07 março 2022

Comicio do PCP no Campo Pequeno

 A verdade contra a mentira

«Vivemos no Leste da Europa, na Ucrânia, uma situação de guerra. Uma guerra que urge parar e que nunca deveria ter começado.

São acontecimentos dramáticos os que se vivem ali, que causam compreensiva e legítima consternação e apreensão.

Acontecimentos com trágicas consequências, que comportam sérios perigos e importantes repercussões por todo o mundo e que têm sido pretexto para uma nova campanha anticomunista, assente em grosseiras falsificações por parte daqueles que foram cúmplices com a política de ingerência e agressão que está na origem da grave situação que se vive na Europa e no mundo.

O PCP não apoia a guerra. Dizer o contrário é uma vergonhosa calúnia. O PCP tem um património inigualável na luta pela paz. O PCP não tem nada a ver com o governo russo e o seu presidente. A opção de classe do PCP é oposta à das forças políticas que governam a Rússia capitalista e dos seus grupos económicos.(...)

Não caricaturem a posição do PCP que sem equívocos, e ao contrário de outros, condena todo um caminho de ingerência, violência e confrontação,(...) a recente intervenção militar da Rússia na Ucrânia (...).

O PCP não apoia – e condena – a violação dos princípios do direito internacional, da Carta da ONU e da Acta Final da Conferência de Helsínquia, princípios que o PCP sempre defendeu e que continua em coerência a defender hoje com a mesma convicção.

O posicionamento do PCP é ditado, como sempre foi, pela defesa da paz e pela solidariedade com os povos que sofrem a violência e as consequências da guerra.

(...)

O PCP está do lado da paz, não da guerra!

O PCP apela ao povo português para a mobilização e a acção pela paz e não para a escalada da guerra, e apela à solidariedade e ajuda humanitária às populações, que não se pode confundir com o apoio a grupos fascistas e neonazis.

É urgente parar a política de instigação do confronto que só levará ao agravamento do conflito, à perda de mais vidas humanas, a maior sofrimento.

São necessárias iniciativas que contribuam para a desescalada do conflito na Ucrânia, para o cessar fogo e para um processo de diálogo com vista a uma solução negociada para o conflito, à resposta aos problemas de segurança colectiva e do desarmamento na Europa, ao cumprimento dos princípios da Carta da ONU e da Acta Final da Conferência de Helsínquia, no interesse da paz e cooperação entre os povos.»

. Extracto do discurso de Jerónimo de Sousa

04 março 2022

Há 30 anos

Pacheco Pereira
sobre o começo de tudo

«No meio do bulício da entrada, com militares a passar apressados, a segurança nos portões e gente por todo o lado, chegou uma senhora de bata branca, um lenço branco na cabeça, uma mãe russa com ar cansado, indiferente a tudo, vinda de umas cozinhas algures no gigantesco edifício, empurrando um carrinho com sopa quente, com as canecas a fumegar. Dirigia-se lentamente aos gabinetes do interior. Era invisível, ninguém falava com ela.

Num daqueles momentos difíceis de explicar, os homens sentados à espera, nós, parámos de falar e houve um súbito silêncio. O nosso americano, talvez o mais expansivo de todo o grupo, quebrou-o, dizendo mais ou menos isto: “Nós pensávamos que estávamos a lidar com uma grande potência e esmagámo-los”. Não havia uma ponta de arrogância na frase, havia uma estranha pena. O “esmagámos” não era para os militares, com fardas cheias de condecorações, era para a senhora do carrinho.

 Mas, de um modo geral, a vida era difícil, num grau de exaustão quotidiana que era o dia-a-dia do russo comum, e em breve ir-se-ia tornar ainda mais difícil quando as experiências liberais, trazidas pelos economistas de Chicago que tomaram conta das Finanças, distribuíram a riqueza da URSS em vouchers que não valiam nada, e foram comprados em massa pelos novos oligarcas em formação. Estes ficaram com os bens nacionais, numa distribuição em que a família de Ieltsin teve um papel relevante, e os que se portavam bem politicamente estão hoje com Putin. Os outros estão na cadeia. Seguiram-se as violentas expulsões de casas apetecíveis no mercado, e a ostentação mais chocante.  (...)

01 março 2022

Malvadez patronal

 Ecos da moderna escravatura

Esta foi uma situação passada porque se fosse actual bem se justificava um completo boicote aos produtos de uma empresa chamada Sudberry.

28 fevereiro 2022

Os pontos nos is

Marques Mendes, Lobo Xavier
 e tutti quanti não sabem ler

«O PCP expressa a sua profunda preocupação pelos graves desenvolvimentos na situação no Leste da Europa, envolvendo operações militares de grande envergadura da Rússia na Ucrânia, muito para além da região do Donbass, e apela à urgente desescalada do conflito, à instauração de um cessar-fogo e à abertura de uma via negocial

- 1º parágrafo do comunicado
do PCP de 24 de Fevereiro

Mas, por causa da má-fé dos deturpadores, talvez seja de trocar por miúdos. Ou seja :
- quem manifesta profunda preocupação é porque não está contente nem de acordo com a invasão da Ucrânia pela Rússia;
- quem sublinha que as operações  militares russas vão além da região de Donbass está a discordar da intervenção russa no conjunto da Ucrânia;
- quem pede a desescalada do conflito, um cessar-fogo e a abertura de uma via negocial é porque está contra o prosseguimento das confrontações militares iniciadas pela Rússia.

16 fevereiro 2022

O que aí vem

 Novos tempos,
má notícia

À saída da audiência com o primeiro-ministro, Rui Rio declarou ter encontrado disponibilidade da parte do PS para que na próxima legislatura decorra um processo de revisão constitucional que é conjuntamente com a alteração das leis eleitorais uma das principais contra-reformas porque luta o PSD. A ser assim, teria chegado ao fim um periodo de seis anos em que sempre o PS esfriou estas propostas do PSD. Será a inquietante prova de como os novos tempos podem trazer más notícias.