29 novembro 2024

É no que dá a política do governo da "AD"

 Um escândalo 
 de bradar aos céus !


Não aconteceu agora mas...

Um post de 2016
 que nos recorda quão
 democratas eles são

29 novembro 2016

Que grande lata !

Rangel no seu melhor

Imodéstia à parte, nem precisava de ler o artigo de Paulo Rangel hoje no Público para saber que argumento fundamental iria usar para tentar justificar um tão escabroso título: nem mais menos que os EUA são uma República Federal, daí o Colégio Eleitoral e, no fundo, uma espécie de eleição indirecta  Presidente. Mas tem azar Paulo Rangel: é que, por exemplo, o Brasil também é um República federal e não consta que lá alguma vez o segundo mais votado tenha sido eleito Presidente.  Bem no fundo, Paulo Rangel, tal como outros, refugia-se num formalismo seco onde a vontade real e maioritária dos votantes é um pormenor a esquecer depressa, onde o principio fundador de um homem - um voto é esmagado por obsoletas e velhas regras com 186 anos e através do qual aqueles que atiram para o lixo dois ou três milhões de votos são capazes depois de perorar candidamente sobre o desencanto dos cidadãos com a política.
P.S. Quem não pensa como Rangel é uma larga maioria de norte-americanos que, segundo sondagens, pelo menos desde há 20 anos, dizem preferir que se acabe com o Colégio Eleitoral e se dê primazia aos voos populares.
á 20 a

27 novembro 2024

No programa da SIC Noticias «As Causas»

 Uma das últimas
 (felizmente!) do antigo membro
do gabinete político do MDLP

No mesmo programa de ontem (dedicado ao 25 de Novembro) em que anunciou que, em 24 de Dezembro próximo, os seus comentários semanais terminarão. José Miguel Júdice para enfatizar um avassalador  poder do MFA sobre a vida política citou o  caso da Comissão Constitucional que funcionou na dependência do Conselho da Revolução e era presidida por Melo Antunes. 
Acontece que o que Júdice não contou foi que, se é certo que  o Conselho da Revolução designou 4 vogais (2 dos quais do PS e 1 do PSD), também é certo que o PR designou 2, a A.R. outros dois (1 dos quais do PS), o Conselho Superior da Magistratura 3 e o Supremo Tribunal de Justiça 1,
Mas o que Júdice bem podia ao menos ter lembrado é que da referida Comissão, no 1º mandato, fizeram parte o Prof. Jorge Miranda (do PSD) e o Prof. Mota Pinto (que viria a ser líder do PSD).
Fica-se assim a saber que os novembristas, além do mais, respeitam pouco a verdade.

Rescaldo de uma triste comemoração

"O 25 de Novembro
em tons de 28 de Maio"

Manuel Loff no «Público»

(...) «A direita nunca gostou do 25 de Abril. E, impossibilitada de comemorar o que quer que seja a 25 de Abril, quer encontrar no 25 de Novembro uma data para comemorar. Ela e os seus presidentes (Cavaco, Marcelo) já fizeram regressar a comemoração do 10 de Junho, Dia de Camões, aos tempos da Guerra Colonial, transformando-o no “Dia dos Combatentes”, frequentemente com discursos que roçam o elogio da própria guerra, como se ela tivesse sido uma guerra “em nome de Portugal”. Mas, entre as datas da contemporaneidade, a única alternativa disponível – e não exagero – era continuar a comemorar o 28 de Maio e a “Revolução Nacional” de que falava Salazar. Sendo-lhes inviável fazê-lo, as direitas querem comemorar o 25 de Novembro mas como Salazar comemorava o 28 de Maio: como o momento em que se pôs fim “à ruína da economia, ao assalto da propriedade, à desordem da rua e dos espíritos, (…) à “justiça popular”, à “indisciplina” (discurso de 1940). O 25 de Novembro em tons de 28 de Maio.
Não há originalidade alguma. Nesta falsificação repetitiva da história, é sempre assim que as direitas veem os processos de mudança democrática. A democracia fez-se apesar delas, contra elas. Mas ainda não desistiram de vingar-se.»

26 novembro 2024

Alegado consenso ocidental quebrado ?

