Senhor presidente, senhoras e senhores deputados, senhor primeiro ministro.
Uma saudação, um alerta, um compromisso, uma pergunta e uma certeza.
A saudação é aos médicos, enfermeiros, técnicos, professores, auxiliares, oficiais de justiça, profissionais das forças de segurança e das forças armadas, bombeiros, a saudação a todos os trabalhadores e à sua luta que vão obrigar o governo a dar respostas aos seus problemas.
O alerta é a todos os que ambicionam a vida melhor, ainda o Governo tenta iniciar funções e já procura justificações para não cumprir o que lhes foi vendendo.
Que governo é este? Que programa é este?
Sobre direitos dos trabalhadores, reformas, combate à injustiça e desigualdade à precariedade e horários desregulados, considerações vagas, mas nada de soluções.
Sobre salários, demagogia e contenção, são as palavras de ordem numa altura em que cai por terra o mito da produtividade no qual o governo sustenta parte do seu programa.
É que hoje é claro que os salários reais evoluem menos que a produtividade.
O Governo e seus aliados da concentração da riqueza nas mãos de uns poucos, à custa de quem a produz a riqueza, que são os trabalhadores, procuram sempre justificações para travar o aumento de salários e pensões mas, encontram sempre razões para mais favores aos grupos económicos e retirar ao Estado condições e meios para cumprir o seu papel, como é agora com a redução do IRC.
Há impostos que deviam de facto baixar, vai o governo reduzir o IVA na electricidade, telecomunicações e gás?
Vai o governo ser num passa cheques para o capital?
Vão continuar as parcerias público privadas rodoviárias a sacar por ano mil milhões de euros públicos?
É para manter benefícios fiscais de mil e seiscentos milhões de euros aos grupos económicos?
É desta que os lucros da banca vão suportar o aumento das taxas de juro?
São as respostas a estas questões que se exigem e das respostas virá a definição dos caminhos.
Senhor primeiro-ministro, do PCP contará com firme combate e oposição ao governo, aos objectivos e aos projectos que unem, entre outros, PSD, CDS, o Chega e a Iniciativa Liberal.
É este o compromisso do PCP com os trabalhadores e o povo.
Sabemos bem o caminho que querem retomar e aprofundar.
Não alimentamos ilusões, rejeitamos um programa que é negativo pelo o que afirma e mas também pelo o que omite e que está claramente ao serviço dos grupos económicos.
Para finalizar deixo a certeza e a convicção de que os trabalhadores, os reformados, a juventude, o povo; todos os que exigem a mudança, salários, reformas, acesso à saúde, educação, serviços públicos, justiça, habitação, combate à corrupção e às suas causas, respeito e dignidade, todos os exigem uma vida melhor, não vão baixar os braços perante ataques nem recuos nos seus direitos e vão exigir com a sua luta respostas aos seus problemas, e o direito que tem a uma vida melhor, a um País soberano e desenvolvido, com uma mais justa redistribuição da riqueza criada.
Senhor primeiro-ministro, não iluda os problemas do nosso País e acima de tudo não iluda as dificuldades dos que cá vivem, trabalham e estudam.
São estes que precisam de respostas e não os que concentram a riqueza como se não houvesse amanhã.