Tem interesse esta sondagem (imagem infelizmente aqui pouco legível) publicada no «El País» e suscitada pela recente e desavergonhada proposta do PP de voltar à legislação antiga. O jornal espanhol titula «divididos ante el aborto» mas repare-se que numa coisa praticamente a divisão é ínfima: é que 75% dos inquiridos considera que a mulher «deve ter o direito a decidir livremente se quer prosseguir ou não com a sua gravidez sem que por isso possam ser objecto de sanção alguma».
Não me passa pela cabeça menorizar a gravidade das concepções que estão por detrás desta proposta do governo do PP (em serviço obediente à Igreja espanhola). Mas, se alguma coisa percebo do tema, para além disso, creio que o grande propósito do governo do PP é expulsar a interrupção voluntária da gravidez dos serviços públicos de saúde pois toda a gente sabe que, em Espanha, as clínicas privadas sempre adoptaram uma entendimento muito liberal e facilitador quanto às razões psíquicas ou riscos para a saúde mental das mulheres.