 Uma voz dissonante

Angela Merkel defende bloqueio
 à entrada da Ucrânia na OTAN
 e acordos com Putin

« A ex-chanceler da Alemanha, Angela Merkel, defendeu sua política externa em relação à Rússia e à Ucrânia durante uma rara entrevista concedida à jornalista Katya Adler, editora de Europa da BBC, publicada em 25 de novembro de 2024. Merkel afirmou que sua decisão de bloquear a entrada da Ucrânia na OTAN em 2008 foi crucial para evitar um conflito militar antecipado e que os acordos de gás firmados com a Rússia visavam tanto interesses econômicos alemães quanto a manutenção da paz.

Para mim, estava completamente claro que o presidente Putin não ficaria de braços cruzados vendo a Ucrânia se juntar à OTAN”, disse Merkel. Ela argumentou que a Ucrânia, na época, não estava preparada para enfrentar os desafios que a adesão à aliança militar implicaria. Segundo a ex-chanceler, o conflito militar iniciado em 2022 poderia ter ocorrido muito antes e de forma mais grave caso a Ucrânia tivesse avançado em direção à OTAN.» (Brasil 247)

25 novembro 2024

Que os novembristas vão pregar para outra freguesia !

 A data
que celebramos 
com
 toda a força da nossa alma


Lamentamos muito mas não há nenhuma fotografia ou imagem que exprima com verdade a inesquecível e tocante manifestação popular na Av. da Liberdade em 25 de Abril deste ano.




Sobre a data de hoje
apenas isto

Aqui em 01 dezembro 2022

Pode dizer-se que, nos 47 anos que já passaram, muito raramente Melo Antunes foi devidamente citado e que sistemáticamente a sua referência ao «socialismo» foi convertida numa referência à «democracia».

Eu até posso ter alguma compreensão por comentadores e historiadores temerem que nos dias de hoje a citação exacta poder ser algo estranha. Mas com esta transformação (se Melo Antunes tivesse falado em «democracia» também estaria bem) alguma coisa de muito importante se perde: a saber, a verdade histórica de que, em 25 de Novembro de 1975, os moderados vencedores também ainda falavam de «socialismo», o que ilustra que naquela época a semântica mais generalizada ainda estava muito à esquerda

e já agora uma voz insupeita





Uma  questão de datas
 muito esclarecedora
(...)E a resistência começava no combate ao Governo. Todas as forças que o viam como um braço armado do PCP acabariam por se encostar ao Grupo dos Nove e ao seu “documento”, que apareceu como uma bomba numa edição especial do Jornal Novo em 7 de Agosto de 1975. O movimento era transversal e tinha uma estratégiaLogo em Agosto, começa a desenhar um plano operacional para responder a um eventual golpe militar. Seria aplicado no 25 de Novembro. (...) O seu maior problema era saber quem liderava. Se o Grupo Militar dos moderados tinha há semanas um plano operacional e uma estrutura de comando, na esquerda reinava a indefinição (...) Entre comunistas e extrema-esquerda, não havia conciliação possível. A esquerda moderada e toda a direita ficaram a assim de mãos livres para passar de uma situação defensiva para o ataque deliberado.(...). (Manuel Carvalho no «Público» de 24.11.2024)

Notícia no «Público» de 25/11:

«Para Pezarat Correia, "a democracia conseguiu-se não por causa do 25 de Novembro, mas apesar do 25 Novembro". "Logo a seguir, em Abril de 1976, aprovou-se a Constituição revolucionária e as conquistas estavam lá, embora depois disso ela tenha sido adulterada e abandonada por força do processo que se foi seguindo", afirmou, acrescentando que a Constituição também "foi aprovada não por causa do 25 de Novembro, mas apesar do 25 de Novembro".

P.S.: Quem tenha ouvido ontem num debate na CNN Miguel Macedo (PSD) a evocar o para mim mal chamado «cerco à Constituinte» pode encontrar aqui uma outra versão dos acontecimentos.

24 novembro 2024

Pelo Teatro dos Aloés

«Os Rústicos»
 de Carlo Goldoni
- uma peça muito divertida




Encenação de José Peixoto
nos Recreios da Amadora
Dias 25 e 26 Novembro e 29 Nov. a 3 Dez.
Seg. a Sábado- 21 hs, Dom. 16 hs.

