a Dias Gomes na Academia Brasileira de Letras, onde já depois do fim da União Soviética e sem evidentemente renegar a sua própria evolução político-ideológica, reafirmava a sua confiança e vinculação a grandes ideais libertadores de progresso e transformação sociais.
Jorge Amado escrevendo Tocaia Grande
Justiça seja feita ao
e à D. Quixote |
No tempo das leituras subversivas, também me senti "capitão da areia" e com os "Subterrâneos da Liberdade" comecei a sentir-me comunista.
ResponderEliminarNota: o discurso está aqui
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=13557&sid=244
Também aqui quero deixar a minha homenagem a Jorge Amado, que tanto contribuiu para a minha formação e que comecei a ler muito,muito nova. Há dois livros dele que me marcaram profundamente. "Os capitães da areia" e "Seara Vermelha"
ResponderEliminarE aqui deixo a quadra de Castro Alves que antecede o último livro.
Cai orvalho da face do escravo
Cai orvalho na face do algoz
Cresce,cresce seara vermelha
Cresce,cresce vingança feroz
Um beijo para ti.
E, já agora, ao Avante...
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