Hora Grave
de Rainer Maria Rilke
Quem agora chora em algum lugar do mundo,
Sem razão chora no mundo,
Chora por mim.
Quem agora ri em algum lugar na noite,
Sem razão ri dentro da noite,
Ri-se de mim.
Quem agora caminha em algum lugar no mundo,
Sem razão caminha no mundo,
Vem a mim.
Quem agora morre em algum lugar no mundo,
Sem razão morre no mundo,
Olha para mim.
Sem razão morre no mundo,
Olha para mim.
Aqui ao lado, a fotografia do Pedro e a notícia da sua morte deixaram-me paralisada. Vejo seguir, um atrás de outro, os amigos da minha geração sem ter tempo ou ocasião para lhes dizer «Não vás já, espera um bocadinho! Vamos um dia todos juntos, como andávamos sempre na juventude...Espera um bocadinho que precisamos de ti!». Mas o Pedro Vieira de Almeida partir assim, sem eu lhe agradecer - ainda, uma vez mais - o que lhe fiquei a dever para sempre, o ânimo, a força que me deu, quando mais precisei dos amigos - no longínquo ano da morte do Alfredo Noales. E o exemplo de dignidade e de humildade que estão coladas àquele rosto, nesta fotografia, trazida para o Tempo das Cerejas.
ResponderEliminarUm grande abraço para ti, Vitor.
Lena
Se o Mundo fosse solidário, era assim que acontecia.
ResponderEliminarPor esse mundo temos que continuar a luta.
quem como tu escreve assim
ResponderEliminarqualquer lugar do mundo...
com toda a razão escreve
desse mundo...
o que não vejo em mim
um abraço