17 novembro 2020
15 novembro 2020
Acordo em geral, desacordo em particular
Comentário a um
artigo de Pacheco Pereira
Em artigo no «Público» de sábado, José Pacheco Pereira dedicou-se a desmontar e a negar, com inegável cultura política como seria de esperar, as pretensas equivalências que muitos pretendem consagrar entre, de um lado, o PCP e o BE e, do outro, o Chega.
Mas creio que, nessa tarefa, acabou por usar argumentos e paradigmas que não fazem sentido e deixam na sombra coisas importantes.
Primeiro que nada, sigamos com alguma demora o pensamento exposto por Pacheco Pereira.
O referido intelectual começa por distinguir « entre a tradição e o programa genético dos partidos e aquilo que é hoje o seu “programa activo”» .
Explica depois que para si «programa activo» é «o que um partido faz de facto, como actua, (...) que imagem tem na sociedade e junto dos seus militantes», considerando que isto é que verdadeiramente importa ter em conta na questão das equivalências no sentido de as não autorizar.
Mais à frente sustenta que «de há muito que quer um, quer outro têm “programas activos” bem longe dessa tradição. Não vemos nem o PCP nem o BE preparar-se para a revolução, inevitavelmente armada e violenta, nem a organizar um sector militar clandestino nem a cumprir nenhuma das explícitas obrigações de um partido comunista traduzidas nas célebres 21 condições da Internacional Comunista. E sempre foi claro desde Lenine que estas condições são [verbo no presente do indicativo] para cumprir, sob pena de estarmos a falar de partidos que se “social-democratizaram” ou se “aburguesaram”. »
Tudo visto e considerado, creio que Pacheco Pereira se equivoca nomeadamente nos seguintes pontos :
- ao distinguir somente entre «tradição e programa original» e «programa activo», esquecendo e desvalorizando que, por cima de um e de outro, os partidos tem sobretudo programas actuais aprovados em Congressos que definem, de foma solene e insuperavelmente autorizada, o seu posicionamento e projecto político perante a sociedade e os cidadãos;
- ao esquecer, em concreto, que o PCP tem um Programa intitulado «Uma democracia avançada – os valores de Abril no futuro de Portugal» em que, ao contrário do que diz Pacheco Pereira, a «democracia avançada» não é um «eufemismo» para esconder a «ditadura do proletariado», é mesmo um projecto de desenvolvimento e enriquecimento do regime democrático, representando uma fase ou estádio diferente e anterior ao socialismo.
- ao invocar, a meu ver absurdamente, «as 21 condições da Internacional Comunista» e ao dizer que «são para cumprir», esquecendo-se que elas tem exactamente 100 anos, que a Internacional Comunista acabou em 1943 e que, entre muitas outras evoluções, a aceitação da diversificação das vias de passagem ao socialismo é um património adquirido pelo movimento comunista, se não antes, pelo menos desde a década de 50 do século passado.
14 novembro 2020
O que infinitamente lhes continua a doer
A Bonifácio está
mal de memória
Em artigo hoje no «Público», Fátima Bonifácio ( que em 2015 escreveu um artigo intitulado «Obviamente, voto Passos»), a dado passo, debita esta pérola : «Nos últimos anos, a amostra mais aparatosa deste desajustamento entre as expectativas dos eleitores e a actuação dos eleitos aconteceu nas eleições de 2015. Afinal, quem votou na “geringonça”?».
Abreviando nos exemplos. cabe-me dizer que Fátima Bonifácio já tem idade suficiente para se lembrar do que eu me lembro. A saber:
- que em 1983 tivemos o governo do «bloco central» (PS-PSD) e na campanha eleitoral que o antecedeu nem PS nem PSD disseram aos eleitores que se iriam coligar no govero;
- que em 2011 tivemos um governo de Passos Coelho /Portas e na campanha eleitoral que o antecedeu nem PSD nem CDS anunciaram aos eleitores que se iam coligar no governo.
E a tal ponto assim é que nessa campanha Paulo Portas dedicou o seguinte mimo ao PSD :
13 novembro 2020
A perna curta da mentira
«Foi tudo combinado
só nos Açores» - jurou
Rui Rio. Pois, pois.
Saraiva no «Inimigo Público» de hoje
12 novembro 2020
Revelador
Bilhete postal para a
Ordem dos Médicos e afins
«Mais de seis mil queixas no setor da saúde foram registadas no Portal da Queixa (mais 71 % que em 2019). O pagamento de kits de proteção à covid-19, dificuldade em marcar consultas e venda de máscaras lideram os protestos, que visam sobretudo os privados.» (DN online, hoje)
Por cá também aconteceu
Multinacionais e ditaduras
colaborava com a ditadura
a construtora alemã aceitou entregar
«doações» a antigos empregados
11 novembro 2020
Intervalo na política
Estados Unidos
A fraude de um
denunciante de fraude eleitoral
«Pennsylvania postal worker whose claims have been cited by top Republicans as potential evidence of widespread voting irregularities admitted to U.S. Postal Service investigators that he fabricated the allegations, according to three officials briefed on the investigation and a statement from a House congressional committee» (aqui no The Washington Post)
Tradução manhosa : « Funcionário dos Correios da Pensilvânia cujas alegações foram citadas pelos principais republicanos como evidências potenciais de irregularidades eleitorais generalizadas admitiu aos investigadores do Serviço Postal dos EUA que ele forjou as alegações, (...)»