23 abril 2022

Já se esqueceram

 Em 1 de Setembro de
 201
4 o «Público» falava assim

- em peça da autoria do jornalista Alexandre Martins

Inadmissível


 Ora batatas para
 o Provedor do Leitor
 do «Público»

Na sua coluna hoje no «Público»,o Provedor do leitor do jornal José Manuel Barata-Feio, dá conta dos numerosos protestos recebidos quanto à foto de Jerónimo de Sousa que ilustrou recentemente uma primeira página do jornal e depois conclui que não se tratou de uma fotomontagem e que não houve ponta de mau-gosto ou hostilidade na escolha da foto e que ela ilustra «bem» o teor da peça em causa. Como se o facto de não ser uma fotomontagem alterasse alguma coisà à patente má-vontade da escolha da foto e como se a insinuação de que Jerónimo estaria cego  fosse algo de admissível ou legitimo. Neste caso os leitores do «Público» ficaram desprovidos de Provedor.

17 abril 2022

O «Público» contra o PCP

 Bom gosto,
elegância e delicadeza


Esta é uma imagem tirada da capa da edição impressa do «Público» de hoje, Dão-se alvissaras a quem for capaz de explicar que coisa é que o «Público», num exemplo de inexcedível bom gosto e imparcialidade, resolveu colocar à frente dos olhos de Jerónimo de Sousa.

14 abril 2022

Desmentindo uma ideia feita

 Não, a inflação não atinge
 todos da mesma maneira


«O aumento de preços, inédito nas últimas três décadas, não é sentido por todas as pessoas da mesma forma. Esta é a conclusão do relatório “Despesas essenciais e rendimentos das famílias: efeitos assimétricos da inflação”, que publiquei ontem com o Bruno P. Carvalho e a Mariana Esteves. O relatório faz parte do nosso projeto “Portugal, Balanço Social”, uma parceria com a Fundação La Caixa. Analisamos os dados do Inquérito às Despesas das Famílias de 2015/16, que é o último que está disponível, para caracterizar o peso de cada categoria de despesa na despesa total das famílias, consoante o seu nível de rendimento.

Em Portugal, o peso da despesa em alimentação na despesa total é de quase 25% para as famílias mais pobres; nas mais ricas, fica abaixo de 10%. A despesa em carne varia entre os 6% do orçamento dos mais pobres e menos de 2% para os mais ricos. Para o pão e cereais, o peso é também de praticamente 6% na despesa total dos mais pobres, mas cifra-se em apenas 1% para as famílias mais ricas. Também na eletricidade e gás se nota esta discrepância: estes bens energéticos representam 12% da despesa das famílias mais pobres, contra apenas 4% para as mais ricas.

Estes e outros números do relatório ilustram o que o aumento de preço dos bens essenciais significa para as famílias mais vulneráveis. A situação de partida dos mais pobres é delicada. Em 2015, as famílias dos indivíduos que estão entre os 20% mais pobres gastaram uma média de 2200 euros em alimentação. Este valor equivale a 2300 euros em 2021 - para 12 meses! Por outro lado, o que ganham não chega: gastaram 120 euros por cada 100 de rendimento. Não têm “almofada” para absorver a inflação, contrariamente às mais ricas, que conseguem poupar. Com elevada probabilidade, já passavam privações. É claro não estamos em 2015, mas a taxa de pobreza de 2020 (22%) é superior à de 2015 (19%). ( ...)

-Susana Peralta no «Público de hoje