«Os Rústicos trata das relações inter-geracionais, igualdade de género e violência doméstica. Para além da pertinência dos temas, o que torna esta obra distinta é a escrita, a “carpintaria” teatral que lhe confere capacidade de atualização rara nas comédias da sua época. Se por um lado segue a linha tradicional da comédia de enganos, cheia de equívocos e mal-entendidos, por outro penetra profundamente nas pequenas subtilezas das relações sociais e domésticas, onde se torna intemporal. Vemos a tentativa de resistir à mudança por parte dos homens e o nascer das pequenas revoluções que se fazem no microcosmos familiar pela ação subtil, mas firme das mulheres e dos jovens. A ação situa-se no Carnaval, numa Veneza a pulsar de vida, cor e transgressão que contrasta com o ambiente cinzento e repressor das casas burguesas dos “rústicos”. Duas forças opostas numa enorme tensão. Pressente-se uma revolução de costumes para a qual os personagens mais conservadores deixam de ter argumentos para resistir.»

Jazz para o seu domingo

Kirsten Gustafson


23 novembro 2024

Sobre uma guerra extremamente perigosa

Palavras sensatas

Miguel Sousa Tavares no «Expresso»

«Imagine que Portugal e Marrocos estão em guerra e que a Espanha, oficialmente, não participa nessa guerra. Agora imagine que, continuando oficialmente de fora, a Espanha fornecia a Marrocos mísseis para serem disparados contra território português, fabricados em Espanha, operados ou assistidos por militares espanhóis e guiados até aos alvos por sistemas de localização e orientação espanhóis. Ainda acharia que a Espanha estava fora da guerra? Foi isso que Joe Biden acabou de fazer, autorizando a Ucrânia a utilizar livremente contra território russo os mísseis Atacms que já lhe tinha fornecido e cujo uso estava até aqui limitado ao território da Ucrânia. (...)»

«Há mais de mil dias, meses antes de a guerra começar, que digo o mesmo: esta guerra era perfeitamente evitável se tivesse havido vontade para isso. A Ucrânia queria a segurança de saber que a Rússia não a invadiria e a Rússia queria garantias de que a Ucrânia não aderiria à NATO, fechando-lhe o cerco pelo sul e podendo, como agora, utilizar o seu território para, com armas da NATO, a atacar. Mil dias depois, ambos os lados perderam: a Ucrânia foi invadida pela Rússia e a Rússia é atacada pela NATO a partir da Ucrânia e está mais cercada do que nunca. Sem falar, claro, das centenas de milhares de mortos de ambos os lados e da devastação da Ucrânia. Tudo isto teria sido facilmente evitado desde o início ou acabado pouco depois se Joe Biden e Boris Johnson não tivessem boicotado os acordos de paz já prestes a serem firmados. Mas, sem conceder na ilegitimidade da invasão russa, eternamente seguirei convencido de que os Estados Unidos e a NATO não só nada fizeram para evitar a guerra como até a desejaram. Mais do que quaisquer manobras militares, a guerra da Ucrânia deu aos Estados Unidos e à NATO a possibilidade única de testar as suas capacidades de equipamento e estratégia militar em cenário real; de perceber as forças ou debilidades militares da Rússia; de a desgastar e enfraquecer na hipótese de um futuro conflito com a China, onde a Rússia seria sua aliada; de ressuscitar uma NATO declarada em estado de “morte cerebral” por Macron, e em nome da defesa dos valores das “democracias liberais” ou agitando o fantasma, criado do nada, da continua­ção da ofensiva militar russa até às praias da Normandia; de possibilitar lucros escabrosos à indústria militar americana; de assentar um golpe fulminante na economia europeia, proibindo-lhe as relações comerciais com a Rússia, e impondo-lhe, a bem ou a mal — nem que fosse pela sabotagem dos gasodutos russos — o corte de fornecimento de energia russa à Europa, substituindo-a, a preços bem mais caros, pelo fornecimento do gás liquefeito americano, a bem da balança comercial americana e da concorrência industrial com a Europa. (...)»