11 fevereiro 2023

Sobre as PPP na saúde

Uma resposta que
estava a fazer falta
                     
«A sistemática campanha ideológica e mistificadora acerca das vantagens das Parcerias Público-Privadas (PPP) em relação à gestão pública dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde vai fazendo os seus estragos. O artigo de Ana Sá Lopes no PÚBLICO de 5/2/2023 é disso um bom exemplo.

A questão tem sido tendenciosamente abordada, como na reportagem mais recente do Expresso sobre o Hospital Beatriz Ângelo (HBA), em Loures, com um editorial onde até se insinuava a preferência da gestão anterior da câmara pelo privado, ao contrário do que sempre foi inequivocamente afirmado.» (...)

Compara-se o incomparável quando se coloca em apreciação conjunta hospitais de características diferentes. De um relatório para o outro vão mudando os comparadores. O mesmo quando se comparam instrumentos jurídicos e condições de autonomia completamente diferentes, sendo que a gestão pública é fortemente condicionada não pela sua natureza, mas pela imposição de restrições pelo Governo.

Curiosamente ninguém questiona a fiscalização do contrato. Pode a entidade contratante – a ARS Lisboa e Vale do Tejo – demonstrar que o seu acompanhamento da gestão privada não se baseava no fundamental nos dados que eram fornecidos por esta? Há relatórios aprofundados sobre a execução clínica do contrato? É possível garantir que não houve decantação dos casos mais onerosos, invocando a sua especial complexidade, para os remeter para os IPO e hospitais centrais de fim de linha? Pode o Ministério da Saúde garantir que as prioridades da atividade foram baseadas nas necessidades das populações e não no contratualmente mais vantajoso? Houve controlo das ligações entre a gestão PPP e os hospitais privados do mesmo grupo?»~

-Bernardino Soares no «Público»

09 fevereiro 2023

Já se sabia

Confirmadissimo


A remuneração bruta total mensal média por trabalhador em Portugal encolheu 4% no ano passado, na primeira queda anual desde, pelo menos, 2015. Trabalhadores da Administração Pública sofreram as maiores perdas

07 fevereiro 2023

Inflação

 Não compraram mais,
compraram mais caro

«Isto não significa que os consumidores estejam a comprar mais, estão é a pagar tudo mais caro. Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca, garante mesmo que estas taxas de crescimento são "balofas", porque correspondem apenas ao efeito inflação. "Vendeu-se menos, embora mais caro, e a prova disso é que o consumo retraiu a vários níveis, desde a compra de produtos mais baratos, mantendo o mesmo padrão de consumo, à escolha de produtos complementares, mas de qualidade inferior. E há mesmo redução de compra, com o consumidor a preferirfazer mais idas ao supermercado, mas comprando apenas o que precisa",» diz.

31 janeiro 2023

Gente séria é outra coisa

 Coisas da Cavaca

«Facturas de restaurante no valor de duas, três ou mesmo quatro centenas de euros serviram ao Ministério Público para incriminar tanto a bastonária dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, como vários outros dirigentes desta Ordem profissional. Ao todo são 14 as pessoas acusadas de peculato e falsificação de documento.

Fazendo fé no princípio de que ninguém pode estar em dois locais diferentes ao mesmo tempo, o Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa e a Polícia Judiciária cruzaram as despesas das deslocações dos dirigentes pelo país fora com as facturas de restaurante que também apresentaram para reembolso na Ordem dos Enfermeiros e concluíram que nem automobilistas de Fórmula Um conseguiriam semelhantes proezas.» (Público»

25 janeiro 2023

Jornada Mundial da Juventude

 Um altar nada franciscano


:
custo : 5/6 milhões de euros
ideia avançada por Moedas de que este altar-palco servirá para eventos futuros é uma pura fantasia. Basta olhar para o boneco para se perceber que, por exemplo, não servirá para grandes concertos.

O PSD e o Chega

 ~

"Isto está muito
perigoso, acreditem"

- Carmo Afonso no «Público»

«É uma falta de respeito esta dança das palavras e a persistente falta de clarificação, por parte do líder da direita tradicional, relativamente a um assunto tão importante. Uma falta de respeito que demonstra também falta de coragem. Luís Montenegro não tem coragem para dizer com clareza aquilo que todos sabemos: que está disponível para abdicar dos princípios fundamentais do partido para chegar ao poder e que esse arranjo já está bem amadurecido.

Um desbocado do Chega falou das coisas como elas são. O partido, para já, manda na direita portuguesa: não teme falar publicamente daquilo que é tabu absoluto para o PSD, porque sabe bem que é a tábua de salvação de Montenegro e esclarece a IL, que escusa de se maçar a dizer que não aceita entendimentos com o Chega, porque não existem entendimentos à direita sem o Chega.»